Presidente acidental: “Prefiro ser impopular a ser populista”, diz Temer para a The Economist

Peemedebista falou sobre o sistema político, defendeu a Lava Jato e ainda disse que irá entregar um País "de volta aos trilhos" em 2019

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em um dos momentos mais importantes de seu governo, onde precisa conquistar apoio no Congresso para a reforma da Previdência e lutar pela sua defesa em um processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pode levar à sua cassação, o presidente Michel Temer concedeu uma entrevista para a The Economist no último fim de semana.

A matéria publicada nesta quinta-feira (9) se limita a mostrar os atuais problemas pelos quais o Brasil passa, mas também traz a imagem de um presidente com muito trabalho para fazer. A publicação define Temer como “preparado para o combate”, reforçando que boa parte da população chama este governo de ilegítimo.

A Economist questiona o presidente sobre a pichação “Fora Temer!” em um viaduto próximo ao Planalto, na qual o peemedebista diz que “é a prova da vitalidade da democracia”. O texto lembra ainda que ele não terá nem três anos de governo quando deixar o cargo em 2019, mas que ele mesmo diz que vai entregar ao seu sucessor um País que está “de volta aos trilhos”.

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Em outro momento, a publicação faz uma comparação de Temer com um mágico quando o assunto é aprovar as medidas econômicas. “Para persuadir seu público de que o que parece fantástico é real, ele enfatiza seus pontos com os gestos de um mágico de palco”, diz o texto.

A matéria também reforça que seu governo está sofrendo uma oposição feroz, especialmente do PT e dos sindicatos, que afirmam que o governo está “equilibrando suas contas nas costas dos pobres”. Para isso, Temer responde que sem essa ação o governo federal sofrerá o destino de estados como o Rio de Janeiro e Minas Gerais, “que estão praticamente falidos por causa de pensões públicas”.

Ao falar sobre as pensões, o presidente aponta para si mesmo como um “exemplo claro de aposentadoria prematura”, já que ele tem recebido uma generosa pensão desde que parou de atuar como promotor em São Paulo há mais de duas décadas. Longe de ferir os pobres, as reformas protegerão “o futuro de todos os nossos programas sociais”, continua Temer. Ele diz ainda que prefere “ser bastante impopular agora do que um populista”.

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Já no fim da entrevista, Temer também critica o sistema político brasileiro, sendo um sonho para ele conseguir fazer uma reforma nesta área. Apesar de seguir com certo sucesso no Congresso, ele tem dificuldade em administrar uma assembléia composta de 28 partidos, muitos deles máquinas para desviar verbas. “O Brasil não tem partidos, só acrônimos”, reclama o presidente.

A Economist reforça ainda as investigações contra colegas de partido de Temer e dos supostos desvios da chapa que ele formou com Dilma Rousseff em 2014. O presidente se defende das acusações e reforça que é “fã” da Lava Jato. Por fim, o texto diz que, mesmo diante de todos os problemas e acusações “este presidente acidental poderia terminar como uma boa consequência”.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.