BR protagoniza maior IPO desde 2013; acionista quer barrar plano da Oi, Magalu anuncia JCP e mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (14)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para o IPO da BR Distribuidora, enquanto Nelson Tanure tenta anular o novo plano de recuperação da Oi. Bombril aprova reorganização societária e mais destaques desta quinta-feira: 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras Distribuidora, subsidiária de postos de combustível da Petrobras, arrecadou cerca de 5 bilhões em sua oferta inicial de ações, maior valor desde 2013. A maior distribuidor de combustível do país vendeu ações ordinárias por R$ 15 cada, no piso da faixa indicativa de R$ 15 a R$ 19 previsto em seu prospecto, de acordo com informações do website da CVM. Os R$ 5 bilhões incluem vendas de lotes adicionais. Ação começa a ser negociada na bolsa brasileira na sexta-feira.

O IPO da subsidiária, conhecida como BR Distribuidora, é o maior passo da Petrobras em seu plano de dois anos para vender US$ 21 bilhões em ativos para reduzir a dívida e agilizar as operações. As alienações ficaram paralisadas no início deste ano em meio a desafios legais e a Petrobras só vendeu um campo de petróleo por US$ 55 milhões antes do IPO da BR Distribuidora. Pedro Parente, presidente da Petrobras, gostaria de acelerar as vendas antes que a incerteza política aumente em meados de 2018 quando a campanha presidencial se aproximar.

IPO da BR Distribuidora é o maior desde o da BB Seguridade, que levantou R$ 11 bilhões em abril de 2013. As duas ofertas foram conduzidas por Ivan Monteiro, atual diretor financeiro da Petrobras e em 2013 diretor financeiro do Banco do Brasil. Monteiro deixou o BB rumo à Petrobras em 2015.

As empresas brasileiras estão testando a demanda por ofertas públicas iniciais depois que o principal índice de ações do país aumentou 21% este ano, quando a economia emergiu de sua recessão mais profunda da história. Além da BR Distribuidora, o operador local da Burger King e a empresa de energia Neoenergia, a unidade brasileira da Iberdrola, possuem IPOs programados para esta semana.

A BR Distribuidora controla a maior rede de estações de gasolina no Brasil, com 8.212 unidades e mais de 1.000 lojas de conveniência. O Brasil tem o sexto maior mercado globalmente para produtos refinados, representando 3% da demanda global, de acordo com a Petrobras. O Citigroup Inc foi o principal coordenador da oferta, enquanto o Bank of America Corp, o Banco do Brasil, o Banco Bradesco, o Itaú Unibanco Holding, o JPMorgan Chase & Co., o Morgan Stanley e o Banco Santander Brasil também participaram da transação. Vale destacar que, nesta quinta, sairá a precificação das ações do Burger King. A Neoenergia também precifica IPO e inicia negociação dos papéis na B3 em 18 de dezembro. 

Ainda sobre a Petrobras, a companhia anunciou o corte dos preços dos combustíveis em 2% para o diesel e gasolina válidos para sexta-feira (15). Por fim, sobre o setor, o plenário da Câmara rejeitou nesta quarta-feira emenda do Senado e manteve no texto da Medida Provisória 795/17 o dispositivo que garante a suspensão dos tributos devidos por petrolíferas até 2040. A MP cria um regime especial de importação de bens a serem usados na exploração e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos. Originalmente, a MP isentava as empresas até 2022, no entanto, na votação da Câmara esse prazo foi prorrogado. Com a aprovação, a medida segue para sanção presidencial. 

Bombril (BOBR3)

O Conselho de Administração da Bombril aprovou projeto de reestruturação societária da companhia e de suas controladas e autorizou a sua implementação, segundo comunicado. As principais etapas da reestruturação são:  transferência da participação acionária detida na Bril Cosméticos para a Bombril Mercosul; cessão de créditos detidos em face de suas controladas, para tais controladas, a fim de quitar dívidas existentes entre essas sociedades
Incorporação da Bombril Mercosul por Bril Cosméticos; a cessão, em montante equivalente, de ativos e passivos da companhia, incluindo a participação na Bombril Overseas, para a  Brilmaq Empreendimentos Imobiliários e a liquidação da Bombril Overseas. 

“A reestruturação societária tem por objetivo otimizar a estrutura administrativa e operacional da companhia e de suas controladas, visando uma redução de custos e despesas operacionais, assim como o melhor aproveitamento de recursos e sinergias entre essas sociedades. Além do aproveitamento de eficiências operacionais e financeiras, a reestruturação societária permitirá a simplificação da estrutura societária das controladas da companhia”, informou a empresa. 

Aliansce (ALSC3)

A Aliansce convocou AGE para 29 de dezembro para tratar da proposta de reorganização societária apresentada pela diretoria da companhia e aprovada pelo conselho, segundo comunicado. Entre outros assuntos, a proposta envolve termos e condições da cisão total da Boulevard Shopping, termos e condições da incorporação de Alsupra Participações e BSC Shopping Center. 

Transmissão Paulista (TRPL4)

A Transmissão Paulista teve a recomendação elevada de marketperform (desempenho em linha com a média do mercado) para outperform (desempenho acima da média do mercado) pelo Itaú BBA. O preço-alvo foi elevado de R$ 68 para R$ 78 implica potencial de
alta de 23% em relação ao último fechamento. 

Itaú Unibanco (ITUB4)

A Itaú Unibanco Holding assinou com Fundação Antônio e Helena Zerrenner – Instituição Nacional de Beneficência (FAHZ) compromisso de participação em leilão na B3 para comprar até 31,8 mi de ações ON ordinárias que FAHZ deseja vender, segundo comunicado.

O Itaú se compromete a pagar o preço máximo de R$ 37,00 por ação, totalizando R$ 1,18 bilhão, caso todas as 31,8 milhões de ações ON sejam compradas pelo banco. A participação do banco no leilão faz parte do programa de recompra de ações aprovado pelo conselho em 31 de agosto. O “processo de aquisição, pela companhia, das ações ordinárias de sua emissão tem como objetivo a maximização da alocação de capital através da aplicação eficiente dos recursos disponíveis. Imediatamente após a aquisição, ocorrerá o cancelamento das referidas ações, que será levado para ratificação do conselho de administração em reunião de 15 de dezembro de 2017”, apontou o comunicado. 

O Itaú diz no mesmo comunicado que foi informado por Pedro Moreira Salles de que ele e outros integrantes da Família Moreira Salles que compõem o grupo de controle do banco também celebraram compromisso de participação em leilão para compra de ações ON em outro possível leilão, sem dar mais detalhes. 

 

Oi (OIBR4)

O Société Mondiale Fundo de Investimento em Ações, segundo maior acionista da Oi, avalia formas de questionar na Justiça a validade do plano apresentado pelo presidente da empresa, segundo uma pessoa próxima ao fundo, segundo fonte ouvida pela Bloomberg. 

O Société Mondiale, comandado pelo empresário Nelson Tanure, considera que o plano é nulo porque os acionistas não tiveram a oportunidade de se manifestar sobre a diluição de até 75% do seu patrimônio, disse a pessoa, que não quis se identificar porque as discussões são privadas. Uma disputa legal sobre o plano pode impedir a votação prevista para a semana que vem, reduzindo a habilidade da Oi de sair da recuperação judicial e reestruturar seus US$ 19 bi em dívidas depois de 18 meses na Justiça. Também pode gerar nova jurisprudência nos conflitos entre a Lei de Recuperação Judicial e a Lei das Sociedades Anônimas.

O conselho da Oi deve se reunir na sexta-feira para discutir se deve chamar uma assembleia geral de acionistas para aprovar o plano antes que ele seja levado à votação pelos credores, já que uma diluição tão significativa tem que ser aprovada pelos donos do patrimônio, disse uma pessoa próxima ao conselho. Os conselheiros que representam o Société Mondiale acreditam que é seu dever fiduciário submeter o plano à votação dos acionistas para que estes tenham a oportunidade de aprová-lo ou rejeitá-lo, disse a pessoa.

As ações da Oi despencaram 12% para R$ 3,65 no fechamento em São Paulo na quarta-feira, em reação ao plano. O Société Mondiale não é o único acionista a questionar o plano de reestruturação A proposta da Oi é “péssima” não só porque a diluição dos acionistas “está fora de qualquer parâmetro razoável” mas também porque prevê desconto nas multas da Anatel, disse Aurélio Valporto, vice-presidente da Associação dos Investidores Minoritários do Brasil e conselheiro da Associação de Proteção aos Acionistas Minoritários. 

Dommo (DMMO3)

A produção do campo de Tubarão Martelo subiu dos 161.979 barris de outubro e de 151.687 barris em setembro para 165.743 barris em novembro, disse a Dommo Energia em comunicado ao mercado. A  Dommo Energia é o nome da OGX Petróleo desde agosto deste ano.

Magazine Luiza (MGLU3)

O Magazine Luiza informou a aprovação do pagamento de R$ 75 milhões em juros sobre capital próprio, correspondentes a R$ 0,396462 por ação. O pagamento será feito pelo valor líquido aos acionistas pessoas jurídicas imunes ou isentas, que comprovarem tal condição até o dia 31 de março de 2018 e tomará como base de cálculo a posição acionária final do dia 19 de dezembro de 2017, sendo que, a partir do dia 20 de dezembro de 2017, as ações da companhia passarão a ser negociadas ex-juros sobre o capital próprio.

 

Minerva (BEEF3)

A subsidiária da Minerva Minerva Luxembourg anunciou o resultado da recompra de títulos feita pela HSBC Securities, que envolveu US$ 198 milhões em valor principal agregado de notes, ou aproximadamente 79,19% do montante no mercado emitido a 7,75% e com vencimento em 2023, de acordo com comunicado.

O prazo para oferta antecipada terminou em 13 de dezembro; o prazo para oferta de recompra terminará em 28 de dezembro. Os detentores que concordaram com a oferta antes de 13 de dezembro farão jus a um pagamento adicional por aceitação antecipada e para cada US$ 1.000 de principal, detentores receberão US$ 1.046,50, incluindo o pagamento por aceitação antecipada de US$ 30. 

(Com Agência Brasil e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.