Exportação de 5 frigoríficos para EUA é suspensa e Cade pode vetar fusão Kroton-Estácio; Petrobras e mais no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (21) na B3

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo tem como destaque nesta quarta-feira os acordos individuais da Petrobras nos EUA, a venda de ativos planejada pela JBS, mais uma má notícia para frigoríficos e a fusão ameaçada entre a Kroton e a Estácio. Confira mais notícias de empresas:

Petrobras (PETR3;PETR4)

Conforme destaca o jornal O Globo, a Petrobras está concentrando esforços nas negociações para fechar acordos com sete investidores que entraram com ações individuais na Justiça americana contra a estatal. 

Porém, apesar da disposição para o diálogo, a empresa ainda terá de lidar com uma ação coletiva (class action) na Corte Federal de Nova York, que está suspensa desde agosto do ano passado e que pode pesar sobre as contas da empresa. Segundo fontes ligadas à estatal ouvidas pelo jornal, não há chance de negociação com o escritório que coordena a ação, o Pomerantz.

JBS (JBSS3)

Ontem, a JBS anunciou seu plano de investimentos com a intenção de angariar R$ 6 bilhões e, segundo informa o Valor Econômico, a venda da Moy Park é maior aposta no plano de desinvestimento da JBS, que atrai o grupo chinês WH, dono da americana Smithfield Foods.

Além disso, em reunião realizada na semana passada, o conselho de administração da JBS tomou conhecimento da renúncia de Francisco de Assis e Silva ao cargo de Diretor Executivo de Relações Institucionais da companhia. Ele também era membro do Comitê de Sustentabilidade. Na mesma reunião do dia 13 foi realizada a escolha de Gilberto Xandó, presidente da Vigor, para o conselho, no lugar de Joesley Batista. Humberto Junqueira de Farias foi escolhido como presidente do Comitê Financeiro e de Gestão de Riscos. Foi definida ainda a fusão do Comitê de Governança com o de Gestão de Pessoas, que será presidido por Tarek Farahat.

Ainda sobre frigoríficos, o Ministério da Agricultura suspendeu as exportações de cinco frigoríficos para os EUA, depois de autoridades sanitárias americanas identificarem irregularidades provocadas pela reação à vacina de febre aftosa, informa o Estadão. A proibição continuará em vigor até que sejam adotadas “medidas corretivas”, disseram técnicos do ministério. 

Os EUA foram um dos poucos países que não interromperam a compra de carne do Brasil depois de a operação Carne Fraca, lançada em março, identificar problemas sanitários em várias plantas exportadoras. Imposto pelo Ministério da Agricultura na sexta-feira, o bloqueio atinge três estabelecimentos da Marfrig, um da Minerva e um da JBS.

Kroton (KROT3) e Estácio (ESTC3)

A fusão entre os grupos de ensino Kroton e Estácio pode ser reprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), informa o Valor. A possibilidade de veto é real e discutida internamente na autoridade antitruste. De acordo com fontes ouvidas pelo jornal, somente a relatora do caso, Cristiane Alkmin, é a favor da fusão com restrições – a principal seria a venda da Anhanguera, instituição adquirida pela Kroton em 2014. Outro conselheiro, João Paulo de Resende, é totalmente contrário à transação e os demais integrantes do colegiado, Alexandre Cordeiro, Paulo Burnier e Gilvandro Araújo devem acompanhá-lo.

Randon (RAPT4)

A Randon Implementos e Participações fechou acordo de associação (joint venture) com a Comercial Epysa Peru e sua controladora chilena Comercial Epysa para a criação de uma sociedade em comum, denominada Randon Peru, a ser instalada na capital Lima.

O aporte inicial das duas sócias na Randon Peru será equivalente a US$ 1,5 milhão e poderá, a partir do terceiro ano, chegar a US$ 3 milhões. O controle do negócio será da Randon, que deterá 51% do capital social. A participação remanescente, de 49% do capital social, será de titularidade da Comercial Epysa Peru.

“A joint venture atuará no mercado do Peru e terá como propósito a fabricação, montagem e venda de reboques e semirreboques da marca Randon, por meio da junção do know-how tecnológico da Randon com a experiência comercial da Epysa, parceira há mais de 35 anos como distribuidor Randon no Chile, e vem ao encontro com a estratégia da companhia de desenvolver novos mercados internacionais”, diz a Randon em fato relevante distribuído nesta terça-feira, 20.

“Vemos o movimento positivamente já que permitirá à Randon ter presença local no terceiro maior mercado de reboques na América do Sul, elevando a exposição internacional do grupo e a diversificação de receita”, afirma o Santander.

Embraer (EMBR3)

A Embraer foi rebaixada de outperform para market perform por Cowen

Wiz (WIZS3)

A Wiz informou a assinatura de compra de 100% da Finanseg. 

Multiplus (MPLU3)

De acordo com o Valor, a Multiplus conseguiu afastar no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) autuações contrárias à forma adotada para o recolhimento do PIS e Cofins. O Fisco cobrava diferenças do que foi pago em 2011. A decisão é da 2ª Turma da 4ª Câmara da 3ª Seção.

Debêntures

Diversas emissões de debêntures estão no radar. A EcoRodovias (ECOR3) informou que a AGE da Eco101 aprovou a emissão de R$ 25 milhões em debêntures. Já a Lojas Renner (LREN3) aprovou a 8ª emissão de debêntures, de R$ 200 milhões. Já a Sabesp (SBSP3) propõe emitir R$ 500 mi em debêntures, informou a Fitch.
(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.