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SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Moody’s apontou na manhã desta segunda-feira (21) para um possível corte na nota de crédito da França, que atualmente é a maior possível, ou Aaa.
Citando um aumento no prêmio pago para emitir papéis da dívida soberana e as perspectivas menores do crescimento em 2012 – o governo projeta a alta do PIB (Produto Interno Bruto) no ano que vem em 1% –, a instituição vê uma perspectiva deteriorada pelo país. “O modelo social francês não pode ser financiado se o potencial da economia não é preservado”, afirma o relatório.
Motivo para a “ameaça”
A Moody’s lembra que a diferença de rendimento entre títulos franceses e alemães com vencimento de 10 anos subiu ao maior nível desde a criação da Zona do Euro, superior a 2 pontos percentuais. Isso acontece porque o atual nível de endividamento do governo e os problemas com a redução do déficit tiraram a confiança dos mercados nesses bônus.
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Segundo a agência, a cada 1 p.p. de spread, o custo para se financiar aumenta próximo a € 3 bilhões por ano. Assim, esse avanço nas despesas públicas contribui também para que o acerto nas contas estatais fique ainda mais comprometido.
Soluções?
O cenário parece ainda mais preocupante para a França se for levado em conta que o modelo de estado de bem-estar social implantado já implica em uma elevada carga fiscal, e que um aumento ainda maior na cobrança de impostos pode trazer a economia para uma desaceleração mais forte.
Assim, a Moody’s afirma que, apesar de medidas de austeridade já implementadas, esse desaquecimento traria uma necessidade de maiores congelamentos nos gastos do governo para que a confiança no país, representada pelo rating máximo da instituição, seja preservada.