FT destaca novas máximas do Ibovespa, mas aponta “pergunta que não calar” sobre o rali

"Quanto tempo o rali pode durar é algo que ninguém sabe ao certo", avalia o jornal britânico, ressaltando ainda as eleições, que podem levar ao ambiente negativo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em matéria chamada “Fiesta time” – ou “tempo de festa”, em uma mistura de espanhol com inglês, o jornal britânico Financial Times destacou os novos recordes que a bolsa brasileira atingiu, ao apontar que “não é só Wall Street que está registrando recordes no mercado”. A reportagem foi publicada na última terça-feira, ou seja, antes mesmo da disparada superior a 1% desta quarta, em que o índice alcançou novos recordes. 

“As ações brasileiras subiram para uma nova máxima histórica, uma vez que os investidores aumentaram as apostas de que a maior economia da América Latina – apesar de sua disfunção política e incontáveis escândalos de corrupção – pode se aproveitar de um crescimento dos EUA e global mais forte”, afirma o FT.

Em entrevista ao jornal, Geoff Dennis, chefe de estratégia para os mercados emergentes do UBS, apontou: “o Brasil ainda é um mercado que os investidores gostam de amar (…) Quando os mercados se movem, eles tendem a comprar o Brasil”.

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O jornal aponta que, embora o Brasil ainda esteja apenas emergindo lentamente da mais profunda recessão já registrada, o dólar mais fraco combinado a sinais de que o Federal Reserve continuará a adotar uma abordagem lenta e estável sobre os aumentos das taxas de juros, além de uma perspectiva sólida para a economia global levaram os investidores a voltarem ao “modo-risco”.

A recuperação dos preços do petróleo e das commodities ajudou ainda mais a corroborar esse sentimento, apontando a alta das ações da Petrobras e da Vale, que registram fortes ganhos nos últimos três meses. 

De qualquer forma, o FT deixa uma questão no ar: afinal, até onde vai a Bolsa? “Quanto tempo o rali pode durar é algo que ninguém sabe ao certo. Com o país de olho nas eleições para eleger um novo presidente em outubro, os riscos políticos poderiam injetar nova volatilidade nos mercados mais uma vez”, aponta.

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“As eleições presidenciais estarão em destaque neste ano”, apontaram analistas no Bank of America Merrill Lynch ao jornal. “As reformas são fundamentais para corrigir a situação fiscal e melhorar a perspectiva econômica global, em nossa opinião. Um ciclo virtuoso na frente econômica pode resultar em maior crescimento, menor inflação, baixa taxa de juros e sustentabilidade da dívida. Uma má gerência política após as eleições levaria ao resultado contrário. Assim, as eleições presidenciais de 2018 têm um resultado binário “. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.