Um ex-analista prodígio de Wall Street conta como fez o Burger King deslanchar

CEO de 32 anos da marca revelou sua história  

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Daniel Schwartz passou dez anos trabalhando na alucinada vida corporativa de Wall Street, mas assumiu um novo desafio quando foi convidado para ser o CEO do Burger King, aos 32 anos.

Quando estava na faculdade, passou por estágios em finanças e, assim que terminou os estudos entrou para o Credit Suisse, na área de fusões e aquisições. Foi lá que recebeu o melhor conselho de sua carreira: “Uma pessoa me disse: Não espere contar com a sorte para obter sucesso. Ele só vem com o trabalho”, relembrou ao site Business Insider. 

Ele levou o conselho a sério e em 2005 foi contratado pela 3G Capital, empresa de investimentos brasileira que ganhou reputação construindo o conglomerado de bebidas Anheuser-Busch InBev. A companhia é a parceira de investimentos preferida do bilionário Warren Buffett.

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O jovem analista trabalhou muito e, aos poucos, foi se destacando na 3G. Depois de alguns anos, foi promovido para sócio da companhia e, pouco depois, quando a empresa estava procurando aquisições nos EUA, ficou encarregado de encontrar possíveis negócios.

“Eu pensei no Burger King, e meu argumento era que o valor da marca era muito maior do que o valor do negócio naquele momento”, disse. “Era a segunda maior rede de fast-food do mundo lucrando US$ 14 bilhões em vendas e com operações em 80 países e seu valor total foi de apenas alguns bilhões de dólares em comparação com o McDonald’s” – que tinha um valor de mercado de aproximadamente US$ 60 bilhões na época.

Após a compra, Schwartz se tornou o principal diretor financeiro do Burger King. Ele confessa que ficou assustado com tanta coisa acontecendo em sua carreira. “Eu tinha 30 anos e nunca tinha trabalhado na gestão de uma empresa, então certamente não estava confortável no começo”, afirmou. No entanto, ele se costumou rapidamente. Em menos de três anos, foi promovido para CEO.

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Muito jovem no novo cargo e sem nunca ter trabalhado com o setor antes, Schwartz decidiu “arregaçar as mangas” e começou a trabalhar nas cozinhas do fast-food, na tentativa de acompanhar como era o dia a dia e buscar alternativas melhores.  

Durante meses, o executivo dividiu seu tempo entre os escritórios corporativos e as cozinhas do restaurante onde fazia de tudo um pouco: montava lanches, anotava pedidos, servia os clientes e até limpava os banheiros. Ele conta que a experiência deu certo, porque a partir disso viu o que precisava ser mudado dentro da rede.

Schwartz também trouxe uma redução às despesas corporativas, diminuindo as vantagens dos executivos. Ao mesmo tempo que negociou acordos com operadoras de restaurantes no Brasil, China, Rússia e outros mercados internacionais, o que ajudou a aumentar o número de Burger Kings em todo o mundo em 21% para 16.768 unidades, em quatro anos.

As vendas começaram a crescer após anos de estagnação. Em seguida, a 3G Capital acertou um acordo para comprar a rede canadense de café Tim Hortons em 2014 e criou uma nova empresa multinacional: Restaurant Brands International. 

Este ano, a multinacional incluiu a rede “Popeyes Louisiana Kitchen” em seu portfólio em um acordo de US$ 1,8 bilhão. Quando Schwartz assumiu o Burger King, seu valor de mercado foi estimado em cerca de US$ 9 bilhões. A Restaurant Brands é agora a terceira maior empresa de fast-food do mundo considerando a participação de mercado e avaliada em US$ 27 bilhões, segundo o site. No último ano, o preço das ações subiram mais de 35%. Schwartz, agora com 36 anos, ganha mais de US$ 500 mil por mês. 

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.