Como montar um currículo que nenhum empregador vai recusar

Para além das dicas básicas, como bom português, informações claras, ressaltar seus pontos fortes e sinceridade, uma característica pode fazer toda a diferença: o autoconhecimento

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – O mercado de trabalho está, aos poucos, reaquecendo. Embora com o tempo as tendências mudem e os objetivos sejam outros, uma regra segue válida: um bom currículo chama a atenção de qualquer recrutador na hora de selecionar candidatos.

A dúvida que sempre surge é: como montar um CV que seja irrecusável? Para além das dicas básicas, como bom português, informações claras, ressaltar seus pontos fortes e sinceridade, uma característica pode fazer toda a diferença: o autoconhecimento.

Pode parecer subjetivo, mas saber quem você é e como se comporta diante das situações profissionais vai ajudar você a montar um currículo bem equilibrado. “Quando falamos em autoconhecimento significa colocar nosso estoque de vida no papel, vamos organizar o que já vivemos profissionalmente no currículo”, explica Rebeca Toyama, coach desenvolvedora de líderes.

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Segundo ela, um bom currículo deve ser analisado em dimensões que estão ligadas a 4 áreas: conhecimento (racional), relações (emocional), experiência (concreto) e propósitos (subjetivos). Para Toyama, a montagem de um currículo é um quebra-cabeças: o entrevistador está  interessado no que você tem e aprendeu até aqui.

Essas quatro dimensões fazem parte da esfera do autoconhecimento e são muito importantes, porque mostram como você consegue se dar bem em diferentes situações. “E assim, o recrutador não invalida nenhuma característica. A ideia é montar um CV que agrade qualquer gestor, que apresente uma mistura de temperamentos”, explica. 

Vale dizer que o gestor não precisa entender dessas dimensões, mas, ao ler, vai querer conhecer o candidato apresentado. A responsabilidade de montar o currículo com o quadrantes equilibrados é do profissional que quer o emprego.

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Confira como funcionam os quadrantes:

  1. Conhecimento (racional): você precisa ser capaz de olhar a sua biografia, história de vida e conseguir pensar tudo que possui em termos de conhecimento. Tudo pode ser usado. “Se eu não tenho clareza do meu conhecimento, do que eu entendo e posso falar, não sei onde me encaixo e como uso essa sabedoria no trabalho”, diz Toyama. Aqui a dica é mencionar seus conhecimentos e títulos de forma prática, isto é, relacionando-os às necessidades da empresa, função ou vaga.
  2. Relações (emocional): como aplico conhecimento para ajudar cidadãos comuns, empregadores, gestores e líderes. “O empregador não está preocupado se entregar um resultado ou outro foi difícil. Se você conseguir mostrar que o que sabe ajuda o empregador a fazer alguma coisa, é isso que vai ganhar a atenção do recrutador. Precisa entender o que sabe fazer e como mostrar que se encaixa com o que o chefe precisa”, explica. Aqui vale incluir as sua “softs skills”, habilidades como resiliência, empatia, colaboração e comunicação, etc, todas as competências baseadas em inteligência emocional.
  3. Experiência (concreto): você deve colocar no currículo o que você gerou de resultados e benefícios ao longo da carreira de forma objetiva e clara. “As pessoas não colocam o que fizeram de bom no currículo. Como se fosse pecado admitir que você fez algo bem feito. Precisa colocar informações de resultados, isso precifica seu salário – sempre diga no que você é bom”, diz Toyama.
  4. Propósitos (subjetivo): você precisa colocar no currículo como os seus valores se somam ao propósito da empresa. “A missão do indivíduo deve ser agregadora a missão da empresa e vice e versa, isso porque a relação empregatícia fica difícil caso não estejam conectados”, diz a especialista.  

Segundo Toyama, você tem a resposta para qualquer desafio se olhar e souber analisar sua história. “O autoconhecimento serve para que o indivíduo olhe o panorama e busque o que precisa. Nunca negue seu passado, você pode precisar de um ingrediente antigo no futuro”, afirma a especialista.

A área de recrutamento e seleção está cada vez mais informatizada – ainda mais quando se trata de 500 currículos para uma vaga, por exemplo. E é verdade que a inteligência artificial é mais acurada para fazer garimpo de dados, mas vale lembrar um bom currículo é primeiro passo para uma boa entrevista.

Ela fica mais fluída e mais fácil para o candidato e para o empregador. Então, montar o currículo incluindo esse processo de autoconhecimento pode fazer você conquistar a vaga dos sonhos. 

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.