Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

Confira os assuntos que agitarão os mercados nos próximos dias

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana começa com a expectativa de menor liquidez nos mercados por conta do feriado nos Estados Unidos, enquanto as atenções no Brasil se voltam para a votação sobre a intervenção na segurança pública no Rio de Janeiro e também para os dados da economia, com o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) acima do esperado. Veja os destaques da segunda e da semana:

1. Bolsas mundiais

O dia é de leves variações para as bolsas europeias, enquanto as bolsas asiáticas fecharam em alta nesta segunda-feira e ampliaram ganhos recentes, seguindo a recuperação dos mercados acionários de Nova York na última sexta-feira. Na China, as bolsas seguem sem operar devido ao feriado do ano-novo lunar. Vale destacar que hoje é feriado do Dia do Presidente nos EUA, o que reduz a liquidez dos mercados.

Vale destacar que, na sexta-feira, os índices Dow Jones e S&P 500 tiveram valorização pelo sexto pregão consecutivo em Wall Street, depois de terem sofrido tombos históricos na semana anterior. Os negócios no Japão foram favorecidos pelo enfraquecimento do iene em relação ao dólar durante a madrugada, fator que ajudou a impulsionar ações ligadas a exportações. 

No mercado de commodities, o petróleo tem a quarta alta seguida, com o aumento das tensões entre Israel e Irã, enquanto o cobre e níquel caem em Londres. 

Às 8h17 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,09%

*FTSE (Reino Unido) -0,13%

*DAX (Alemanha) -0,04% 

*FTSE MIB (Itália) -0,12%

*Nikkei (Japão) +1,97% (fechado)

*Petróleo WTI +0,88%, a US$ 62,22 o barril

*Petróleo brent  +0,60%, a US$ 65,24 o barril

Bitcoin US$ 10.999,40 +3,83% (nas últimas 24 horas)

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2. Intervenção no Rio de Janeiro e Previdência

A Câmara dos Deputados vota nesta segunda-feira às 19h o decreto de intervenção na segurança do Rio de Janeiro anunciado na última sexta-feira. De acordo com a Constituição Federal, apesar de já estar em vigor, a intervenção precisa ser autorizada pelo Congresso Nacional. O regimento interno da Câmara estabelece que esse tipo de matéria deve tramitar em regime de urgência, com preferência na discussão e votação sobre os outros tipos de proposição. A análise de intervenção federal só não passa à frente de declarações de guerra e correlatos.

O anúncio do decreto afetou o cronograma do Congresso. Parte da agenda parlamentar fica esvaziada, uma vez que a vigência do decreto impede que os congressistas façam qualquer mudança na Constituição. A determinação inviabiliza a análise de várias propostas de Emenda à Constituição que tramitam no Congresso, entre as quais a que trata da reforma da Previdência. A discussão da proposta que altera as regras de acesso à aposentadoria começaria a ser discutida nesta semana na Câmara. Depois da edição do decreto de intervenção, a pauta do plenário foi alterada e incluiu apenas medidas provisórias e acordos internacionais.

O presidente Michel Temer já disse que pretende suspender a intervenção no Rio de Janeiro se conseguir os votos necessários, mas a tendência é que este fato dificulte ainda mais a luta do governo pelo apoio que falta para a reforma. E esta semana será decisiva nisso. “Se votar o decreto da intervenção dia 21, vai ser difícil votar a Previdência até o dia 28. Não dá para num dia votar o decreto, e no outro dia suspender”, afirmou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Vale ficar de olho no desenrolar político da intervenção no Rio de Janeiro. A avaliação de muitos analistas é de que Temer fez uma mudança tática ao focar em segurança de modo a fortalecer a sua popularidade. Contudo, a estratégia também tem riscos embutidos. Veja mais clicando aqui

Além de tudo, cabe destacar o novo artigo de Luciano Huck anunciando desistência da candidatura e a entrevista do ex-BC Arminio Fraga afirmando esperar que os votos do apresentador migrem para Geraldo Alckmin. 

3. Indicadores econômicos no Brasil

No Brasil, destaque para o IBC-Br, que apontou crescimento de 1,41% na passagem de novembro para dezembro, enquanto os analistas de mercado aguardavam por um avanço de 0,99% na passagem. Com o resultado, o índice, que é considerado uma “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto) oficial, cresceu 1,04% no acumulado de 2017 e interrompeu dois anos consecutivos de queda. O dado oficial será divulgado em 1ª de março.

Ainda no Brasil, na sexta-feira (23), o IBGE divulga o IPCA-15 referente ao mês de fevereiro, que deve mostrar alta de 0,40% segundo a GO Associados. Com isso, no acumulado em 12 meses a previsão é de alta de 2,88%, seguindo abaixo do piso da meta. Segundo os economistas, a divulgação do IPCA-15 ganhou importância depois da ata do Copom, que abriu a porta para novo corte de juros, de 25 pontos-base na reunião dos dias 20 e 21 de março, caso a inflação siga abaixo do esperado pelo Banco Central e o cenário externo não se deteriorar.

4. Agenda externa da semana
No exterior, atenção especial na quarta-feira (21) para a ata do Fomc, que deve reforçar a intenção do Fed de realizar a primeira alta de juros do ano na próxima reunião, nos dias 20 e 21 de março. Além disso, fica a expectativa por novos sinais da autoridade monetária sobre o ritmo esperado de elevação do juro ao longo do ano. Segundo a GO Associados, por ora, tanto a maioria dos membros do Fomc quanto o mercado esperam três altas em 2018. Entretanto, o aumento das apostas de quatro altas tem ganhado força e é um dos motivos da turbulência nas bolsas americanas, com impacto negativo sobre o resto do mundo.

Já na sexta-feira, será divulgada a inflação da Zona do Euro referente ao mês de janeiro, que diferente dos EUA, onde a inflação começa a dar sinais de vida, o indicador está em torno de 1% ao ano, muito abaixo da meta de 2% do BCE (Banco Central Europeu). Isso sugere que o BCE manterá sua política monetária expansionista por mais algum tempo ainda. Para acessar a agenda completa de indicadores, clique aqui.

5. Noticiário corporativo

Atenção especial ainda para a volta da temporada de resultados, que deu uma parada nesta semana de carnaval. Entre os cerca de 30 balanços esperados, destaque para a Magazine Luiza, Banco do Brasil , RD e Braskem

Nesta segunda-feira, foram divulgados os números de BB Seguridade, que registrou lucro líquido contábil de R$ 907,9 milhões no quarto trimestre de 2017, queda de 7,5% na comparação com o ano anterior, enquanto Via Varejo reportou lucro líquido de R$ 129 milhões no quarto trimestre de 2017, resultado 72% superior ao do mesmo período do ano anterior. 

Ainda no radar corporativo, a Petrobras concluiu a venda de ações da São Martinho, enquanto a Cemig informou que o processo alienação participação Light segue sob análise. O Valor Econômico informou, por sua vez, que a Gerdau está perto de vender siderúrgica no México para a Simec.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.