Mario Draghi alerta para “riscos substanciais” e revê PIB de 2012 para baixo

BCE admite até recessão no próximo ano, em forte redução sobre a projeção anterior de um intervalo entre 0,4% e 2,2%

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – “Para resumir, a inflação provavelmente se manterá acima de 2% por vários meses, antes de declinar para abaixo de 2%. Tensões intensificadas no mercado financeiro continuarão a diminuir a atividade econômica na Zona do Euro e o cenário permanece sujeito à alta incerteza e a riscos substanciais”, alertou Mario Draghi, presidente do BCE (Banco Central Europeu), em entrevista coletiva após o corte na taxa básica de juro.

Nesse cenário e na esteira dos planos de recapitalização anunciados em outubro, Draghi alertou que o balanço dos bancos será um fator chave para reduzir a tensão nos mercados financeiros e, assim, facilitar a provisão de crédito para a economia.

Comparando-se com as projeções de setembro, as previsões atualizadas preveem uma “significante revisão” para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2012, agora estimado entre uma queda de 0,4% e uma alta de 1,0%. No anúncio de setembro, a instituição não previa recessão, ao prever que o crescimento econômico se daria na faixa de 0,4% a 2,2%, o que já configurava uma forte revisão sobre o intervalo de 1,5% a 2,3% estimados no anúncio anterior.

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Para esse ano a projeção está na faixa de 1,5% a 1,7%, reduzindo o intervalo de 1,4% a 1,8% projetado previamente. Para 2013, a estimativa é de um PIB entre 0,3% e 2,3%.

Condições adversas
Segundo o presidente da autoridade monetária, existem diversos fatores que minam o momentum de crescimento na região, como o aperto nas condições de financiamento, a queda da confiança e a menor demanda. Do mesmo modo, as projeções para a inflação neste e no próximo foram revistas ligeiramente para cima, tendo como base o impacto dos preços do petróleo em euros e as contribuições mais elevadas através de impostos indiretos.

“Ao mesmo tempo, nós esperamos que a atividade econômica da Zona do Euro se recupera, apesar de muito gradualmente, no curso do próximo ano”, pondera, ao citar as taxas baixas de juros, as medidas de apoio ao setor financeiro e a demanda global resiliente.