Suzano segue no jogo por Fibria e ações sobem forte; empresas “X” vão de alta de 20% à queda de 12%

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (13)  

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após duas sessões de alta, o Ibovespa voltou a cair puxado pela decisão do presidente Donald Trump de demitir seu secretário de Estado, Rex Tillerson, o que acabou ofuscando o otimismo da abertura dos negócios após o resultado da inflação ao consumidor norte-americano. Eletrobras registra queda à espera da instalação da comissão especial que vai analisar a privatização da estatal, enquanto Embraer amenizou após chegar a cair mais de 4%. Confira estes e outros destaques: 

 

Embraer (EMBR3)

As ações da Embraer chegaram a cair 4,42% por volta das 14h30, mas amenizaram as perdas. Os papéis repercutiram a notícia da Bloomberg de que a tarifa de importação para o aço anunciada pelos Estados Unidos complica a parceria entre Boeing e a companhia brasileira, segundo uma fonte do governo ouvida pela agência. 

Para o Palácio do Planalto, a decisão de Donald Trump de taxar o aço importado em 25% torna o momento inadequado politicamente. O governo brasileiro já prepara uma lista de produtos que podem vir a sofrer retaliação comercial aos EUA. O presidente Michel Temer avalia ainda deixar de dar prioridade ao acordo de céus abertos, até que se tenha mais clareza sobre a decisão dos EUA. Vale ressaltar que Temer recebeu na segunda-feira o presidente da OMC, Roberto Azevêdo, para discutir medidas sobre o aço.

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Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3)

Em comunicado, os acionistas da Fibria, Votorantim e BNDESPar, informaram ter recebido a proposta da empresa CA Investment, ligada à asiática Paper Excellence (PE), para compra de suas participações na produtora de celulose.  Segundo o comunicado, a manifestação é condicionada à implementação de diversos eventos futuros, acerca dos quais não é possível prever qualquer conclusão neste momento.   

“Desde então, a BNBDESPar vem solicitando uma série de esclarecimentos à CA Investment para compreensão da referida manifestação, a qual é extensível à Votorantim por meio do direito de venda conjunta (tag along) previsto no acordo de acionistas celebrado entre BNDESPar e Votorantim, e considera também a consequente necessidade de realização de oferta pública de aquisição da totalidade das ações em circulação da Fibria, nos termos do Artigo 254-A da Lei 6.404/76. Termos e condições da referida manifestação de interesse permanecem confidenciais”, afirma o comunicado. 

 

Vale destacar que, ontem, a Bloomberg e o Valor destacaram que a  Paper Excellence, que tem capital fechado e controla operações de papel e celulose no Canadá e na Europa, tinha feito uma oferta para adquirir a fatia de controle que o grupo Votorantim e o BNDES detêm na Fibria. 

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A proposta avalia a Fibria em R$ 40 bilhões, ou cerca de R$ 72 por ação, o que é 6,6% mais alto que o último preço de fechamento do papel, segundo uma das pessoas. A proposta não está sujeita a nenhum processo de due diligence e inclui o pagamento de uma multa de R$ 4 bilhões, afirma a pessoa. O acordo entre Paper Excellence e Fibria seria um revés para a Suzano, que também prepara uma oferta pelo controle da Fibria. Na nota enviada ao mercado, a Votorantim e o BNDESPar informaram que as negociações com a Suzano continuam em andamento. “Reiteramos que, não obstante tais negociações, não há garantia de que qualquer negócio venha a se concretizar”, apontaram.  As ações da Suzano, que caíram na véspera em meio à disputa com a Paper Excellence, fecharam com ganhos. 

Aliansce (ALSC3)

A Aliansce reverteu prejuízo de R$ 5,5 milhões do quarto trimestre do ano de 2016 e somou lucro líquido de R$ 38,4 milhões nos últimos três meses de 2017. Já a receita líquida teve avanço de 2,8% na mesma base de comparação, para R$ 142,6 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 113,6 milhões, 45,8% acima do mesmo período de 2016. Os números positivos foram justificados pelo o bom desempenho das receitas com aluguéis e serviços.

Segundo o Credit Suisse, a companhia reportou resultado operacional e financeiro acima das expectativas e, apesar da desaceleração das vendas nas mesmas lojas para 2,7% (versus 3,1% no terceiro trimestre) que já era esperado, destaca-se a queda sequencial da inadimplência para quase zero (0,4%) e o custo de ocupação 50 pontos-base menor na comparação anual, para 9.6%. Em meio ao bom resultado, as ações chegaram a disparar 3,85% na máxima do dia. 

MRV (MRVE3)

As ações da MRV subiram forte, atingindo máxima histórica, após o Conselho de Administração da construtora aprovar a distribuição extraordinária de dividendos de R$ 155 milhões considerando confortável posição financeira alcançada pela empresa, possibilitando revisão gradual da estrutura de capital, disse a companhia em comunicado ao mercado. O pagamento será feito em em 27 de abril. Em 9 de março, a construtora afirmou que analisava pagar mais dividendos extraordinários em 2018.

Empresas X

As ações da empresa X, fundadas por Eike Batista, registraram fortes movimentos nas últimas sessões e intrigaram os investidores. As ações da MMX Mineração e Metálicos (MMXM3) fecharam em leve alta, mas chegaram a subir até 19,12%. Já as units da companhia (MMXM11) fecharam com ganhos de 19,86% após chegarem a saltar 34,75%. 

Outras empresas do grupo fundado pelo empresário Eike Batista, como OGPar (OGXP3) registraram forte alta, enquanto a OSX (OSXB3), após chegar a subir 23,56% na sessão, virou para queda e fechou com perdas de 6,92%. A Dommo Energia (DMMO3) (ex-OGX Petróleo), que na segunda-feira era a mais negociada entre todas, foi de ganhos de 6,67% à baixa de 7,56%, mas fechou estável. A CCX (CCXC3), que disparou nos últimos pregões, oscilou entre alta de 4,92% e queda de 17,49%, fechando em baixa de 12,02%. 

O avanço dos últimos dias desses papéis tem intrigado alguns agentes do mercado. Pela manhã, a MMX informou que não tem conhecimento de qualquer ato ou fato relevante que poderia ter motivado oscilações atípicas das ações verificadas no pregão de segunda.

 

Petrobras (PETR4)

As ações da Petrobras fecharam em queda em um dia de instabilidade para as cotações do petróleo. Durante a tarde, o WTI caía cerca de 1% em meio às notícias de aumento da produção do gás de xisto nos EUA. 

Já em destaque no radar da Petrobras, o governo federal e a estatal estão perto de um acordo para revisão do contrato da chamada cessão onerosa no pré-sal, e já há um entendimento em torno das diretrizes gerais de um acerto entre as partes, incluindo valores que a União deve pagar à estatal e a forma de leiloar o excedente das reservas, diz o jornal Valor Econômico nesta terça-feira. Ainda assim, não será possível concluir as conversas até a próxima semana, quando vence o prazo de uma comissão criada pelo governo para buscar um acordo sobre o tema, o que deverá levar a uma prorrogação do período de 60 dias dado para o grupo. A reportagem afirma que um acordo definitivo poderia sair em menos de dois meses, para que um leilão dos excedentes da cessão onerosa possa ocorrer ainda neste ano. 

Além disso, a BW Offshore informou que recebeu notificação da Petrobras sobre exercício de prorrogação por 1 ano dos contratos relativos à FPSO Cidade de São Mateus, segundo comunicado. A BW Offshore continuará seu diálogo com a cliente para finalizar um plano firme para a FPSO. 

Ainda no radar da Petrobras, a companhia alterou o  preço da gasolina nas
refinarias de R$ 1,5608o litro para R$ 1,5537 o litro e do diesel de R$ 1,7583o litro para R$ 1,7331 o litro. Os preços antes de impostos são válidos a partir de 14 de março.

Por fim, a companhia informou em comunicado que sua diretoria executiva apresenta na próxima quinta-feira (15), a partir das 9h15 da manhã, o detalhamento dos resultados operacionais e financeiros do ano de 2017. A coletiva de imprensa ocorrerá no Edifício Sede da companhia (Edise), no Centro do Rio de Janeiro.  

 

Eletrobras (ELET6)

A Eletrobras fechou em queda à espera de mais uma tentativa de instalação da comissão especial que vai analisar o projeto de privatização da Eletrobras (PL 9463/18). A reunião começaria às 16h. 

A instalação da comissão foi suspensa no começo de março depois de uma questão de ordem da oposição, que promete novamente obstruir os trabalhos para impedir que a proposta comece a ser apreciada. Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que com certeza a Comissão será instalada hoje. Em relatório, a consultoria de risco Eurasia Group apontou que há 60% de chances da privatização ocorrer no segundo semestre. O maior risco para isso não é nem a falta de apoio, mas o calendário em meio às eleições de outubro de 2018. 

Vale (VALE3) e siderúrgicas

As ações da Vale fecharam em queda em um dia em que a maioria dos metais sobe em Londres e as mineradoras avançam no Stoxx 600. Em Dalian, a alta do minério é de 0,29%, a 481 iuanes. 

Atenção ainda para a novela sobre as tarifas de 25% para as importações de aço e 10% para o alumínio instituídas pelos EUA na semana passada, que segue dando o que falar. Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, funcionários do governo e negociadores do setor privado começaram a avaliar as opções do Brasil para tentar livrar as siderúrgicas brasileiras da sobretaxa imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às importações de aço.

“A ordem é apelar primeiro para empresas americanas que dependem do produto brasileiro, mas os EUA parecem insensíveis ao argumento. Se nada der resultado, outros temas da agenda comercial bilateral poderão entrar na barganha”, afirma a coluna. Uma das hipóteses é adiar a sanção do acordo que libera voos comerciais entre Brasil e EUA. Aprovado pelo Senado na última quarta (7), ele ainda depende da assinatura do presidente Michel Temer. Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) fecharam em queda, enquanto a Gerdau (GGBR4) – a última vista como beneficiária com o anúncio de Trump por conta de suas operações nos EUA – também teve perdas, mas menos expressivas. 

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Itaú Unibanco (ITUB4)

Duas notícias estão no radar do Itaú Unibanco. O banco confirmou a precificação emissão US$ 750 mi em notas perpétuas. As notas emitidas à taxa fixa de 6,5%, que será válida até o 5º aniversário da data de emissão. 

A partir do 5º aniversário, inclusive, a taxa de juros será recalculada a cada 5 anos com base na taxa dos títulos emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos para o mesmo período. O banco vai pedir aprovação do BC para que as notas componham capital complementar do seu patrimônio de referência, segundo o comunicado.

Além disso, a Fitch Ratings rebaixou a nota do Itaú Unibanco de BB+ para BB-, seguindo o recente rebaixamento da classificação soberana do Brasil para BB-. O rating atual ainda está um ponto acima do soberano do Brasil, refletindo o forte perfil de crédito do Itaú, capacidade adequada de absorção de perdas, alta liquidez e base de financiamento estável e diversificada. A Fitch acredita que o Itaú deve resistir a qualquer deterioração no ambiente operacional.

 

 

Biosev (BSEV3)

A Biosev está em discussões relacionadas à extensão e renovação de parte de seu endividamento bancário, de aproximadamente R$ 3,7 bilhões, disse a empresa, em comunicado ao mercado.

Em 31 de dezembro de 2017, o passivo total da companhia representava R$ 10,1 bilhões, segundo a empresa.

Bradesco (BBDC4)

Uma assembleia de acionistas realizada pelo Bradesco na última segunda aprovou a proposta para elevar capital em R$ 8 bilhões. Com isso, o capital da companhia passando de R$ 59,1 bilhões para R$ 67,1 bilhões. 

Haverá a emissão de 610.896.190 novas ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 305.448.111 ordinárias e 305.448.079 preferenciais, que serão atribuídas gratuitamente aos acionistas na proporção de 1 nova ação para cada 10 ações da mesma espécie de que forem titulares na data-base, que será informada após aprovação do processo.

Segundo o banco, a operação de bonificação tem como objetivo aumentar a liquidez das ações no mercado, possibilitar um ajuste na cotação das ações para tornar o preço mais atrativo e acessível, e melhorar a adequação do saldo das reservas de lucros frente aos limites legais.

Por fim, Denise Pavarina vai acumular diretoria de relações com investidores e diretora executiva do banco. 

BRF (BRFS3)

A Pomerantz, o mesmo escritório que liderou a ação coletiva contra a Petrobras em Nova York, informou que abriu ação coletiva contra a BRF e alguns de seus diretores no Tribunal Distrital dos Estados Unidos, Distrito do Sul de Nova York, segundo comunicado. A ação com registro 18-cv-02213 foi aberta em nome de investidores que compraram ADRs da BRF entre 4 de abril de 2013 e 2 de março de 2018.

A reclamação é de que ao longo do período os acusados fizeram declarações materialmente falsas e enganosas sobre as políticas comerciais, operacionais e de compliance da empresa.

 

Recomendações

No radar de recomendações, o banco ABC Brasil (ABCB4)  teve recomendação reduzida para  ‘market perform’ pelo Itau BBA, enquanto a Santos Brasil (STBP3) foi elevada a ‘neutra’ pelo JPMorgan.

Educacionais

Segundo a Coluna do Broad, do Estadão, as faculdades e universidades privadas estão às voltas com a burocracia do Fies. O programa de financiamento estudantil do governo federal mudou suas regras este ano e, segundo as empresas, as novidades trouxeram dificuldades técnicas nas etapas que levam até a matrícula dos estudantes, aponta a Coluna.

Até a semana passada, as instituições não tinham sequer recebido a lista de alunos aprovados para as vagas no programa, o que inviabiliza as matrículas. O risco é o de alunos perderem aulas, além de levar mais tempo para que os contratos sejam efetivamente firmados junto aos bancos. Procurado, o Ministério da Educação disse que a listagem de candidatos pré-selecionados ficou disponível para o acesso das faculdades na sexta e que o prazo para a complementação das informações relativas às inscrições do Fies foi prorrogado para o dia 15.

CCR (CCRO3)

A CCR contratou o escritório TozziniFreire Advogados como assessor legal do Comitê Independente no âmbito das investigações relativas à Operação Lava Jato. A empresa diz que contratará em breve outro escritório de advocacia com atuação internacional.

No final de fevereiro, o operador Adir Assad afirmou em depoimento de sua delação premiada à Lava Jato ter recebido por meio de suas empresas de fachada cerca de R$ 46 milhões de concessionárias de rodovias do Grupo CCR.

A delação integra a documentação da 48ª fase da operação, que investiga irregularidades em rodovias e envolve concessionárias no Estado de São Paulo. A companhia havia afirmado que não tinha sido notificada, comunicada ou tem qualquer relação com as atividades associadas à Operação Lava Jato, mas que ao tomar conhecimento do assunto pela imprensa iniciou investigação interna.

Foi criado o Comitê Independente, o qual passam a integrar o consultor André Béla Jánszky e o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Carlos Mário da Silva Velloso, ao lado dos conselheiros independentes da CCR Luiz Alberto Colonna Rosman e Wilson Nélio Brumer.

Também faz parte dos trabalhos a Control Risks, consultoria internacional em processos de investigação corporativa, que foi contratada pelo TozziniFreire para assessorar os trabalhos de investigação.

“Dessa forma, o Comitê pretende assegurar que os trabalhos de investigação atendam tanto à legislação brasileira quanto aos mais altos padrões internacionais, inclusive em atenção à expressiva base de acionistas estrangeiros da Companhia. O Comitê Independente, ao final dos trabalhos de investigação, reportará seus resultados ao Conselho de Administração”, diz a empresa, em fato relevante divulgado na noite de segunda-feira.

EcoRodovias (ECOR3)

A EcoRodovias teve aval do Cade para a compra da MGO Rodovias, sem restrições. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.