Itaú capta US$ 100 milhões em operação inédita usando blockchain

Esta foi a primeira vez que um banco fez um empréstimo sindicalizado (club loan) usando a tecnologia blockchain, a mesma por trás do Bitcoin

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em uma operação inédita na América Latina, o Itaú Unibanco fez uma captação de US$ 100 milhões junto ao Standard Chartered e Wells Fargo. Esta foi a primeira vez que um banco fez um empréstimo sindicalizado (club loan) usando a tecnologia blockchain, a mesma por trás do Bitcoin.

Segundo os bancos, esta foi a primeira prova de conceito (Proof of Concept, em inglês) da primeira plataforma de Blockchain da América Latina para uma operação neste formato. Para o desenvolvimento da operação, foi utilizada a plataforma Corda Connect do consórcio da R3.

O Blockchain tem sido uma das tecnologias mais inovadoras do mundo e visa a descentralização do processo, criando uma espécie de “livro-razão” em que são registradas todas as informações da operação de forma segura e compartilhada com toda a rede, de forma que seja impossível fraudar ou alterar as informações.

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Todos os dados registrados na rede são criptografados para garantir a legitimidade da informação e que o conteúdo tenha sido originado por um participante autorizado. Além disso, a existência da base de dados compartilhada evita conflitos que poderiam surgir quando diversos agentes participam de uma só transação.

Com essa plataforma Blockchain, os participantes conseguiram monitorar as revisões dos contratos do empréstimo, comentários, e a sequência de aprovações de forma segura, transparente e sem papel. Como as sequências das alterações dos documentos são preservadas, os participantes podem rastrear e posteriormente auditar as alterações até o fechamento da operação.

“O principal objetivo da transação era testar a capacidade dos bancos de desenvolver tecnologia de ponta, que moldará o setor no futuro”, explica Ricardo Nuno, Diretor de Tesouraria Banking do Itaú Unibanco. Segundo ele, a plataforma desenvolvida aprimorou e facilitou a comunicação dos bancos em um processo centralizado e sem o uso de papel, com potencial efetivo de agregar ganhos de eficiência.

O Itaú ainda explicou que simulações foram realizadas com sucesso em três etapas deste processo: negociação dos termos e condições do contrato; cumprimento das condições precedentes à assinatura; além da assinatura propriamente dita.

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“A plataforma Blockchain tem o potencial de conferir significativos ganhos operacionais, financeiros e tecnológicos para todos os envolvidos. O teste da plataforma comprovou seu potencial de redução de custos e ganhos de eficiência no processo de negociação do contrato e nas demais fases das transações tradicionalmente envolvidas em um Club Loan”, afirma Germana Cruz, head de Instituições Financeiras para a América Latina do Standard Chartered.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.