Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Após Romero Jucá decretar o fim da reforma da previdência em 2017 na tarde de ontem, o Ibovespa azedou e o dólar encerrou o quinto pregão consecutivo em alta. Nesta quinta-feira (14), o mercado deve ficar de olho em como se dará a negociação para a reforma após o governo de Michel Temer “desmentir” Jucá, enquanto acompanha novos dados dos EUA após a decisão do Fomc. Confira os destaques deste pregão:

  1. 1. Bolsas mundiais

    As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta quinta-feira, pressionadas por ações do setor financeiro, após o Banco Central da China elevar as taxas de juros de curto prazo pela terceira vez no ano. As taxas cobradas sobre empréstimos de sete e de 28 dias concedidos a bancos comerciais subiram 0,05 ponto porcentual.

  2. Na Europa, os principais índices operam em leve baixa na expectativa pela decisão de política monetária do Banco Central Europeu, às 10h45 (horário de Brasília), como também ao discurso do presidente do BC, Mario Draghi.
  3. Às 8h32 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,13%

*CAC-40 (França) -0,36%

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

*FTSE (Reino Unido) -0,26%

*DAX (Alemanha) -0,43% 

*FTSE MIB +0,03%

Continua depois da publicidade

*Hang Seng (Hong Kong) -0,19% (fechado)

*Xangai (China) -0,29% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,28% (fechado)

*Petróleo WTI -0,21%, a US$ 56,48 o barril

*Petróleo brent 0%, a US$ 62,44 o barril

*Bitcoin US$ 16.547 -2,65% (nas últimas 24 horas) 

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,60%, a 498 iuanes (nas últimas 24 horas)

2. Agenda de indicadores e Orçamento no Congresso

Além da decisão do BCE, na agenda econômica teremos nos EUA, às 11h30, os dados de pedidos de seguro desemprego e de vendas no varejo de novembro, enquanto às 12h45, atenção para os dados de manufatura apresentados pelo Markit. 

Por aqui, não teremos dados relevantes do lado econômico, mas o mercado ficará de olho no desenrolar da reforma da Previdência (veja próximo item) e também no Orçamento. O plenário do Congresso aprovou ontem a proposta orçamentaria para o ano que vem, mas  ainda faltam ser aprovados projetos que tem um impacto no Orçamento de R$ 21,4 bilhões.

3. Reforma da previdência

O noticiário atrapalhado sobre a previdência na tarde de ontem serviu para dar uma “amostra grátis” para o governo e Congresso sobre o que pode acontecer caso realmente decidam enterrar a nova previdência, aponta a Coluna Painel, da Folha de S. Paulo. A agência de classificação de risco Fitch Ratings avisou que, nesse cenário sem reforma,  rebaixará a nota de crédito do Brasil (atualmente em BB-, dois degraus abaixo do grau de investimento), o que deve encarecer financiamentos e desestimular investimentos. Ontem, o anúncio do líder do governo do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), do adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro de 2018 surpreendeu integrantes do governo, incluindo o próprio presidente Michel Temer, que desmentiu o acordo. 

Em nota, o Palácio do Planalto informou que Temer ainda definirá com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), a data da votação. Temer disse esperar a leitura do projeto de reforma da Previdência pelo relator Arthur Maia nesta quinta para depois se reunir com presidentes do Senado e da Câmara e discutir a data da votação. Na avaliação de governistas, Jucá “queimou a largada” porque o governo se esforçava para anunciar o adiamento somente na próxima semana. 

Conforme destacou a consultoria Arko, os sinais mostram que o governo está longe de ter os votos necessários para aprovar o texto: “o descompasso entre Congresso e Executivo é até surpreendente, dada a normal capacidade de articulação desse governo junto ao Congresso, ainda mais vindo de aliado como Romero Jucá”. Além disso, apontam que é improvável que a reforma seja aprovada sob governo de Michel Temer.

4. Lula e cenários para 2018

A decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª região de marcar a data do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Inácio Lula da Silva para o dia 24 de janeiro de 2018 segue repercutindo no noticiário. Segundo informa a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, apesar do forte discurso de resistência e de ir até “as últimas consequências”, ele deu sinais de cansaço e abatimento.  Além disso, a sensação de cerco fechado travou o avanço das discussões sobre alianças em torno do ex-presidente. A Justiça, ao definir a data do julgamento para o início de 2018, acabou tirando o fôlego do PT para negociar com outras legendas.

Por enquanto, ainda não se fala em substituir Lula por outro candidato. Contudo, aponta o jornal O Estado de S. Paulo, alguns dirigentes lembram que, se existe alguma “coisa positiva” no calendário do Tribunal de segunda instância é o fato de que o julgamento terá início oito meses antes da eleição. Com isso, haveria tempo para o partido construir um “plano B”, que pode ser o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad ou o ex-governador da Bahia Jaques Wagner. 

O PSDB, por sua vez, também está de olho no cenário eleitoral sem Lula. Caso ele não seja o candidato do PT em 2018, a cúpula tucana acredita que aumentam as chances de o governador Geraldo Alckmin estar no segundo turno. Mas, na esquerda, é o ex-governador Ciro Gomes (PDT) quem cresce, principalmente no Nordeste. A data para julgar Lula também tem impacto em outros setores da esquerda, como o PSOL. Conforme aponta o Estadão, o partido aguarda uma resposta de Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ao convite para ser candidato a presidente pela legenda. Lideranças do PSOL acreditavam que o maior entrave para a decisão de Boulos é a fidelidade do líder sem-teto a Lula. 

5. Noticiário corporativo

O noticiário sobre o plano de recuperação judicial da Oi segue em destaque. Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, o acionista Nelson Tanure estuda como anular o novo plano da companhia ao considerar que é nulo porque os acionistas não tiveram a oportunidade de se manifestar sobre a diluição de até 75% do seu patrimônio. Já a Petrobras Distribuidora, subsidiária de postos de combustível da Petrobras, arrecadou cerca de R$ 5 bilhões em sua oferta inicial de ações, maior valor desde 2013. 

A Dommo, ex-OGX, informou que a sua produção de petróleo em novembro subiu para 165.743 barris. O conselho da Bombril aprovou projeto de reestruturação societária, enquanto a Aliansce convocou assembleia para 29 de dezembro para reorganização societária. Por fim, o Itaú se comprometeu a comprar ações ON detidas por FAHZ por R$ 37.

(Com Agência Brasil e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.