Busca de Wall Street por supremacia na China sofre uma grande derrota

Na semana passada, o UBS e o Nomura se tornaram os primeiros a solicitar permissão para comprar participações de 51% em joint ventures de títulos locais

Bloomberg

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(Bloomberg) — A política internacional está influenciando a corrida dos bancos de investimento globais para garantir cobiçadas autorizações para obter participações majoritárias de joint ventures chinesas de títulos.

Na semana passada, o suíço UBS Group e o japonês Nomura Holdings se tornaram os primeiros a solicitar permissão para comprar participações de 51 por cento em joint ventures de títulos locais. Os dois bancos agiram depois que o órgão regulador de valores mobiliários da China os incentivou a apresentarem as solicitações rapidamente, disseram pessoas informadas sobre o assunto.

Não é coincidência que bancos americanos como Goldman Sachs Group, JPMorgan Chase e Morgan Stanley não tenham recebido pedidos similares para que buscassem a aprovação, disseram três pessoas. Em meio à escalada da tensão com o governo do presidente Donald Trump relacionada ao comércio e aos investimentos, Pequim queria sinalizar que a obtenção de controle majoritário das joint ventures locais — algo que Wall Street deseja há anos — poderia levar mais tempo para as empresas americanas, segundo essas pessoas.

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A postura do órgão regulador de valores mobiliários mostra como as empresas americanas poderiam acabar em desvantagem, pelo menos a curto prazo, em um momento em que o presidente Xi Jinping está abrindo ainda mais grande parte da economia de US$ 12,7 trilhões da China para as empresas estrangeiras. A China advertiu nas negociações com a equipe de Trump que suas medidas de abertura não se aplicarão aos investidores americanos se os EUA não atenderem o pedido de Pequim de oferecer tratamento igualitário ao investimento chinês.

Esperança de Dimon

O UBS é proprietário minoritário de sua joint venture há mais de uma década; o Nomura, que anunciou sua solicitação na terça-feira, não conta com parceiro local. Representantes dos dois bancos preferiram não comentar o assunto e a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário feito por fax.

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Pelo menos um dos principais líderes de Wall Street expressou recentemente esperanças de que seus planos para a China não sejam vítimas de atritos comerciais. O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, disse na terça-feira em entrevista que espera que não haja uma guerra comercial e que, se houver, “espero que não afete o JPMorgan”.

Dimon reiterou que o JPMorgan, que há mais de um ano vendeu sua participação minoritária em uma joint venture local, um dia desejará um negócio de títulos 100 por cento próprio na China. O Morgan Stanley e o Goldman Sachs também buscam o controle majoritário de suas joint ventures chinesas.

As regras que limitavam as empresas estrangeiras a serem proprietárias minoritárias frustram os bancos de investimento globais há tempos porque os impedem de administrar os negócios sem as amarras dos parceiros locais, que podem ter objetivos divergentes. Mas logo que a China começou a estabelecer as bases para reduzir as restrições, o governo Trump começou a reprimir as importações chinesas, além dos investimentos das empresas chinesas em tecnologia.

–Com a colaboração de Jun Luo

©2018 Bloomberg L.P.

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