As 13 ações para ficar de olho no início do pregão desta quinta-feira

Os destaques da economia e da política no Brasil e no mundo para você operar bem neste pregão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O grande destaque desta manhã fica para a aprovação do texto principal da reforma da Previdência em comissão especial. Porém, do lado negativo, está a forte queda das commodities, que deve contrabalancear a visão positiva com o avanço das reformas. O mercado também digere a intensa temporada de resultados, com atenção especial para os números da Ambev e Suzano. Veja os destaques desta quinta-feira (4):

1. Ações para monitorar
Ambev
(ABEV3):  A Ambev encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de 2,316 bilhões de reais, uma queda de 20,1 por cento em relação ao mesmo período de 2016, de acordo com dados divulgados pela companhia de bebidas nesta quinta-feira.
Gerdau (GGBR4): O grupo siderúrgico Gerdau teve prejuízo líquido ajustado de 34 milhões de reais no primeiro trimestre, revertendo resultado positivo de 14 milhões obtido no mesmo período de 2016. A companhia informou ainda no balanço que projeta investimentos da ordem de 1,3 bilhão de reais em 2017.
Suzano (SUZB5): A Suzano Papel e Celulose teve queda de 60 por cento no lucro líquido do primeiro trimestre, para 450 milhões de reais, informou a companhia na quarta-feira. A companhia informou no balanço que projeta investimentos de 1,8 bilhão de reais neste ano, mesmo nível do aplicado em 2016, excluindo a aquisição de terras e florestas no Maranhão.
Totvs (TOTS3): A Totvs reportou um lucro líquido de R$ 31,4 milhões no primeiro trimestre de 2017, uma queda de 36,9% na comparação com o mesmo período de 2016. Os resultados divulgados após o fechamento do pregão desta quarta-feira (3) apontam ainda que a a receita líquida ficou R$ 560,1 milhões nos três primeiros meses do ano, um avanço de 1,6% na mesma base comparativa.  
Profarma (PRFM3): A Profarma teve um prejuízo líquido de R$ 27,1 milhões no primeiro trimestre, triplicando as perdas de R$ 9,3 milhões frente o mesmo período do ano passado. 
ABC Brasil (ABCB4): O lucro líquido recorrente do ABC Brasil foi de R$ 111,2 milhões, uma alta de 16,3% ante o primeiro trimestre de 2016.  O ROAE recorrente foi de 15,1% ante 15% no ano passado. 
Arezzo (ARZZ3): O lucro líquido da Arezzo subiu R$ 22,2 milhões no primeiro trimestre de 2017, alta de 51,1% na comparação anual. A Arezzo terminou o trimestre com o crescimento de 2,7% da área de lojas nos últimos doze meses.
Locamerica (LCAM3): A Locamerica mais que dobrou seu lucro líquido entre o primeiro trimestre de 2016 e o mesmo período de 2017, de R$ 5,5 milhões para 12,4 milhões, segundo comunicado divulgado nesta quarta. 
RD, ex-Raia Drogasil (RADL3): A RD teve a recomendação reduzida de outperform para neutro pelo Bradesco BBI, com o preço-alvo sendo reduzido de R$ 78,00 para R$ 76,00. 
Petrobras (PETR3;PETR4): Novas regras publicadas pelo governo nesta quarta-feira para leilões de pré-sal, que permitirão que a Petrobras desista da operação de áreas ainda durante as licitações, foram reprovadas pela associação que representa as petroleiras no Brasil, que considerou que as medidas geram incertezas para os investidores. As normas, válidas para os dois leilões do pré-sal deste ano previstos para 27 de outubro, favorecem a estatal, segundo especialistas consultados pela Reuters. O decreto de regulamentação, publicado no Diário Oficial da União, garante que a petroleira não seja obrigada a permanecer em um consórcio nas disputas onde exerceu o direito de preferência caso o lance vencedor fique acima do que ela considera um negócio interessante. No entanto, a medida poderá prejudicar a atração de investimentos, na avaliação do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), que representa as petroleiras no Brasil.
Vale (VALE3; VALE5): Os papéis da empresa devem reagir à queda de quase 8% nos contratos futuros do minério de ferro negociados na China. No pré-market da bolsa de Nova York, os ADRs (American Depositary Receipts) da companhia recuavam mais de 1% nesta manhã.
CVC (CVCB3): A operadora de turismo CVC anunciou na quarta-feira acordo para adquirir a maior parte das operações do grupo de turismo Trend por até 258,8 milhões de reais. A CVC afirmou que vai comprar 90 por cento das ações da Check In Participações, que faz parte da Trend e vai consolidar todos os negócios relevantes do grupo, após uma reorganização societária.
Oi (OIBR4): Fontes disseram à Bloomberg que a Brookfield Asset Management está se juntando a um grupo de credores da telefônica. A Brookfield teria se unido ao comitê dirigente do grupo de credores assessorado pela Moelis & Co. na semana passada. A decisão da Brookfield fortalece o grupo assessorado pela Moelis, que já conta com suporte da agência China Development Bank. O grupo, que tem o suporte do bilionário egípcio Naguib Sawiris, apresentou em dezembro uma sugestão de plano para reestruturação da Oi, em processo de recuperação judicial desde junho do ano passado. A proposta está sendo revisada com base nas sugestões recebidas também de outros credores. Nem o Moelis nem o Brookfield não quiseram comentar o assunto. 

 

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2. Bolsas mundiais

As bolsas europeias registram um dia de alta de olho na temporada de balanços, com destaque para o resultado acima da expectativa de grandes empresas como o HSBC no primeiro trimestre, além de repercutir o debate presidencial entre Marine Le Pen e Emmanuel Macron na França. O candidato centrista  foi considerado “mais convincente” que sua rival no debate, de acordo com 63% dos entrevistados ouvidos pela emissora “BFMTV”. O mercado também repercute o Fomc, que manteve os juros na tarde de ontem e sinalizou para duas altas ao longo de 2017. 

Já na Ásia, os mercados acionários da China ampliaram as quedas nesta quinta-feira, fechando nas mínimas de três meses, depois que uma pesquisa que mostrou uma atividade mais fraca do setor de serviços levantou preocupações sobre os crescentes riscos econômicos.  O crescimento do setor de serviços da China foi o mais fraco em quase um ano em abril, com os receios de um crescimento econômico mais lento prejudicando a confiança das empresas, mostrou a pesquisa PMI.  A maioria das outras bolsas asiáticas também recuou, acompanhando a sessão fraca em Wall Street.

No mercado de commodities, os metais em Londres ampliam queda e minério cai em Dalian, fustigados pelos estoques elevados de cobre, receios sobre demanda na China e fortalecimento do dólar. Vale ressaltar que, na última quarta-feira, o cobre teve a sua pior sessão em 19 meses, ao cair 3,49% em meio às preocupações sobre o crescimento chinês. O petróleo também retoma queda com alta da produção dos EUA. 

Às 8h08, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) +0,50%

*CAC-40 (França) +0,94%

*DAX (Alemanha) +0,94%

*Xangai (China) -0,26% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,05% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,70% (fechado)

*Petróleo brent -1,30%, a US$ 50,13 o barril

*Petróleo WTI -1,25%, a US$ 47,22 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian -7,97%, a 485 iuanes

3. Agenda

Os destaques domésticos ficam com os PMIs de Serviços e Composto do Brasil, às 10h, e o leilão tradicional de LTN e LFT que o Tesouro Nacional realiza, às 11h30. Nos Estados Unidos, atenção para a balança comercial de março e os números de pedidos de auxílio-desemprego, às 9h30, e as encomendas à indústria, às 11h. 

Veja a agenda completa de indicadores clicando aqui

Entre os dados já divulgados, o  PMI composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu para 56,8 em abril, de 56,4 em março, atingindo o maior nível em seis anos, segundo dados finais publicados pela IHS Markit. O resultado veio um pouco acima da expectativa de analistas consultados pela Dow Jones Newswires e da estimativa prévia de abril, que eram de 56,7 em ambos os casos. A leitura acima da marca de 50,0 também marcou o 46º mês consecutivo de expansão da atividade no bloco.

4. Reforma da previdência

O mercado também deve reagir à aprovação do texto-base do projeto de
reforma da Previdência na comissão especial por 23 votos a 14, quatro votos a mais do que o mínimo de 19. O governo obteve 62% dos 37 votos da comissão; em
plenário, serão necessários 60%, ou 308 de 513. Porém, este placar não significa vida fácil para o governo, conforme aponta reportagem da Reuters: mesmo com o placar desta quarta na votação do texto-base, a avaliação de parlamentares tanto aliados, quanto da oposição, é que no momento o governo não tem os votos necessários para ter a proposta aprovada.

Vale destacar que a sessão da comissão foi interrompida durante a votação dos destaques em meio à invasão de um grupo de agentes penitenciários. A sessão foi interrompida e só deve ser retomada na terça-feira (9). Antes, o presidente da comissão, Carlos Marun (PMDB-MS), quer discutir a questão de segurança da Casa.

5. Operação Lava Jato

O noticiário sobre a Operação Lava Jato também é movimentado. Nesta manhã,  a Polícia Federal (PF) deflagrou a 40ª fase da Operação, chamada Asfixia. A ação tem como alvo empresas e seus respectivos sócios suspeitos de envolvimento em um esquema de repasses ilegais de empreiteiras para funcionários da Petrobras na obtenção de contratos.  De acordo com a PF, estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, dois de prisão temporária e cinco de condução coercitiva nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e Minas Gerais.

Atenção ainda à repercussão da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin de que o mérito do habeas corpus do ex-ministro Antonio Palocci será julgado pelo plenário do STF. Fachin tomou a decisão após rejeitar, na tarde de ontem, pedido de liminar para soltar o ex-ministro, preso em setembro do ano passado na Operação Lava Jato. Fachin tinha sido voto vencido na 2ª turma do STF em decisão que libertou o ex-ministro José Dirceu e aumentou os rumores de que Palocci poderia desistir de uma delação premiada. Contudo, a colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, aponta que a decisão do Supremo de soltar presos como Dirceu e Eike Batista dificilmente alterará a disposição de Palocci de fazer delação premiada. Criminalistas próximos a ele dizem que o ex-ministro deve seguir nas negociações com a Lava Jato. A colunista também informa que, na próxima sexta-feira (5), Renato Duque, ex-diretor da Petrobras ligado ao PT, deve mirar em Lula no depoimento que dará a Moro.

(Com Reuters, Agência Estado e Agência Brasil) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.