Quanto mais caos, melhor: empresa vê lucro subir 20% com a volatilidade do mercado

Companhia teve lucro e receita favorecidos pelos maiores volumes de negócios entre julho e setembro, puxados pela maior volatilidade do mercado financeiro doméstico

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Para muitos investidores a atual volatilidade do mercado pode complicar na hora de fazer um investimento. Com tantas variáveis afetando a Bolsa e os negócios, muitas pessoas estão tentando encontrar qual o melhor ativo para se investir. Mas este cenário trouxe muitas vantagens para uma companhia no terceiro trimestre. A Cetip (CTIP3), maior central depositária e câmara de compensação de títulos privados da América Latina, viu seu lucro subir 20% com esta volatilidade.

A empresa teve tanto o lucro quanto a receita favorecidos pelos maiores volumes de negócios entre julho e setembro, puxados pela maior volatilidade do mercado financeiro doméstico, o que se sobrepôs a maiores despesas no período. O lucro ficou em R$ 130,15 milhões, ficando levemente acima do que era esperado.

A volatilidade do mercado financeiro doméstico no período impulsionou em 88,4% as receitas com registro de derivativos de balcão. Já a unidade de financiamento, que inclui os gravames de financiamentos de veículos, teve receita 10,1% maior. Por outro lado, as despesas operacionais tiveram aumento de 38% no comparativo anual, para R$ 134,8 milhões. A Cetip citou maiores custos com serviços de terceiros, afetada pelo novo modelo de sistema de contratos de financiamento de veículos em São Paulo.

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O balanço da Cetip reforçou o otimismo dos analistas com a companhia, e a equipe do BTG Pactual, lideradas por Eduardo Rosman e Gustavo Lobo, reiterou sua recomendação de compra para os papéis, deixando a empresa como sua “top pick”. “Apesar de estar enfrentando um cenário desafiador, nós atualizado a Cetip em julho, em parte devido à sua capacidade de entregar resultados sólidos, apesar da desaceleração macro”, disseram.

A dupla reforça o case defensivo da companhia, algo que “merece um prêmio em tempos conturbados”, além de afirmar que problemas de regulamentação devem se dissipar com a Cetip tendo uma relação mais direta com os bancos.

“Vemos também um novo leque de alternativas para o case de investimento (não incluído no nosso modelo) que devem gradualmente aparecer, trazendo ainda mais chances de upside (principalmente de produtos imobiliários) – ou, pelo menos, compensar qualquer potencial queda”, afirmaram os analistas do BTG.

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Segundo o diretor Financeiro, Corporativo e de Relações com Investidores da Cetip, Willy Jordan, tanto as despesas quanto as receitas tiveram influência da mudança no modelo de cobrança nos registros de contratos de financiamento de veículos.

Segundo ele, embora possa haver altos e baixos trimestrais, o plano da Cetip é conservar suas despesas crescendo, no máximo, na mesma velocidade da receita líquida. Jordan evitou dar detalhes sobre o anúncio feito essa semana pela Cetip e pela BM&FBovespa, de que iniciaram tratativas para uma possível união. “Por enquanto, não estamos fazendo nem deixando de fazer nada por causa de anúncio”, afirmou.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.