Italiana diz que irá até o fim pela Eletropaulo, saída inesperada de CEO aumenta tensão na BRF e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (24)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O radar corporativo desta terça-feira (24) tem como destaque a disputa intensa pela Eletropaulo, a saída inesperada do CEO da BRF Aurélio Drummond Jr., o pessimismo sobre a privatização da Eletrobras, entre outros destaques. Confira no que se atentar nesta sessão:

Eletropaulo (ELPL3)

A italiana Enel continuará até o fim em sua tentativa de adquirir a Eletropaulo, disse o CEO Francesco Starace em comentários ao jornal espanhol Expansión. O grupo não está disposto a se render facilmente à Iberdrola na guerra de OPAs pela Eletropaulo, disse ele, apontando que a companhia tem condições de superar os R$ 29,4 oferecido pela Iberdrola e chegar a R$ 31, segundo o diário. 

Starace disse que Enel está estudando uma resposta à oferta lançada pela Iberdrola na sexta-feira, dia 20. No dia 27, a companhia tem Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, que poderá ser decisiva para se determinar de que lado estão os acionistas. 

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Ainda sobre a Eletropaulo, a companhia respondeu a ofício da CVM, que solicitou manifestação pública sobre o sentido econômico para a empresa e seus acionistas de seguir adiante com follow-on. O follow-on proposto pela Eletropaulo tem por objetivo não somente atender ao plano de investimentos da companhia, mas também representar um passo importante para a melhoria do seu perfil de endividamento, através do alongamento de prazos de suas dívidas, redução de custos e redução substancial da necessidade de apresentação de garantias, disse a empresa. 

O follow-on faria com que a Eletropaulo recebesse os recursos em curtíssimo prazo — permitirá, até 3 de maio, a obtenção de recursos para a companhia. O próprio follow-on elevou significativamente o padrão de competição pela Eletropaulo e reconheceu a legitimidade do mesmo, segundo o fato relevante.

“Não se justifica, a nosso ver, que a Enel reclame, junto à CVM e a outros órgãos, dos efeitos de uma condição que ela própria estabeleceu,” afirmou a empresa no documento.

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Eletrobras (ELET3)

O noticiário sobre o setor elétrico também é movimentado por conta das notícias sobre a privatização da Eletrobras que, segundo a Eurasia, é improvável que aconteça em 2018. 

O ritmo lento das reformas significa que a agenda legislativa do governo não avançará muito e nem a privatização da Eletrobras, nem a reforma do PIS/Cofins devem ser aprovadas em 2018, diz a Eurasia no relatório. Isso porque, com a aproximação das eleições, os congressistas ficaram mais avessos ao risco de votar em medidas controversas. 

BRF (BRFS3)

A companhia informou o mercado que José Aurélio Drummond Jr. apresentou sua carta de renúncia ao cargo de diretor presidente global e membro do Conselho de Administração da companhia. Ele ocupava o cargo de CEO (Chief Executive Officer) desde dezembro do ano passado.

Em seu lugar, foi designado interinamente o executivo Lorival Nogueira Luiz Jr., que conciliará o cargo com suas funções atuais de diretor financeiro e de relações com os investidores. Antes de entrar na BRF, Nogueira Luiz Jr. atuou como vice-presidente de finanças e de RI da Votorantim Cimentos.

Na semana passada, o conselho de administração da BRF aprovou a indicação de Pedro Parente, presidente da Petrobras (PETR4), para assumir o comando da companhia. Em cinco pregões, os papéis BRFS3 acumularam uma disparada de 17%. Mesmo assim, amargam perdas de 30% neste ano. 

O BTG Pactual classificou a notícia como inesperada e a princípio negativa. “Detectamos uma crescente percepção no mercado de que o novo Conselho de Administração (a ser eleito na próxima quinta-feira, provavelmente com Pedro Parente como presidente) ajudaria a dar paz e tranquilidade à empresa e pôr fim às disputas entre diferentes grupos de acionistas. Essa percepção foi principalmente
apoiada pelo fato de que Drummond estava fazendo um bom trabalho liderando a empresa durante a crise e que o novo Conselho, pelo menos inicialmente, apresentaria alguma continuidade na gerência. O anúncio de ontem sugere que as incertezas não vão parar por aqui”, apontam os analistas. 

Segundo os analistas do banco, se a BRF estivesse em uma posição mais forte, não haveria tanta preocupação com a saída do CEO.

“Mas os resultados e eventos recentes foram dramáticos e a nossa sensação é que outra rodada de mudanças gerenciais é a última coisa que a BRF precisa. Com tudo isso dito, sabendo que Drummond não teve o apoio total de todos os principais acionistas (sua nomeação pelo Conselho em novembro não era consensual), a BRF poderia explorar a oportunidade de um novo, sem dúvida mais unificado Conselho de Administração para integrar um nome ainda mais ‘forte’ como CEO, ou alguém que realmente tem o total apoio dos acionistas e do mercado. Até que tenhamos clareza sobre isso, continuamos a ver a história da BRF como de alta alavancagem, fraco momento operacional e grande incerteza nas frentes de estratégia e execução”, apontam os analistas. Assim, os analistas estão cautelosos e seguem com recomendação neutra. 

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Petrobras (PETR4)

A Petrobras anunciou a elevação da gasolina para R$ 1,7727 e do diesel para R$ 2,0576. Os preços antes de impostos válidos a partir de 25 de abril. 

A companhia ainda anunciou fase vinculante para cessão dos campos de Piranema
e Piranema Sul, segundo comunicado. A fase inclui orientações para realização de due diligence e para envio de propostas vinculantes. 

Cielo (CIEL3)

Conforme destaca a Coluna do Broad, do Estadão, a Cielo se aliou aos seus sócios, Bradesco e Banco do Brasil, para reforçar a sua força de distribuição em um momento de concorrência elevada no setor de cartões por conta dos novos entrantes, como PagSeguro, do Uol, e banco Safra. A aposta é em um terminal co-branded – ou seja, as tradicionais maquininhas da adquirente ganharão uma nova roupagem com a marca do sócio. A estreia da ofensiva, um projeto conjunto da Cielo com os seus acionistas, está sendo com o Bradesco. Na sequência, também virá o BB.

Cosan (CSAN3)

A Raízen, joint venture entre a Cosan e a Shell, anunciou compra de negócio downstream da Shell Argentina por US$ 950 milhões.

A  Raízen Combustíveis e sua subsidiária Raízen Argentina assinaram contrato para comprar 100% das ações de emissão da Shell Compañía Argentina de Petróleo e da Energina Compañía Argentina de Petróleo, segundo comunicado.

As companhias adquiridas atuam na Argentina nos negócios de refino de petróleo; distribuição de combustíveis; operação de postos revendedores de combustíveis; fabricação e comercialização de lubrificantes automotivos e industriais; e fabricação e comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP), entre outros. As ações compradas são de titularidade da Shell Overseas Investments e da B. V. Dordtsche Petroleum Maatschappij. A Shell continuará presente no mercado de downstream da Argentina como acionista da Raízen, segundo o comunicado.

Kroton (KROT3)

Em coletiva de imprensa, o presidente da companhia, Rodrigo Galindo, estimou que a alavancagem chegue a 2 vezes o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) após o negócio envolvendo a compra do controle da Somos Educação, por R$ 4,6 bilhões. A Kroton espera realizar um empréstimo ponte ou emitir debêntures como parte do financiamento da aquisição.

Embraer (EMBR3)

A Embraer assinou um acordo com a Belavia Airlines para prestação de serviço e suporte à frota de E-Jets da companhia aérea.

Ainda sobre a companhia,  a Widerøe, da Noruega, fez 1º voo comercial com E190-E2. O voo desta terça-feira marca a entrada oficial em serviço do primeiro dos três novos E-Jets E2 que a Embraer desenvolveu para suceder os E-Jets da atual geração, segundo comunicado.

A aeronave partiu do aeroporto de Bergen às 7h35 da manhã e chegou ao aeroporto de Tromsø duas horas depois, no horário local, com todos os assentos do voo vendidos. Widerøe receberá mais dois E190-E2s em 2018 e detém direitos de compra para mais 12 jatos E2, diz a Embraer no comunicado. O valor total do pedido é de aproximadamente US$ 873 milhões, caso sejam exercidos todos os direitos de compra. A companhia disse ainda que as entregas dos outros E-Jets estão planejadas para começar em 2019, no caso do E195-E2, em em 2021 para o E175-E2. 

Santos Brasil (STBP3)

A Santos Brasil informou não ter conhecimento de qualquer negociação ou transação envolvendo a aquisição do seu controle, respondendo assim a notícias veiculadas na imprensa de que Daniel Dantas estaria sendo assediado para vender sua fatia na empresa. “Igualmente, a companhia esclarece que não recebeu nenhuma informação ou notificação de qualquer acionista sobre eventual venda de participação acionária na companhia, como mencionado na referida notícia”, destacou. 

Banco do Brasil (BBAS3)

O governo abriu crédito especial de R$ 162 milhões para o Banco do Brasil. O decreto que prevê reabertura de crédito suplementar do Orçamento de Investimento em favor do Banco do Brasil está no Diário Oficial.

Hapvida

As ações da companhia operadora de planos de saúde foi precificada em R$ 23,50 no IPO (Oferta Pública Inicial, da sigla em inglês). As informações foram dadas pelo site do jornal O Estado de S.Paulo. Os papéis estreiam na B3 na próxima quarta-feira, com o código HAPV3.

(com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.