Leasing atrai brasileiro e crédito para compra de veículos cai em 12 meses

Operação de leasing para pessoa física avançou 141,7% em 12 meses, ante queda de 20,2% do crédito direto ao consumidor

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Sem cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o leasing tem atraído mais os brasileiros do que o crédito direto ao consumidor na hora da compra de um carro. Para se ter uma idéia, em julho, a concessão de crédito de veículos caiu, enquanto as operações de leasing mais que dobraram, na comparação com o mesmo período de 2007.

De acordo com a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira (25), há uma crescente contribuição do leasing para as concessões de crédito em todo o País, uma vez que essa modalidade para pessoa física avançou 141,7% em 12 meses findos em julho passado.

Por outro lado, a concessão de crédito para aquisição de veículos diminuiu 20,2% no mesmo período, indo de R$ 259 milhões por dia no sétimo mês de 2007 para R$ 207 milhões diários no mês passado. O prazo de pagamento cresceu 23 dias no período analisado.

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Crédito mais caro

Uma justificativa apontada para o fato de o brasileiro recorrer mais ao leasing é o aumento da alíquota do IOF nas operações de crédito, promovido pelo governo para compensar o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira). O arrendamento mercantil é isento da cobrança do imposto.

A medida afugentou os brasileiros, mesmo com a decisão do BC de criar o depósito compulsório*, o qual, para a companhia de análise de risco Austin Rating, causa um aumento na taxa de juros para o consumidor, quando da aquisição de veículos por meio do leasing.

O depósito compulsório deve retirar R$ 40 bilhões de movimentação por ano. Até 9 de maio, a alíquota sobre o saldo era zero, atingindo 5% na data. Depois disso, houve aumento progressivo: para 10% em 11 de julho, 15% em 12 de setembro, 20% em 14 de novembro e 25% em 16 de janeiro do próximo ano.

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CDC versus leasing

O crédito direto ao consumidor é indicado para prazos de até 24 meses. O carro fica no nome do proprietário e, em caso de dívida, o bem é colocado como garantia. Neste caso, o importante é ficar atento às taxas cobradas pelos bancos, como a TAC (Taxa de Abertura de Crédito), por exemplo.

O leasing também é indicado para quem pretende comprar carro em dois anos. Neste sistema de compra, o cliente paga as parcelas como se fosse um aluguel, mas vai amortizando o valor total em questão. No fim do prazo do contrato, o consumidor pode adquirir o veículo pelo valor combinado, renovar o acordo ou devolver o veículo ao arrendador.

*Obriga os bancos comerciais e outras instituições financeiras a depositarem, no Banco Central, parte de suas captações em depósitos à vista ou outros títulos contábeis.