O sinal vindo da economia que deve sustentar o otimismo com a bolsa brasileira

Analistas indicam os setores e as ações que devem ganhar com isso

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Depois de subir cerca de 30% no ano e cravar topo histórico em 78.024 pontos, investidores e analistas começaram listar motivos para avaliar se o mercado possui gatilhos para prosseguir com seu processo de valorização. A expectativa de entrada de fluxo estrangeiro através das captações (veja mais aqui) sustenta parte do discurso da ala otimista com a bolsa brasileira e um sinal da economia veio para reforçar esse cenário: a desaceleração dos salários nominais.

Em vista da disparada do desemprego, que afetou diretamente a relação de oferta x demanda no mercado de trabalho, houve uma desaceleração do salário nominal (bruto), que nada mais é do que o valor fixado em contrato entre empregador e empregado. De acordo com estudo elaborado pelo time de estratégia do Bradesco, depois de atingir 8,5% em meados do ano passado, os salários nominal iniciaram um processo acelerado de desaceleração e em agosto atingiram 4,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado.


Fonte: Bradesco

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Deste modo, o banco prevê que essa tendência de queda dos salários nominais deve ajudar a manter a linha de custos das empresa sob controle, o que, por consequência, melhora a expectativa para os próximos resultados trimestrais, já que onera menos o resultado operacional. Outro efeito positivo da desaceleração dos salários nominais é sobre a inflação, fato, que segundo o time do Bradesco, “deve manter a Selic em/ou abaixo de 7% ao ano por bastante tempo”. Segundo o banco, a desaceleração dos salários não deve ser um obstáculo para a aceleração do PIB (Produto Interno Bruto), pois seria compensada pela aceleração do emprego.

Como aproveitar esse efeito na bolsa?

Como resultado da desaceleração dos salários nominais, os salários reais, que representa o poder aquisitivo de um empregado, deve ficar estável nos próximos trimestres e isso pode aquecer os empréstimos pessoais, aproveitando a queda dos juros. De olho neste lógica, o time de estratégia do banco prefere ações de empresas cíclicas, já que são setores mais dependentes de crédito.

Deste modo, o Bradesco atualizou sua carteira recomendada para o Brasil, permanecendo overweight (exposição acima da média) em small caps e aos setores financeiros, industrial e consumo. Assim, o time retirou as ações de Klabin (KLBN11) e ABC (ABCB4), para adicionar Iguatemi (IGTA3) e Ser Educacional (SEER3), que se juntam com Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4), B3 (BVMF3), CVC (CVCB3), Duratex (DTEX3), Usiminas (USIM5), Iochpe-Maxion (MYPK3) e Petrobras (PETR4) no portfólio recomendado pelo Bradesco.