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SÃO PAULO – Depois da refinaria de Pasadena pesar no noticiário da Petrobras (PETR3; PETR4), é a vez da refinaria de Abreu e Lima chamar atenção do mercado. Dessa vez foi a AIE (Agência Internacional de Energia) afirmar que a obra em Pernambuco deve custa até três vezes mais do que qualquer projeto com a mesma capacidade no mundo.
Essa é a segunda refinaria em projeto para a estatal, que também conta com a Comperj, no Rio de Janeiro. Apesar das duas construções, a Petrobras deve ter grandes cortes de orçamento, o que irá prejudicar a expansão da capacidade de refino na América Latina. A AIE destacou a redução de US$ 26 bilhões nos investimentos de downstream (transporte e distribuição de produtos da industria de petróleo) para o período entre 2014 e 2018.
Para a AIE, a América Latina deve continuar a ser um grande importador de petróleo no médio prazo, principalmente vindo dos EUA. A agência ainda destaca que a indústria de refino entra na idade da globalização e continuará uma forte expansão e reestruturação até 2020.
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Apesar do cancelamento de projetos na América Latina e na China, a capacidade global de refino deve crescer significativamente, avalia a AIE. Na Ásia e no Oriente Médio, o aumento da produção regional estimula a expansão das refinarias e alguns países deverão aumentar suas exportações.
Preço de Abreu e Lima
No início deste mês, o ex-diretor da petrolífera, Paulo Roberto Costa, afirmou que a companhia tomou a decisão de construir a sua obra mais cara, a refinaria de Abreu e Lima, sem um projeto definido e fazendo uma “conta de padeiro” para estimar o seu custo inicial.
Apesar da estimativa do custo inicial de US$ 2,5 bilhões, a refinaria deve custar aos cofres US$ 18,5 bilhões, mas Costa negou que essa diferença se deu por superfaturamento. Segundo Costa, a Petrobras pegou uma refinaria no Golfo do México e fez um cálculo simples: se cada barril saísse por US$ 15 mil e fossem produzidos 200 mil barris, a obra ficaria em US$ 3 bilhões – o que para Costa é uma “conta de padeiro”.
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Costa, investigado por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, afirmou que tem uma relação técnica e amistosa com a presidente Dilma Rousseff e amistosa de respeito com o ex-presidente Lula.