Petrobras pode vender Liquigás; OGPar quer retomar produção e 8 resultados no radar

Confira os principais destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – A temporada de balanços ganha destaque no noticiário corporativo desta sexta-feira (28). Entre os destaques, a Raia Drogasil, Hering e a Embraer divulgaram seus números do primeiro trimestre. Confira os destaques:

Petrobras
Assembleia de acionistas da Petrobras (PETR3; PETR4) aprovou na quinta-feira Luiz Nelson Guedes de Carvalho, economista e contador, para seguir na presidência do Conselho de Administração da estatal, conforme indicação do controlador, o governo federal.

Acionistas também aprovaram outros nomes indicados pelo governo, como Aldemir Bendine, presidente-executivo da Petrobras, numa assembleia que manteve a maioria dos conselheiros, segundo ata divulgada na noite de quinta-feira.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, e o engenheiro civil Segen Estefen, também indicados pelo governo, continuarão no colegiado, segundo decisão da assembleia.

Os acionistas da Petrobras aprovaram Guilherme Ferreira e Walter Mendes de Oliveira Filho para representarem minoritários no Conselho. Ambos também já estavam no colegiado. A assembleia de acionistas da Petrobras aprovou ainda as nomeações de Petros Papathanasiadis, Durval José Santos e Jerônimo Antunes, os três indicados pelo governo.

Betânia Coutinho, eleita pelos funcionários da Petrobras para representá-los no Conselho, foi chancelada pelos acionistas. O prazo de gestão dos novos membros do conselho é de dois anos. A assembleia aprovou ainda uma reforma de estatuto social da empresa, com um novo modelo de governança.

Continua depois da publicidade

Além disso, segundo o Estadão, a Liquigás, distribuidora e comercializadora de botijão de gás da Petrobras, começa a receber na semana que vem propostas para a venda de seu controle. Vice-líder nesse segmento, a companhia é cobiçada pelos seus principais concorrentes. A Ultragaz, do grupo Ultra; a Supergasbrás, do grupo holandês SHV, terceiro do setor; além da Copagaz, do empresário Ueze Zahan, estão entre os principais interessados no negócio, avaliado entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão, segundo o jornal.

Embraer
A fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3) registrou lucro líquido atribuído aos acionistas controladores da companhia de R$ 385,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 196,1 milhões apresentado no mesmo período do calendário anterior. Enquanto isso, a margem líquida da companhia ficou em 7,6%, comparada a uma margem negativa de 6,4% no primeiro trimestre de 2015.

Segundo a companhia, a queda dessa despesa se deu especialmente pelo efeito da valorização de 9% do real frente ao dólar no primeiro trimestre, que gerou um crédito de Imposto de Renda e contribuição social sobre itens não monetários.

As receitas líquidas entre janeiro e março alcançaram R$ 5,05 bilhões, com aumento de 64,5% sobre o mesmo intervalo do ano anterior. Já O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) cresceu 50% no comparativo anual, para R$ 643,8 milhões.

BRF
O lucro líquido da BRF (BRFS3), maior exportadora de carne de frango do mundo e uma das maiores fabricantes de alimentos processados do país, recuou 91,5% no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2015, para R$ 39 milhões.

O resultado refletiu um forte aumento das despesas financeiras, principalmente devido à variação cambial, e também uma piora do resultado operacional.

O resultado financeiro da companhia ficou negativo em R$ 604 milhões, ante R$ 108 milhões negativos um ano antes, disse a companhia em seu relatório de resultados. Somente com a variação cambial, a empresa perdeu R$ 202 milhões no trimestre.

Cia Hering
A Cia Hering (HGTX3) mostrou queda em todas as linhas de seu balanço no 1° trimestre. O lucro líquido da varejista caiu 29,5% no 1° trimestre de 2016, indo para R$ 29,27 milhões, enquanto a receita líquida recuou 9,4%, para R$ 314,35 milhões no período.

A empresa viu suas vendas no segmento “mesmas lojas” (que considera lojas abertas há mais de um ano) caíram 5,5% no trimestre.O Ebitda recuou 22,6% no trimestre, indo para R$ 36,49 milhões, levando a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) para retração de 2 ponto percentual, passando de 12% para 9,3%. 

Segundo a varejista, as incertezas sobre o cenário de vendas continuarão a ter impacto sobre os resultados da empresa em 2016. “Por mais um trimestre os efeitos do declínio do cenário macroeconômico exerceram influência negativa no desempenho de franquias e multimarcas”, disse a empresa em seu relatório de resultados, acrescentando que o desempenho das marcas continua afetado pela retração do consumo e da renda. Segundo a Cia Hering, “a desaceleração da economia se intensificou no início do ano” e isso aumenta as incertezas em relação às vendas em 2016.

Cteep
A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (TRPL4) registrou lucro líquido de R$ 98,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, o que corresponde a um crescimento de 13,5% frente igual período de 2015.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) somou R$ 151,5 milhões entre janeiro e março, alta de 36,2% ante mesma etapa do ano passado. A margem Ebitda alcançou 56,2%, o que significa um salto de 12,4 pontos porcentuais frente o reportado um ano antes.

Entre janeiro e março, a receita operacional líquida consolidada somou R$ 237,4 milhões, aumento de 17,6% em relação ao mesmo período de 2015, quando registrou R$ 201,9 milhões. A companhia explica que o aumento é resultado da correção monetária do IPCA (8,47%) referente ao ciclo da Receita Anual Permitida (RAP) de 2014/2015 para o ciclo 2015/2016, da inclusão do recebimento do Custo Anual das Instalações Móveis e Imóveis (CAIMI) a partir de julho de 2015 e da entrada em operação de novos investimentos no valor de R$ 4,2 milhões.

A companhia também divulga seus números pelo critério regulatório. Neste caso, o lucro líquido do primeiro trimestre cresceu 7,3% em relação à mesma etapa do exercício anterior e atingiu R$ 66,1 milhões. Já o Ebitda consolidado somou R$ 124,4 milhões, 28,7% superior ao reportado em igual período de 2015. A margem Ebitda alcançou 52,4%, ante os 47,9% anteriores.

A diferença é resultado, principalmente, de um ajuste de R$ 32,1 milhões na Receita Operacional Líquida, devido ao reconhecimento de receita de infraestrutura e da receita dos ativos da concessão, no montante de R$ 82,3 milhões, combinado com a reclassificação da Receita de operação e manutenção (O&M) e de PIS e Cofins diferidos, no montante de R$ 50,2 milhões; e de um ajuste de R$ 17 milhões na equivalência patrimonial, em decorrência de ajustes nas controladas pela adoção do IFRIC 12 que impactam, principalmente, a contabilização das receitas de infraestrutura e dos ativos da concessão.

RaiaDrogasil
A RaiaDrogasil (RADL3) encerrou o primeiro trimestre de 2016 com lucro líquido de R$ 90,1 milhões, o que representa um aumento de 27,4% na comparação com os três primeiros meses de 2015. A estimativa dos analistas consultados pela Bloomberg era de R$ 90,5 milhões. 

O lucro líquido ajustado, que considera o benefício de amortização de ágio, foi de US$ 100,8 milhões, alta de 23,8%. A companhia concluiu, em 1° de outubro, a aquisição de 55% de participação da empresa 4Bio. A receita líquida da companhia cresceu 25,5% no período, passando de R$ 2,004 bilhões para R$ 2,515 bilhões, com destaque para as vendas do segmento de perfumaria, que subiram 27,3%. As vendas no conceito mesmas lojas tiveram alta de 16%.

SulAmérica
A SulAmérica (SULA11) registrou lucro líquido de R$ 105,9 milhões no 1° trimestre, alta de 2,4% na comparação com o mesmo período de 2015. As receitas totais operacionais acumularam R$ 3,9 bilhões, sendo R$ 3,7 bilhões da área de seguros. Dentro desse segmento, a parte de seguros de saúde e odontológico atingiram receita de R$ 2,9 bilhões no período, crescimento de 13,5% na mesma base de comparação.

No período, o índice de sinistralidade da companhia atingiu 76,7% no 1° trimestre de 2016, contra 77,5% no mesmo trimestre de 2015. O ROAE (Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido) da companhia alcançou 15,9%, aumento de 0,9 ponto percentual.

Paranapanema
A Paranapanema (PMAM3), maior produtora brasileira de cobre refinado, viu seu lucro cair 96% no primeiro trimestre de 2016, para R$ 2,68 milhões – ante R$ 74,18 milhões um ano antes. Na mesma comparação, o Ebitda ajustado recuou 16%, fechando os três primeiros meses do ano em R$ 91,16 milhões.

Enquanto isso, a receita líquida registrou leve alta de 9%, passando de R$ 1,21 bilhão para R$ 1,32 bilhão, ao passo que o volume de vendas da companhia caiu 4%, para R$ 69,21 milhões.

Segundo a companhia, durante o primeiro trimestre, foi alcançado uma produção recorde de Cobre Primário (cátodos), contribuindo para a diluição de custos fixos e alavancando as vendas, principalmente para o mercado externo, com o objetivo de continuar compensando a desaceleração no mercado doméstico.

Grendene
A Grendene (GRND3) encerrou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 143,6 milhões, valor 4,2% acima do lucro apurado no mesmo intervalo de 2015. A companhia informou ter considerado o resultado positivo diante do cenário de recessão econômica e de encolhimento do mercado de calçados como um todo. A receita líquida da companhia atingiu R$ 475,8 milhões no primeiro trimestre, com queda de 10,5%. Em volume as vendas totais da empresa caíram 25,3% no trimestre, chegando a 34,9 milhões de pares.

O Ebitda somou R$ 96 milhões, o que representou uma queda de 23,3% em relação ao primeiro trimestre de 2015, enquanto a margem Ebitda teve queda de 3,3 pontos percentuais, para 20,2%. A margem de lucro líquido avançou 4,3 pontos percentuais no trimestre, chegando a 30,2%.

BR Malls
A Blackstone, empresa de private equity americana, tem interesse na BR Malls (BRML3), a maior companhia de shopping centers do país, mas um plano de aquisição da brasileira saiu do foco do grupo estrangeiro nas últimas semanas. As informações são do Valor Econômico.

OGPar
A OGPar (OGXP3) informou que protocolou solicitação para retomada de produção no Campo de Tubarão Martelo, em 26 de abril, na ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). A solicitação está sujeita à aprovação da agência, que tem um prazo de até 60 dias para analisar a proposta.

A OGPar diz que tem intenção de voltar a produzir no campo “tendo em vista a elevação no preço do petróleo ocorrida nas últimas semanas” e assim, permitir geração de caixa para a OGX, em um cenário mais favorável do mercado da commodity.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.