Queda do ETF brasileiro com Lula e tensão externa e mais assuntos que agitarão os mercados nesta sexta

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Os mercados internacionais têm uma sexta-feira (23) de forte queda, com a maior aversão ao risco após a decisão dos EUA de tarifar produtos chineses. Por aqui, atenção para a divulgação do IPCA-15 e para a repercussão sobre a decisão do STF, que concedeu liminar para que o ex-presidente Lula não seja preso até a data final do julgamento do habeas-corpus, a acontecer no próximo dia 4, o que também deve ajudar a azedar o mercado por aqui. Confira os destaques do mercado:

  1. 1. ETFs e bolsas mundiais

A sessão promete ser negativa para os mercados brasileiros, em meio à tensão externa com a escalada da guerra comercial entre EUA e China somada à decisão do STF de conceder liminar para que ex-presidente Lula, condenado em 2ª instância, não seja preso até julgamento de habeas corpus pela Corte máxima. Esses dois fatores levam os ETFs  (Exchange Traded Fund) da bolsa brasileira negociados nos mercados internacionais a registrarem queda.  O ETF Lyxor Brazil Ibovespa recuava 0,89% às 7h50, estendendo a queda para segundo pregão na Euronext Paris, enquanto em Tóquio, o ETF NEXT Funds, tinha queda de 2,33%. A avaliação de analistas é de que a decisão confere fôlego à defesa de Lula; enquanto a dúvida quanto à decisão do STF sobre o mérito do habeas corpus permanece.

Veja mais em: Lula conseguiu ganhar 15 dias com uma solução não usual, diz analista da XP

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Já com relação aos outros mercados, os contratos futuros norte-americanos recuam nesta manhã, após o anúncio de que o país taxará em até US$ 60 bilhões os produtos chineses. Com a decisão, os investidores passaram a buscar abrigo nos Treasuries e no ouro, ativos teoricamente mais seguros que as ações. Na Ásia, as bolsas fecharam em forte queda, repercutindo a iminente “guerra comercial” e seguindo o movimento observado no fechamento de ontem da bolsa nova-iorquina. Apesar da China ainda não ter contra-atacado os EUA, as expectativas por esta atitude crescem, com a possível implementação de tarifas contra a soja norte-americana.

O minério de ferro tem um dia de forte queda, com perdas de 6,41% (a 438 iuanes) na China. Enquanto isso, o petróleo tem leve alta, com a possibilidade da restrição sobre a produção durar até 2019.

Às 7h33 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

Continua depois da publicidade

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,60%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,81%

*DAX (Alemanha) -2,09%

*FTSE (Reino Unido) -1,02%

*CAC-40 (França) -1,95%

*FTSE MIB (Itália) -1,66%

*Nikkei (Japão) -4,51% (fechado)

*Shangai (China) -3,38% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -2,45% (fechado)

*Petróleo WTI +0,20%, a US$ 64,43 o barril

*Petróleo brent +0,15%, a US$ 69,01 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -6,41%, a 438 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin US$ 8.525,36 -3,70%
R$ 28.843 -2,16% (nas últimas 24 horas)

Quer comprar ações e ainda pagar a menor corretagem do Brasil? Clique aqui e abra sua conta na Clear

2. Agenda de indicadores

Após o Copom (Comitê de Política Monetária) cortar a Selic na quarta-feira para 6,5% ao ano e deixar a porta aberta para novo corte na próxima reunião, o mercado estará de olho no IPCA-15 de março. O dado será revelado às 9h desta sexta pelo IBGE, devendo mostrar alta de apenas 0,20% segundo projeção da Bloomberg, levando o acumulado em 12 meses para abaixo do piso da meta, em 2,90%. Já o Banco Central apresentará a nota do setor externo com os dados de transações correntes. 

Nos EUA, após a decisão do Fomc (Federal Open Market Committee), o mercado fica de olho nas falas de presidentes regionais do Federal Reserve: às 09h10, fala Raphael Bostic (Atlanta), às 11h30 fala Neel Kashkari (Mineapólis) e, mais à noite, às 20h, fala Eric Rosengren (Boston). Na agenda de indicadores, atenção para os dados de encomendas de bens duráveis às 9h30 e de vendas de novas moradias às 11h30, sendo ambos referentes aos meses de fevereiro. 

3. Notícias do dia

Como já destacado acima, o noticiário dos jornais desta sexta-feira tem como destaque a repercussão sobre a liminar concedida pelo STF impedindo a prisão de Lula até o julgamento do habeas corpus na Corte no dia 4 de abril. A decisão do STF “mostra que o tribunal muda regras para não ser previsível em seguir o regimento vigente”, diz Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor da Modal Asset, em entrevista à Bloomberg. Se houver sempre um entendimento diferente, cria-se insegurança jurídica, afirmou ele. 

Apesar da decisão ser comemorada publicamente pelo PT, o Valor Econômico informa que integrantes do partido não se animaram  tanto assim. Dirigentes da legenda estão cautelosos em relação à retomada do julgamento, com uma eventual decisão desfavorável a Lula.

Ainda no radar político, a Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de hoje a 50ª fase da Operação Lava jato, denominada Operação Sothis II. Segundo a PF, as ações estão relacionadas com as investigações conduzidas no âmbito da 47ª fase da Lava Jato, que apura o “pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e atos de lavagem subsequentes em contratos da Transpetro – Petrobras Transporte. 

4. IMTV

Na InfoMoney TV, o programa Conexão Brasília desta semana recebe o economista Maurício Moura, fundador do IDEIA Big Data. Na pauta, o cenário presidencial e percepção do eleitor sobre os principais nomes apontados como candidatos. Também participa da transmissão Victor Scalet, da equipe de análise política da XP Investimentos. O programa é transmitido ao vivo, a partir das 14h45 (horário de Brasília).  Veja a grade completa clicando aqui. 

5. Noticiário corporativo

Em destaque no radar corporativo, a Eletropaulo comunicou que recebeu proposta da Enel Brasil e avalia a proposta, assim como continua cogitando a possibilidade de realizar uma oferta pública de ações ou outras opções de financiamento. No radar dos ratings, a Oi teve seu rating aumentado para “CCC+”, com perspectiva positiva, pela agência S&P.

Nos resultados, a CPFL Renováveis reportou lucro líquido de R$ 51,2 milhões no quarto trimestre de 2017, reveretendo o prejuízo obtido no mesmo período do ano anterior, enquanto que a Profarma anunciou prejuízo líquido de R$ 25,5 milhões no período. A Brin, por sua vez, comunicou prejuízo líquido de R$ 48,42 milhões no quarto trimestre de 2017, valor R$ 3,4 milhões superiores ao do mesmo período do ano anterior. Cabe destacar também que no Infotrade, o destaque do dia é para o próprio índice, que precisa superar a faixa de 85 mil pontos para se livrar da expectativa de queda, conforme aponta o analista Rafael Ribeiro.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.