De olho na venda? Banco aponta oportunidade em ação que disparou 20% neste ano

Para os analistas, Porto Seguro está muito cara e existem melhores alternativas no setor de seguros

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Ao imaginar as ações que estão entre as maiores altas do mercado neste ano, nada mais plausível presumir que os papéis como maior beta (ou seja, é bastante sensível às variações tanto positivas quanto negativas do Ibovespa) estão no topo da lista, como de fato é o caso do setor siderúrgico, com os papéis subindo mais de 20%. Porém, no meio dessas empresas voláteis, temos uma intrusa que disparou 20% e pelo seu perfil defensivo ficou fora do radar de muitos investidores: estamos falando de Porto Seguro (PSSA3). Contudo, o momento de comprar já passou e para Eduardo Rosman e Thiago Kapulskis, analistas do BTG Pactual, o papel já está muito caro, de modo que recomendam a venda das ações, de olho em melhores alternativas no setor.

Tendo em vista sua característica de negócio, as seguradoras possuem muito caixa e boa parte dessa quantia é aplicada em renda fixa, ou seja, remunerado pelo CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Assim, ficar alocado nas seguradoras em tempos de queda da Selic tende a não ser um bom negócio, já que a queda dos juros impacta negativamente no lucro. Contudo, com as sinalizações do fim gradual dos cortes da Selic pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na última reunião de dezembro, os papéis iniciaram uma reação, mas de fato “bombaram” na última quarta-feira (17), com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de dezembro acima do esperado e levando o mercado a revisar as apostas de cortes da Selic este ano.

Apesar da expectativa pelo fim do ciclo de cortes da Selic, que favorece as seguradoras em geral, os analistas acreditam que todo esse potencial está mais do que precificado por Porto Seguro. Pelas projeções do banco, o múltiplo P/L (Preço/Lucro) de 12 meses, um dos mais utilizados para identificar níveis de sobrecompra e sobrevenda dentro da análise fundamentalista, acabou de renovar máxima e está negociando acima de 13x. Outro múltiplo que mostra como o papel está caro e justifica a venda é o P/VPA (Preço/Valor Patrimonial), que também superou máxima e negocia acima de 1,7x. Os gráficos mostram melhor esse panorama:

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Porto Seguro: Múltiplo P/VPA de 12 meses

Fonte: BTG Pactual

Porto Seguro: Múltiplo P/L de 12 meses
Fonte: BTG Pactual

De acordo com os analistas, nem mesmos ajustes positivos feitos no modelo, como o aumento do ROE (Retorno sobre o Patrimônio) e a redução do Ke (custo do capital próprio), variável de risco utilizada pelos analistas, agregaram mais valor ao caso, tanto que preço-alvo foi elevado de R$ 32,50 para R$ 37,50, ou seja, um downside de 12% em relação ao último fechamento.

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Melhores alternativas

Com Porto Seguro muito cara e com os papéis da SulAmérica (SULA11) também já precificados, tanto que foram rebaixados de “compra” para “neutro”, os analistas elegem como as “top picks” do setor de seguros as ações da IRB (IRBR3) e BB Seguridade (BBSE3). Com relação a primeira, Rosman e Kapulskis gostam do bom momento dos resultados, com perspectiva de sólido crescimento no quatro trimestre de 2017, enquanto para seguradora pertencente ao Banco do Brasil, o atrativo valuation é o impulso para a compra.