Ibovespa esboça reação, mas fecha semana com queda de 1,7%; dólar recua após encostar em R$ 3,30

Índice chegou a esboçar uma reação no início da tarde, mas não conseguiu se sustentar

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após iniciar o dia em queda, o Ibovespa esboçou uma reação durante o pregão desta sexta-feira (16), chegando a subir 0,67% na máxima do dia, mas não conseguiu se sustentar, encerrando com leve queda de 0,05%, aos 84.886 pontos e volume financeiro de R$ 17,418 bilhões, destoando do movimento de alta visto no exterior, com os índices norte-americanos subindo cerca de 0,3%.

Com isso, o principal índice da bolsa brasileira fecha a semana com perdas de 1,72%, enquanto o dólar comercial reverteu o movimento de alta do início do dia e caiu 0,35%, cotado a R$ 3,2789 na venda. Mesmo com esta virada para baixo, a moeda norte-americana registrou sua quarta semana seguida de valorização ante o real.

A queda no começo do dia foi por conta do resultado da produção industrial nos EUA, que ficou acima do esperado ao marcar expansão de 1,1% na passagem de janeiro para fevereiro, enquanto esperava-se alta de 0,4%. O indicador contrapõe os dados de vendas do varejo e mostram que a economia dos EUA pode não estar no ritmo que o Fed considera adequado, culminando em uma chance maior do banco central do país realizar 4 aumentos na taxa de juros neste ano.

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Auxiliando a recuperação do Ibovespa, as ações preferenciais da Petrobras chegaram a subir 2%, reagindo à queda de 4,8% na véspera, após a divulgação de seu resultado. Por outro lado, os papéis reduziram os ganhos no fim do dia o que levou o índice e zerar sua alta. A empresa registrou o 4º ano seguido com prejuízo líquido, contudo, os analistas destacam que os números operacionais vieram fortes, com receita líquida 8,5% superior ao mesmo período no ano passado. Por este e outros motivos, os profissionais destacaram que enxergam uma oportunidade de compra nas ações da companhia – veja mais aqui.

Destaques de ações

O grande destaque do dia ficou para o anúncio do acordo de fusão entre a Fibria (FIBR3) e a Suzano (SUZB3), que tiveram movimentos opostos, com a primeira despencando 11% e a segunda saltando mais de 20%. O mercado ficou bastante empolgado com a criação a nova empresa, que já nasce como a maior do mundo no setor (confira aqui a análise completa). Entre as perdas, destaque também para a Qualicorp (QUAL3), que desabou após divulgar seu balanço.

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As maiores baixas, dentre as ações que compõem o índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 QUAL3 QUALICORP ON 22,24 -10,72 -28,26 398,17M
 FIBR3 FIBRIA ON 64,25 -10,22 +34,27 942,32M
 BRML3 BR MALLS PARON 11,23 -2,77 -11,78 115,53M
 KROT3 KROTON ON 14,53 -2,55 -21,03 134,32M
 JBSS3 JBS ON 9,62 -1,84 -1,94 88,21M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SUZB3 SUZANO PAPELON 28,50 +21,79 +52,49 1,25B
 ESTC3 ESTACIO PARTON 36,40 +8,98 +10,91 352,93M
 LAME4 LOJAS AMERICPN 17,72 +2,96 +4,41 167,71M
 BRKM5 BRASKEM PNA 48,50 +2,62 +13,13 67,41M
 CSAN3 COSAN ON 43,71 +2,22 +5,33 61,46M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 SUZB3 SUZANO PAPELON 28,50 +21,79 1,25B n/d 60.902 
 PETR4 PETROBRAS PN 21,43 +0,56 1,24B 982,68M 39.176 
 VALE3 VALE ON EJ 42,30 -0,24 1,13B 861,93M 23.662 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 51,22 -0,41 1,02B 677,10M 23.726 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 42,40 +0,02 994,71M 366,34M 20.690 
 FIBR3 FIBRIA ON 64,25 -10,22 942,32M 159,79M 34.766 
 BBDC4 BRADESCO PN 38,23 +0,26 710,30M 365,41M 22.088 
 PETR3 PETROBRAS ON 23,37 +1,08 537,20M 234,38M 19.740 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 23,61 -1,13 487,99M 378,46M 13.624 
 QUAL3 QUALICORP ON 22,24 -10,72 398,17M 50,17M 40.195 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Agenda econômica
Na agenda de dados econômicos dos EUA, os dados de construção de moradias no mês de fevereiro frustraram as expectativas. O mercado esperava 1,29 milhões, queda frente aos 1,33 milhões registrados no mês anterior, contudo o dado anunciado foi de 1,24 milhões.

Por aqui, foram divulgados os dados do volume de serviços de janeiro pelo IBGE, que superaram as expectativas. O indicador recuou 1,9%, enquanto que era esperada alta de 0,9% na comparação mensal. Além disso o IPC-S, indicador mensurado pela FGV e que retrata a inflação ao consumidor, alcançou 0,12% na segunda quadrissemana de março, superando as estimativas, que eram de 0,10%. 

Notícias do dia

Os jornais desta sexta-feira repercutem a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), que foi assassinada a tiros quando voltava de carro para casa na quarta-feira. O assassinato, que levou a uma onda de protestos em grandes cidades, reforçaram a pressão sobre os interventores federais no Rio, deixando encurralados os militares do Exército responsáveis pela segurança do estado. Integrantes da cúpula da intervenção federal afirmaram à Folha de S. Paulo que a ação criminosa contra uma autoridade, com potencial de repercussão política e social, foi vista como uma afronta ao trabalho dos militares do Exército.

As notícias sobre a situação de Lula na Justiça também seguem no radar. Segundo o Valor Econômico, uma nova solução se costura no STF (Supremo Tribunal Federal) para rediscutir a prisão após a condenação em segunda instância antes que o ex-presidente Lula seja preso. Uma movimentação feita ontem em ações declaratórias de constitucionalidade abriu margem para que o ministro Marco Aurélio Mello leve a discussão em mesa para o plenário – ou seja, sem a necessidade de incluir o tema na pauta preparada pela presidente do STF, Cármen Lúcia.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.