Ibovespa Futuro recua com guerra comercial entre EUA e China; IPCA-15 fica abaixo do esperado

Índice desacelerou de 0,38% para 0,10% na passagem de fevereiro para março

Rafael Souza Ribeiro

Publicidade

SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em maio recuavam 0,12%, aos 84.500 pontos, às 9h11 (horário de Brasília) desta sexta-feira (23), acompanhando o movimento de queda das bolsas internacionais em vista da guerra comercial travada entre EUA e China. Por aqui, os investidores digerem o resultado do IPCA – 15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) de março, que ficou abaixo da expectativa do mercado e revela que o Copom ainda tem espaço para seguir com sua política monetária expansionista.

O IPCA-15, que é considerado uma prévia da inflação oficial do país, desacelerou de 0,38% para 0,10% na passagem de fevereiro para março, enquanto os analistas de mercado esperavam avanço de 0,11%. Essa foi a menor variação desde março de 2000, quando foi registrada inflação de 0,09%. Em comparação ao visto em março de 2017, o índice passou de 2,86% para 2,80%, também abaixo da expectativa de +2,82%, comprovando que a inflação segue comportada e permanece abaixo do piso da meta de inflação de 3%.

Em vista do resultado da inflação e ainda refletindo a decisão do Copom, com o BC já contratando mais um corte da Selic na reunião de maio, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 registravam ligeira queda, cotados a 6,25% e 8,09%, respectivamente. No mesmo momento, o dólar futuro com vencimento em abril registrava desvalorização de 0,12%, aos R$ 3,313.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear

  1. Bolsas mundiais

Os contratos futuros norte-americanos recuam nesta manhã, após o anúncio de que o país taxará em até US$ 60 bilhões os produtos chineses sob a alegação de “roubo” de propriedade intelectual. Na Ásia, as bolsas fecharam em forte queda, repercutindo a iminente guerra comercial entre as duas potências econômicas e seguindo o movimento observado no fechamento de ontem da bolsa norte-americana, que amargou queda de 3%. Horas depois, a China anunciou um conjunto de retaliações que somaram US$ 3 bilhões em uma série de produtos norte-americanos, como carne de porco e alumínio reciclado, mas há expectativa de que mais medidas serão anunciadas em breve.

O minério de ferro tem um dia de forte queda, com perdas de 6,41% (a 438 iuanes) na China. Enquanto isso, o petróleo tem leve alta, após Trump nomear John Bolton como o novo conselheiro de segurança nacional, que tem uma visão mais conservadora, o que pode impedir uma evolução das conversas com Irã e Coreia do Norte.

Continua depois da publicidade

Às 9h11, este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,06%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,15%

*DAX (Alemanha) -1,68%

*FTSE (Reino Unido) -0,61%

*CAC-40 (França) -1,52%

*FTSE MIB (Itália) -1,30%

*Nikkei (Japão) -4,51% (fechado)

*Shangai (China) -3,38% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -2,45% (fechado)

*Petróleo WTI +0,20%, a US$ 64,43 o barril

*Petróleo brent +0,15%, a US$ 69,01 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -6,41%, a 438 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin -2,75%, R$ 28.300 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Financiamento garantido

O Senado dos Estados Unidos aprovou um pacote orçamentário de US$ 1,3 trilhão, voltado a financiar o governo até outubro. O texto segue para sanção do presidente dos EUA, Donald Trump. O pacote eleva gastos nas Forças Armadas e em uma série de programas domésticos para o restante do ano fiscal, que vai até setembro.

Ainda em destaque nos EUA, após a decisão do Fomc (Federal Open Market Committee), o mercado fica de olho nas falas de presidentes regionais do Federal Reserve: às 11h30 fala Neel Kashkari (Mineapólis) e, mais à noite, às 20h, fala Eric Rosengren (Boston).

Lula ganha tempo

O noticiário dos jornais desta sexta-feira tem como destaque a repercussão sobre a liminar concedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) impedindo a prisão de Lula até o julgamento do habeas corpus na Corte no dia 4 de abril. A decisão de conceder uma liminar para evitar a prisão do ex-presidente até que termine o julgamento do habeas corpus foi uma grande vitória para a defesa do petista, conforme afirmou o analista político da XP Investimentos, Richard Back. Segundo ele, foi uma decisão “não usual” que acabou dando uma “ponte” de mais 15 dias para o ex-presidente.

“Para quem iria ter o cliente preso na terça-feira, ganhar quase 15 dias é, sim, um bom resultado”, afirmou o analista político. Richard disse que esta decisão foi resultado direto da mudança que Lula fez para qualificar sua defesa, colocando Sepulveda Pertence e, no caso do julgamento de hoje, José Roberto Batochio, na liderança do caso. Apesar da decisão ser comemorada publicamente pelo PT, o Valor Econômico informa que integrantes do partido não se animaram  tanto assim. Dirigentes da legenda estão cautelosos em relação à retomada do julgamento, com uma eventual decisão desfavorável a Lula.

Ainda no radar político, a Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de hoje a 50ª fase da Operação Lava jato, denominada Operação Sothis II. Segundo a PF, as ações estão relacionadas com as investigações conduzidas no âmbito da 47ª fase da Lava Jato, que apura o “pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e atos de lavagem subsequentes em contratos da Transpetro – Petrobras Transporte. 

IMTV

Na InfoMoney TV, o programa Conexão Brasília desta semana recebe o economista Maurício Moura, fundador do IDEIA Big Data. Na pauta, o cenário presidencial e percepção do eleitor sobre os principais nomes apontados como candidatos. Também participa da transmissão Victor Scalet, da equipe de análise política da XP Investimentos. O programa é transmitido ao vivo, a partir das 14h45 (horário de Brasília). Veja a grade completa clicando aqui. 

Noticiário corporativo

Em destaque no radar corporativo, a Eletropaulo comunicou que recebeu proposta da Enel Brasil e avalia a proposta, assim como continua cogitando a possibilidade de realizar uma oferta pública de ações ou outras opções de financiamento. No radar dos ratings, a Oi teve seu rating aumentado para “CCC+”, com perspectiva positiva, pela agência S&P.

Nos resultados, a CPFL Renováveis reportou lucro líquido de R$ 51,2 milhões no quarto trimestre de 2017, reveretendo o prejuízo obtido no mesmo período do ano anterior, enquanto que a Profarma anunciou prejuízo líquido de R$ 25,5 milhões no período. A Brin, por sua vez, comunicou prejuízo líquido de R$ 48,42 milhões no quarto trimestre de 2017, valor R$ 3,4 milhões superiores ao do mesmo período do ano anterior. Cabe destacar também que no Infotrade, o destaque do dia é para o próprio índice, que precisa superar a faixa de 85 mil pontos para se livrar da expectativa de queda, conforme aponta o analista Rafael Ribeiro.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.