Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira os assuntos que agitarão os mercados nos próximos dias

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Mais uma vez, a Previdência será destaque no noticiário nacional, com o governo correndo atrás de votos e a repercussão da convenção do PSDB, que elegeu Geraldo Alckmin presidente do partido e em que o governador paulista defendeu a reforma. Segundo a LCA Consultores, o discurso foi positivo, mas ainda existe muita incerteza sobre o assunto. No exterior, a Ásia fica de olho na estreia dos contratos futuros de Bitcoin, enquanto os demais mercados mundiais seguem na expectativa pelas reuniões do Federal Reserve e do BCE (Banco Central Europeu) nesta semana. Confira no que se atentar nesta segunda-feira (11) e na semana:

1. Bolsas mundiais

As bolsas europeias iniciam a semana sem direção clara, à espera das reuniões do Federal Reserve e do BCE que ocorrerão nos próximos dias. Já as bolsas asiáticas fecharam em alta generalizada nesta segunda-feira, na esteira de dados positivos do mercado de trabalho dos EUA, em meio à estreia de negociações dos contratos futuros de Bitcoin na CBOE Global Markets. Pela manhã, a criptomoeda registrava alta de 10%, cotada a US$ 16.500.

Na China, o índice acionário subiu 1% impulsionado pelas ações ligadas a fabricantes de equipamentos de processamento de dados, após o presidente Xi Jinping defender o fortalecimento da estratégia para o setor com o intuito de construir uma “China digital”.  

No mercado de commodities, o petróleo registrava leve baixa, mesmo após a Arábia Saudita anunciar que vai manter em janeiro suas exportações em níveis baixos, como parte de seu compromisso com um acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo para controlar a oferta.

Às 8h14 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,15%

*CAC-40 (França) -0,02%

*FTSE (Reino Unido) +0,59%

*DAX (Alemanha) +0,06% 

*FTSE MIB +0,59%

*Hang Seng (Hong Kong) +1,14% (fechado)

*Xangai (China) +0,98% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,56% (fechado)

*Petróleo WTI -0,35%, a US$ 57,16 o barril

*Petróleo brent -0,03%, a US$ 63,38 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,50%, a 495,5 iuanes

2. Agenda de indicadores doméstica

Na agenda doméstica da semana,  destaque para a ata do Copom, na terça-feira (12) às 8h (horário de Brasília), após o Comitê ter reduzido a Selic para a mínima histórica, em 7% ao ano, e ainda deixar espaço para cortar ainda mais os juros em 2018. A questão é que, segundo o comunicado, o Banco Central deixou este movimento atrelado ao resultado da Previdência.

A semana também conta com os últimos indicadores de peso sobre a atividade econômica de outubro, com vendas no varejo, dado de serviços e o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB e que ainda não tem data confirmada para se apresentado, lembrando que o mercado tem elevado gradativamente as projeções de crescimento da economia. No mercado, o apetite pelas ações brasileira volta a ter um importante teste nos próximos dias com a precificação de três IPOs (Oferta Pública Inicial): BR Distribuidora, Neoenergia e BK ( dona do Burger King no Brasil).

3. Agenda externa

No exterior, atenção especial para os Estados Unidos, onde ocorre a reunião do Fomc na quarta, com grande expectativa de alta de juros no país, deixando o comunicado como foco de atenção dos investidores, além do discurso da presidente Janet Yellen. Outro destaque é o pacote tributário de Donald Trump, que tem guiado o humor dos investidores nos últimos dias. Entre indicadores, após relatório de emprego desta sexta-feira, os destaques da próxima semana ficam para os dados de inflação do PPI e CPI.

A China também continua nos holofotes com dados de produção industrial e vendas no varejo na quinta-feira (14), além de inflação na sexta-feira (15). Na Zona do Euro, destaque para a reunião de política monetária do BCE na quarta-feira (13), seguido pela fala de Mario Draghi, enquanto no Japão ocorre no mesmo dia a reunião do Bank of Japan, com o discurso do presidente do BC, Haruhiko Kuroda. 

4. Reforma da Previdência e convenção do PSDB

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, 215 deputados declaram voto contrário à reforma da Previdência, sendo que deste total, 124 são de partidos da base aliada do governo Michel Temer. Há divisão sobre o tema mesmo no PMDB e no PTB, os únicos partidos da coalizão governista que fecharam questão sobre o tema.

Sobre o assunto, o novo presidente nacional do PSDB e governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, eleito no sábado na convenção do partido, vai convocar uma reunião da Executiva Nacional e da bancada tucana na Câmara na próxima semana para definir o posicionamento do partido na votação da reforma da Previdência. Alckmin disse ser favorável ao fechamento de questão a favor da proposta do governo, mas adotou um tom cauteloso ao se referir à posição do partido. “Pessoalmente, sou favorável à reforma da Previdência. Já a fiz, em 2011, em São Paulo. A minha posição pessoal é pelo fechamento de questão, mas essa não é uma decisão só da executiva do partido. É também da bancada. Acho que o caminho agora é o caminho do convencimento”, disse Alckmin.

5. Noticiário corporativo

Em entrevista à Folha, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, afirmou que a privatização da empresa vai ocorrer entre setembro e dezembro de 2018. A Gol teve o rating elevado de CCC+ para B- pela S&P, com perspectiva positiva, enquanto a Alpargatas aprovou a emissão de debêntures de R$ 250 milhões, ao passo que a Tupy prevê investimentos de R$ 150 milhões em 2018.

No radar de recomendações, o Itaú BBA adicionou TIM, Randon e Cyrela à ‘Brazil Buy List’ e removeu Vale, Lojas Americanas e Cosan. Por fim, a CSN obteve aval ambiental para manter operação Presidente Vargas. 

(Com Agência Estado e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.