FMI abandona negociações com a Grécia em Bruxelas e azeda bolsas mundiais; Xangai sobe

A decisão veio após a União Europeia dizer ao primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, para parar de jogar com o futuro de seu país e tomar as decisões cruciais para evitar um default devastador

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O dia é negativo para as bolsas mundiais com destaque, mais uma vez, para o impasse na Grécia. O FMI (Fundo Monetário Internacional) tomou na quinta-feira a decisão surpreendente de deixar as negociações em Bruxelas e voltar para casa devido a grandes diferenças com Atenas.

A decisão veio após a União Europeia dizer ao primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, para parar de jogar com o futuro de seu país e tomar as decisões cruciais para evitar um default devastador.

Somando-se ao ar de cautela, o jornal alemão Bild informou que Berlim fez “consultas concretas” sobre o que fazer no caso de calote da Grécia, citando diversas pessoas familiarizadas com o assunto.

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As negociações com a Grécia sobre sua dívida continuarão estagnadas até que Atenas apresente “propostas sérias” de reforma orçamentária, afirmou nesta sexta-feira o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. Falando a repórteres em Haia, Dijsselbloem afirmou que é “inaceitável” que o governo grego tenha até agora rejeitado propostas feitas em negociações com ele e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. “Eles podem apresentar alternativas mas elas têm que ser apropriadas”, disse ele. “E enquanto não as tivermos, será difícil” retomar as negociações.

Entre os dados europeus, a produção industrial da zona do euro sobe 0,1% em abril ante março e o CPI da Espanha tem queda anual de 0,2% em maio após recuo de 0,6% em abril. 

Assim, as ações asiáticas tiveram um pregão fraco nesta sexta-feira à medida que as conversas sobre a dívida da Grécia deram mais uma guinada confusa. A atividade foi esparsa, com o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão em alta de 0,34%, às 7h45 (horário de Brasília), pouco acima de mínimas de três meses. O índice japonês Nikkei quase não oscilou, embora tenha encontrado certo suporte na alta do dólar contra o iene.

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Por outro lado, o mercado da China deu continuidade à sua sequência altista. A bolsa em Xangai subiu 0,9%, tocando o nível mais alto desde o início de 2008, com as ações ligadas ao setor imobiliário mais firmes por sinais de recuperação na demanda por imóveis.

A economia da China cresceu a um ritmo razoável em maio com alguns indicadores mostrando sinais de recuperação, afirmou nesta sexta-feira uma autoridade da Agência Nacional de Estatísticas. Zhang Zhibin, estatístico sênior da divisão de estatísticas de população e emprego, disse, segundo o site da agência, que a taxa de desemprego urbano com base em pesquisa da China diminuiu ligeiramente para cerca de 5,1 por cento em maio.

(Com Reuters) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.