Bolha de tecnologia? Conheça o FAANG, grupo de ações que está derrubando a Nasdaq

Sigla que junta cinco das maiores empresas de tecnologia do mundo ajuda a entender a derrocada do setor na bolsa americana

Rodrigo Tolotti

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Na última sexta-feira (9), uma mudança “repentina” nas ações de companhias tecnológicas derrubou o índice Nasdaq nos Estados Unidos, que caiu 2%, e afetou até o humor do mercado brasileiro. Passado o fim de semana, parece que o humor dos investidores não melhorou e estes ativos seguem em “queda livre” em Wall Street.

O peso vem do grupo chamado FAANG (sigla para Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Alphabet – antigo Google), que no último pregão desabaram mais de 3% e com um forte volume. Com grande participação nos índices, um recuo como esses afeta o rumo de todo o mercado.

Passado o “rali Trump”, com início após a eleição de novembro e fim em meados de março, as ações de energia, financeiras e industriais perderam força. Estes três setores foram apontados como os principais vencedores da agenda “pró-crescimento” do presidente. Com isso, os investidores se voltaram para as antigas “vencedoras” de Wall Street, as tecnológicas, em especial o FAANG.

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O setor já vinha de fortes ganhos nos últimos anos diante de um cenário de bons resultados entregues mesmo com a economia americana crescendo em ritmo ainda lento. Para se ter uma ideia, em quatro anos, o Facebook subiu 544%, a Amazon valorizou 268%, a Apple ganhou 170%, a Netflix avançou 441% e o Alphabet subiu 124%. No mesmo período, o Nasdaq teve ganhos de 84% e o S&P 500 de 50%.

E para quem está no mercado a mais tempo já deve saber que quando papéis estão muito esticados – ainda mais quando são as empresas mais valiosas da bolsa -, a queda tende a ser ainda mais acentuada. E é esta a visão dos analistas para o cenário atual em Wall Street.

O Goldman Sachs acredita que além de uma mudança de momentum, muitos investidores estão relembrando o passado, com diversos casos de alta exagerada de ativos de tecnologia. Uma das histórias mais recentes em Wall Street é das empresas de biotecnologia, que quadruplicaram de valor em quatro anos até 2015, para depois perderem um terço de valor de mercado.

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A questão aqui não é tão assustadora assim, já que estas cinco empresas são muito mais resilientes, mas os analistas acreditam que os investidores estão reavaliando o cenário, tentando até evitar realmente uma grande bolha.

Em entrevista para a CNBC, Stacey Gilbert, chefe de estratégia da Susquehanna, prevê que “é o começo de uma maior volatilidade no setor”. “Eu acho que os investidores estão reavaliando o valuation aqui”, disse. “Há apenas um controle de sanidade, com mais e mais pessoas falando sobre o quão caras são essas ações”.

No mercado de opções, “algumas pessoas pensam que podemos estar iniciando essa tendência em que a tecnologia agora se tornará menos querida”. Resta ver se esse cenário realmente irá durar e o quanto isso irá afetar os índices nos EUA e no mundo.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.