Eletrobras ganha R$ 9 bi de valor com privatização; Cemig, Petrobras e BB saltam até 8,5%

Confira os principais destaques de ações da bolsa desta terça-feira

Rodrigo Tolotti

(Divulgação/Eletrobras)

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Confira abaixo os destaques da bolsa desta sessão:

Eletrobras (ELET3, R$ 21,20, +49,30%; ELET6, R$ 23,55, +32,08%)
As ações da Eletrobras dispararam nesta sessão em meio à proposta de privatização da companhia. Com esta alta, a companhia viu seu valor de mercado aumentar em R$ 9,128 bilhões apenas neste pregão.

A informação de que o governo quer privatizar a companhia, uma das maiores empresas de energia elétrica da América Latina, foi recebida por especialistas do setor como uma boa saída para a estatal, que vem enfrentando graves problemas financeiros e acumula dívidas de R$ 43,5 bilhões. Confira a análise completa clicando aqui. 

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De olho na disparada da elétrica, o InfoTrade destacou nesta terça-feira quais são os próximos obstáculos gráficos das ações. Pela análise, a ação ELET3 precisa romper os R$ 16,48 em fechamento para configurar uma reversão de tendência no curto prazo. Esse movimento resultaria em um pivô de alta, que poderia impulsionar o papel rumo aos R$ 21,21. Vale menção, no entanto, que ainda há uma forte resistência em R$ 18,18, topo cravado entre abril e maio que poderia dificultar essa corrida (veja aqui).

Ainda sobre o setor de energia, o Valor Econômico informa que o governo vai flexibilizar o limite de contratação de energia pelas distribuidoras, atualmente de 100%. A ideia, em estudo pela equipe energética, é estipular um patamar mínimo obrigatório na faixa entre 80% e 90%, no âmbito da medida provisória da reforma do setor que deverá ser publicada em setembro.

Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso, a flexibilização não será implementada de imediato, e sim após alguns anos. O percentual ainda não está definido. O montante descoberto de contratação permitirá às distribuidoras comprar energia no mercado spot, a preços mais próximos à realidade do mercado no momento. “As distribuidoras vão continuar declarando demanda e fazendo leilão. O que aliviamos foi a obrigação de estarem 100% contratadas. Vai ter uma obrigação de contratação pela distribuidora, que não será de 100%. Mas pode ser de 80%, 90%”, disse Barroso ao Valor.

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Notícia boa para a Eletrobras, setor elétrico e estatais…

Além de ser boa para a Eletrobras, a notícia é positiva também para o setor elétrico e estatais, como Cemig (CMIG4, R$ 8,61, +8,58%), Copel (CPLE6, R$ 29,65, +2,24%), Sanepar (SAPR4, R$ 10,33, 0,00%), Banrisul (BRSR6, R$ 16,48, +8,35%), Petrobras (PETR3, R$ 14,31, +3,70%; PETR4, R$ 13,79, +3,37%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 31,99, +4,38%). Isso porque a notícia traz uma percepção de melhora na governança corporativa da companhia e demonstra redução do Estado em relação às empresas, apontam os analistas da XP Investimentos.

Ainda sobre Cemig… 

Além disso, a Cemig reage à notícia de que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu atender ao pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e adiou o julgamento previsto para esta terça-feira de um recurso apresentado pela Cemig, que pretende suspender a realização do leilão da usina de Jaguara.

A empresa solicita ao STF que conceda uma liminar para paralisar o processo e já recorreu à Justiça para também barrar o leilão das usinas de São Simão, Miranda e Volta Grande, previsto para ocorrer na mesma data do leilão de Jaguara.

O caso estava previsto para ser analisado nesta terça-feira pela Segunda Turma do STF, colegiado composto pelos ministros Edson Fachin, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e o relator do caso, ministro Dias Toffoli. Em ofício encaminhado nesta segunda-feira (21) ao STF, a ministra-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Mendonça, pediu o adiamento do julgamento, “considerando a possibilidade de instauração de procedimento perante a Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal”.

No radar da Petrobras… 

As ações da Petrobras acompanharam também os preços do petróleo nesta sessão. Em Londres, os contratos do Brent subiram 0,43%, a US$ 51,88 o barril, enquanto os contratos do WTI, negociados em Nova York, avançaram 0,57%, a US$ 47,65 o barril. 

Além disso, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu aplicar advertência ética ao diretor de Governança, Risco e Conformidade da Petrobras, João Adalberto Elek Júnior, por ter violado a lei de conflito de interesses. A punição por desvio ético foi dada porque Elek contratou, sem licitação, pelo valor de R$ 25 milhões, no final de 2015, a empresa Delloitt para realizar auditoria e consultoria empresarial para a Petrobras e, nesse mesmo período, a contratação de sua filha naquela empresa já estava em estágio avançado.

Ainda sobre a companhia, a Petrobras cortou o preço do diesel em 1,8% e da gasolina em 0,1% nas refinarias, com preços que valerão a partir da próxima quarta-feira. 

Destaque ainda para o relatório do Santander sobre a cessão onerosa da companhia, vista como urgente pelos analistas.  O governo e a Petrobras perceberam que uma resolução sobre a cessão onerosa “é necessária o mais breve possível”, após um período em que a renegociação parece ter perdido impulso no primeiro semestre, diz Santander em um relatório assinado por Christian Audi e Gustavo Allevato. 

O resultado da revisão deve ser a Petrobras receber, em vez de pagar, barris de petróleo do governo, de acordo com os analistas. “Em nossa opinião, a sensação de urgência para chegar a um acordo aumentou nas últimas semanas e esperamos que uma solução mutuamente benéfica seja o resultado mais provável, com a monetização do excesso de barris potencialmente ocorrendo no 4º leilão do pré-sal no primeiro semestre de 2018”. 

Ambos os lados perceberam que a área de cessão onerosa tem o potencial de superar os 5 bilhões de barris contratados pela Petrobras em 2010 e que é necessário um acordo para rentabilizar esses barris adicionais que ajudariam tanto a Petrobras quanto o governo a levantar dinheiro no curto prazo. “Nossa análise mostra que, se um preço de referência de petróleo (que é a variável-chave) de US$ 80 por barril ou menos for usado, esse resultado seria favorável para a Petrobras – algo que acreditamos não estar embutido no preço da ação”.

Já sobre o BB… 

Ainda no radar do BB, destaque para o “Visão Técnica” da última sexta-feira (22). O analista gráfico Fábio Figueiredo, mais conhecido como “Vlad”, da Messem no Alvo, recomendou a compra dos papéis do banco na abertura do pregão de segunda-feira, com alvos em R$ 31,77 e R$ 33,50 (veja aqui). 

Vale menção que o movimento positivo do BB hoje é acompanhado pelos demais bancos grandes da bolsa. São eles: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 40,42, +2,12%), Bradesco (BBDC3, R$ 32,88, +3,79%; BBDC4, R$ 33,50, +2,26%) e Santander (SANB11, R$ 27,73, +2,14%). 

Oi (OIBR4, R$ 3,35, +0,30%)

A Oi informou que a Justiça de Portugal reconheceu a recuperação judicial da Oi Móvel S.A., processo que está em curso no Brasil. O reconhecimento foi feito por meio de sentença proferida no dia 9 de agosto pelo Juízo de Comércio de Lisboa — Juiz 5 do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.

Sabesp (SBSP3, R$ 31,05, +0,81%)

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que assinou com o município de Santo André (SP), conforme comunicado de 11 de maio, protocolo de intenções para elaborar estudos e avaliações para equacionar as relações comerciais e dívidas.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Sabesp informa que estudos, avaliações e discussões avançam, mas não foi assinado qualquer acordo ou contrato.

O fato relevante foi uma resposta à matéria do jornal O Estado de S. Paulo, do dia 18 de agosto, na qual é noticiado que a prefeitura de Santo André negocia com a Sabesp a concessão do seu serviço de água e esgoto por 30 anos, após não ter homologado o acordo de privatização do serviço com a Odebrecht Ambiental no fim de junho. O acordo de privatização havia sido fechado entre a empresa o ex-prefeito Carlos Grana (PT) no fim da sua gestão. Envolvia cifra de R$ 3,37 bilhões por 35 anos.

“Foi um negócio sem divulgação assumido pela gestão anterior, um governo derrotado, com empresa investigada na Lava Jato. Além disso, não houve diálogo com a sociedade. Preferimos não homologar, cancelar”, disse o atual prefeito da cidade, Paulo Serra (PSDB).

Gafisa (GFSA3, R$ 11,70, +2,27%)

A Gafisa informou que Carlos Calheiros assumiu a diretoria financeira da construtora. 

Even (EVEN3, R$ 4,69, +0,86%)

O Conselho da Even aprovou em 11 de agosto a 10ª emissão de debêntures, que servirá como lastro a CRIs, segundo comunicado enviado pela Even à CVM nesta segunda-feira. A data de emissão é 14 de setembro, com vencimento em 16 de março de 2020. A remuneração será de CDI +1,5% ao ano e os recursos serão destinados para financiamento de construção imobiliária. 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.