População aceita Lei Seca e não reclama mais da proibição

O problema, porém, é que, com o tempo, a adesão caiu e a redução das mortes nas estradas não está de acordo com as expectativas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os brasileiros introjetaram o espírito da Lei Seca e, hoje, não se ouvem mais reclamações contra a proibição de guiar com álcool no sangue, afirma o presidente do congresso da Sbor (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), Osvandré Lech.

O problema, porém, é que, embora a adesão tenha sido grande após a entrada em vigor do dispositivo legal, com o tempo, ela reduziu. Por conta disso, mesmo que o número de mortes nas estradas seja menor do que antes da lei, explica Lech, ele não é tão ínfimo como se esperava.

As informações foram concedidas no “Fórum Fronteiras da Lei Seca”, promovido em Porto Alegre pela Sbot, no último dia 12 de novembro.

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Dados do Ministério da Saúde

Para se ter uma idéia, levantamento do Ministério da Saúde demonstra que a Lei Seca reduziu 32% o número de motoristas brasileiros que bebem antes de dirigir. Porém, 102 mil condutores ainda dirigem alcoolizados.

O dado faz parte da recente Pesquisa do Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco (Vigital) e foi debatido por especialistas durante o evento.

O Fórum foi o primeiro a analisar cientificamente os efeitos reais da Lei Seca, os benefícios que trouxe e os gastos com intervenções cirúrgicas e internações que deixaram de ser feitos.

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Além disso, tratou do que ainda falta para reduzir mais ainda o número de acidentes e de perdas de vida decorrentes dos efeitos do álcool sobre os motoristas.

O que ocorreu no evento

De acordo com a instituição, o Fórum teve uma conferência sobre as causas dos acidentes de trânsito seguindo-se de uma apresentação de representantes da Secretaria de Vigilância e Saúde sobre “Vigilância e prevenção de violências e acidentes”.

A Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado, por sua vez, debateu sobre o tema “A importância do profissional capacitado no atendimento à emergência traumática”.

Ainda durante o evento, foram discutidos temas como a infração administrativa e penal e o papel da Brigada Militar na defesa do cidadão, e uma montadora, produtora de caminhões, apresentou seu programa de segurança no trânsito.

Já representantes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) proferiram palestras sobre a visão do serviço da correlação do álcool com o acidente, enquanto os representantes da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga mostraram que encaram “o acidente de trânsito como uma doença que mata”.

O debate final sobre o tema teve como moderadores Sérgio Franco e o vice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó, o qual perdeu uma filha em um acidente de trânsito recentemente.

Mais sobre o Fórum

Realizado no “Centro de Eventos FIERSG”, o evento reuniu representantes do Ministério da Saúde, do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), do Samu, da Polícia Rodoviária Federal, dos ortopedistas e traumatologistas que atendem nos Pronto-Socorros dos hospitais de acidente de trânsito, representantes de montadoras de veículos e o vice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó.