Ibovespa sobe 1,2% em sua 5ª alta seguida e fecha na máxima histórica com rali dos bancos

Investidores avaliam também o "plano B" divulgado pelo governo após descartada a aprovação da reforma da Previdência

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar de ter perdido força, o Ibovespa conseguiu renovar sua máxima histórica de fechamento nesta terça-feira (20), movimento guiado pelas ações dos bancos, que subiram mais de 2%, assim como pelos papéis da Petrobras (PETR4), que acompanharam o rali do petróleo na bolsa de Nova York.

O benchmark de bolsa brasileira fechou com ganhos de 1,19%, aos 85.803 pontos, seu maior valor de fechamento desde os 85.530 do dia 26 de janeiro. Na máxima do dia, o índice chegou a subir 1,77%, para 86.290 pontos, seu maior valor intradiário da história. O volume financeiro ficou em R$ 12,346 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, também fechou próximo da máxima, com ganhos de 0,63%, cotado a R$ 3,2555 na venda.

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Neste dia de mais um recorde para o Ibovespa, o mercado digere o “plano B” divulgado pelo governo, que impulsiona principalmente as ações da Eletrobras (ELET3), como também reage a possibilidade de uma reforma da Previdência mais enxuta, conforme informações da colunista Miriam Leitão do Jornal O Globo.

Segundo a jornalista, a reforma ainda não está enterrada e os ministros estudam mudanças na Previdência que não dependam de emendas à Constituição, o que levaria à possibilidade de alterações durante a intervenção federal no Rio de Janeiro. A tramitação das medidas também seria mais simples, não dependendo da aprovação de três quintos de cada casa do Congresso, em dois turnos, como é o caso de uma emenda constitucional

Ontem, ministros e líderes do governo anunciaram a nova pauta prioritária econômica no parlamento. Com a decisão pela intervenção federal no Rio de Janeiro, que impossibilita a votação de qualquer proposta de emenda à Constituição, como é o caso da reforma da Previdência, o governo elencou 15 pontos considerados importantes para o País do ponto de vista fiscal e econômico.

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Dentre os itens, muitas medidas há tempos sonhadas pelo mercado, como a simplificação tributária, desestatização da Eletrobras, autonomia do Banco Central e os distratos (confira a lista completa aqui). A maior parte delas são projetos de lei que já tramitam no Legislativo.

De acordo com a LCA Consultores, a definição desta agenda é importante por duas razões: “em primeiro, sinaliza para os investidores a continuidade do esforço reformista do governo. Em segundo lugar, procura mitigar os riscos de o Congresso aprovar projetos prejudiciais aos cofres públicos, as famosas pautas bombas”, aponta a consultoria.

Apesar da nova iniciativa trazer proposições que agradam os investidores, analistas políticos recomendam cautela neste momento: “é uma iniciativa para tapar o buraco da Previdência. Essas pautas gigantes nunca avançam por completo, mas parte disso pode ser aprovada, sim. É preciso ver a situação de cada uma”, observou um analista político para o InfoMoney.

Veja mais: o que o mercado espera para cada uma das 15 medidas econômicas do governo?

De acordo com Solange Srour, economista da ARX, as medidas de maior impacto para o mercado financeiro, como autonomia do Banco Central, terão muita dificuldades para passar pelo Congresso: “redução da reoneração e simplificação do PIS/Cofins são outros pontos complicados dentro do pacote de medidas que foram enquadradas como prioritárias pelo governo”, afirmou em entrevista para a Bloomberg.

Destaques do mercado

Do lado positivo, além das ações dos bancos, os papéis da Eletrobras subiram com a previsão de que o novo plano do governo irá acelerar o processo de privatização da empresa (veja mais aqui). Enquanto isso, os papéis do Pão de Açúcar recuaram forte após resultado abaixo do esperado no quarto trimestre.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET6 ELETROBRAS PNB 27,00 +8,65 +18,94 131,81M
 ELET3 ELETROBRAS ON 22,88 +6,82 +18,30 124,93M
 FIBR3 FIBRIA ON 63,09 +6,66 +31,85 392,13M
 CSAN3 COSAN ON 46,57 +4,30 +12,22 123,03M
 ITSA4 ITAUSA PN 13,91 +4,04 +28,56 530,36M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 PCAR4 P.ACUCAR-CBDPN 67,55 -5,27 -14,42 214,68M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 10,25 -3,76 -16,67 42,48M
 GGBR4 GERDAU PN 16,15 -3,47 +30,45 360,94M
 VVAR11 VIAVAREJO UNT N2 25,80 -3,30 +5,44 71,38M
 CSNA3 SID NACIONALON 10,43 -2,80 +24,46 103,09M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 20,44 +1,95 1,34B 933,40M 46.063 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN EDJ 51,67 +2,46 886,05M 926,07M 36.864 
 VALE3 VALE ON 45,51 -2,02 845,98M 790,01M 29.323 
 ITSA4 ITAUSA PN 13,91 +4,04 530,36M 234,85M 43.854 
 BBDC4 BRADESCO PN 39,65 +3,04 419,12M 533,19M 26.857 
 FIBR3 FIBRIA ON 63,09 +6,66 392,13M 142,50M 21.782 
 PETR3 PETROBRAS ON 21,68 +1,78 384,43M 212,71M 18.147 
 BBAS3 BRASIL ON 40,80 +2,95 361,16M 426,25M 21.606 
 GGBR4 GERDAU PN 16,15 -3,47 360,94M 170,18M 30.083 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 22,71 +1,66 350,38M 275,28M 22.689 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Intervenção no Rio e mais destaques da política
Ainda sobre o assunto intervenção no Rio, a Câmara dos Deputados aprovou, por 340 votos a 72, o decreto legislativo que autoriza a intervenção federal na área de segurança pública do estado. Nesta terça-feira (20), o Senado deve realizar, às 18h, uma sessão extraordinária destinada a votar o decreto. Caso o texto que estipula a intervenção seja aprovado pela maioria simples dos senadores presentes, o Congresso Nacional poderá publicar o decreto legislativo referendando a decisão de Temer de intervir no Rio de Janeiro.

Atenção ainda para mais notícias da pauta política. A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem até as 23h59 desta terça-feira para entrar com recurso no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região contra a condenação na ação penal envolvendo o tríplex no Guarujá (SP). No dia 24 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou a condenação de Lula em primeira instância e aumentou a pena do ex-presidente para 12 anos e um mês de prisão.

Os jornais ainda repercutem a notícia da confirmação de Pérsio Arida para a coordenação do programa de governo de Geraldo Alckmin ao Planalto. O economista apontou que deve-se aprofundar as reformas e buscar uma solução estrutural para o grave problema fiscal, defendendo ainda maior segurança jurídica e privatização – confira o perfil do economista clicando aqui. 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.