DIs caem até 6 pontos após Relatório de Inflação; Ibovespa Futuro ignora exterior e abre em alta

Contratos futuros do índice sinalizam sessão re leve recuperação

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma sessão de instabilidade no mercado acionário nacional na véspera, a quinta-feira (22) começa com os investidores atentos à pauta doméstica, com os desdobramentos da crise política e a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação, pelo Banco Central. Neste pregão, o Ibovespa Futuro abriu em leve alta, descolando-se do movimento visto nas principais bolsas mundiais, com o mercado ainda digerindo o movimento das commodities nos últimos dias, sobretudo o petróleo, que registra seu pior desempenho acumulado para o primeiro semestre em 20 anos. Às 9h07 (horário de Brasília), os contratos futuros do índice avançavam 0,10%, a 61.735 pontos.

No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 recuavam 4 pontos-base, a 8,97%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 operavam em queda de 6 pontos-base, a 10,09%. No radar dos investidores, destaque para o recuo das projeções do Banco Central para a evolução dos preços, conforme mostrou o Relatório Trimestral da Inflação divulgado nesta manhã. Já os contratos de dólar futuro com vencimento em julho deste ano recuavam 0,33%, sinalizando cotação de R$ 3,332.

Confira ao que se atentar neste pregão:

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Bolsas mundiais

A sessão é de leves quedas para a maior parte das bolsas mundiais, com a cautela dos investidores persistindo em meio ao cenário para as commodities. Contudo, a leve reação do petróleo após três baixas seguidas traz alívio para moedas e ações de emergentes. 

Na Ásia, as blue-chips da China ampliaram os ganhos nesta quinta-feira e chegaram a nova máxima de 18 meses diante da animação com a decisão do MSCI de incluir as ações do país em seu índice, mas a maior parte dos ganhos foi devolvida no final do dia com os investidores realizando lucros e a fraqueza nas empresas menores afetando a confiança. 

Este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,25%

*FTSE (Reino Unido) -0,35%

*DAX (Alemanha) +0,06% 

*Hang Seng (Hong Kong) -0,08% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) -0,29% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,14% (fechado)

*Petróleo WTI +0,54%, a US$ 42,76 o barril

*Petróleo brent +0,83%, a US$ 45,19 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian 0%, a 426 iuanes

*Minério spot negociado em Qingdao, na China -0,51%, a US$ 56,53 a tonelada

Relatório de Inflação

O Banco Central reduziu a previsão para a inflação oficial neste ano de 4,0% para 3,8%, segundo aponta o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) publicado nesta manhã. Para o ano que vem, a expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 4,5%. Com relação ao PIB (Produto Interno Bruto), a autoridade monetária manteve o crescimento em 0,5% para este ano e faz uma ponderação: “a manutenção, por tempo prolongado, de níveis de incerteza elevados sobre a evolução do processo de reformas e ajustes na economia pode ter impacto negativo sobre a atividade”.

Sobre o ritmo de cortes da Selic, o documento destaca que a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) dependerá das projeções e expectativas de inflação, assim como da atividade econômica e do balanço de riscos.

Agenda econômica

Além do Relatório Trimestral de Inflação, vale destacar ainda a notícia da Folha de que a equipe econômica reduziu a previsão de recuperação do PIB em 2017, levando em conta a crise política. Em projeções mantidas, por ora, em caráter reservado, ministros e auxiliares do presidente revisaram a estimativa de crescimento de 0,5% para 0,4% este ano. 

Além do relatório de inflação, atenção para os EUA. Às 9h30, saem os dados de seguro-desemprego do país e às 11h, os números de indicadores antecedentes de maio. Às 11h, serão divulgados os dados de confiança do consumidor da zona do euro de junho. À noite, às 21h30, haverá o dado de manufatura de junho do Japão. 

Noticiário político

O STF retoma sessão sobre delação da JBS às 14h, interrompida na última quarta-feira. Ontem, o ministro Alexandre de Moraes votou contra a revisão dos termos do acordo de delação premiada da JBS. Com o voto do ministro, que também é contra a mudança de relator, o placar da votação está em 2 votos a favor da manutenção do acordo.  Na sessão de hoje, devem votar os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio, Celso de Mello e a presidente, Cármen Lúcia. A expectativa é de que a corte confirme a delação da JBS. 

Ainda no noticiário político, os jornais de hoje destacam que o governo Michel Temer mira nos “infiéis” nas votações das reformas econômicas e que planeja retaliação. De acordo com a coluna Painel, da Folha, a demissão de dois apadrinhados do senador Hélio José (PMDB-DF) foi apenas o primeiro tiro de advertência lançado pelo governo para sua base, após derrota da reforma trabalhista em comissão do Senado e o Planalto já começou a mapear outros cargos ocupados por indicados do peemedebista e também pelo PSDB e PSD, num aviso de que os votos contrários às novas regras dados por Eduardo Amorim (PSDB-SE) e Otto Alencar (PSD-BA) também serão retaliados. Vale destacar que, de acordo com o líder do governo Romero Jucá, a reforma trabalhista pode ser votada em Plenário na primeira semana de julho. 

Sobre as reformas, o Valor informa que, após participar de almoço com o presidente da República em exercício, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente interino da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG) afirmou ontem que já recomendou a Maia e a Temer que a proposta de reforma da Previdência seja desidratada e se limite a questão da idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres se aposentarem, pontos mais consensuais na base. De acordo com ele, Temer teria recebido a sugestão com “bons olhos”.

Na agenda do presidente, Temer viaja de Moscou a Oslo, na Noruega, onde participa de encontro com investidores noruegueses. Já o ministro da Fazenda Henrique Meirelles se reúne com o ministro do STF Gilmar Mendes às 11h00, com investidores institucionais às 14h, e com ministro-chefe da casa Civil, Eliseu Padilha, às 15h30. 

XP Expert

A quinta-feira marca o início da XP Expert às 14h30, evento que acontece entre os dias 22 e 24 de junho no Transamerica Expo Center, em São Paulo e contará com personalidades tanto do mercado financeiro – como Armínio Fraga, Roberto Setubal, Luis Stulhberger e Luiz Barsi – quanto de outros meios, como o caso do prefeito de São Paulo, João Doria, e do coordenador da força tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. Confira mais clicando aqui. 

Noticiário corporativo

O noticiário corporativo está repleto de novidades. Mais uma vez, destaque para a JBS: os minoritários da companhia querem tirar Joesley e Wesley da gestão, enquanto o Globo destaca que a companhia  busca varejistas para não ter compras canceladas e aposta em marcas menos conhecidas, em meio à crise de imagem após a delação dos donos da empresa. Ainda no radar da J&F, a Fibria demonstrou interesse pela Eldorado, mas sem oferta até o momento. 

Sobre a Vale, a superintendência do Cade considera complexo acordo da companhia com Mosaic; já a Braskem aprovou investimento de US$ 675 milhões em nova planta nos EUA. Sobre a Cemig, o Conselho aprovou iniciar a alienação de participação na Light. Na Ultrapar, Frederico Curado assume presidência em 2 de outubro. Por fim, o Estadão informa que a Usiminas estuda novo aumento de preços do aço.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.