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SÃO PAULO – Após uma sessão de recuperação em meio a perdas recentes para o Ibovespa, os investidores devem monitorar, nesta quarta-feira (23), indicadores econômicos pelo mundo e a divulgação da ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), que pode trazer novas sinalizações para o ritmo da política monetária nos Estados Unidos. No Brasil, dados de inflação e a entrevista do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, podem ter impactos sobre o mercado, assim como os desdobramentos do embate político envolvendo a recente alta dos combustíveis. O mercado também acompanha a situação cambial na Turquia, que pode ter efeito de contágio em economias emergentes. Confira os destaques deste pregão:
1. Bolsas mundiais
O dia é de pessimismo nas principais bolsas mundiais, com os investidores adotando postura de cautela antes da divulgação da ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee). O mercado também acompanha atento a situação econômica na Turquia, onde a lira despenca em meio a um ceticismo sobre a estabilidade financeira e a inação do banco central local. Para o investidor especialista em mercados emergentes Mark Mobius, há risco de contágio para outros países emergentes.
Na Europa, os principais índices acionários caem mais de 1%, também digerindo dados abaixo do esperado de PMIs (Purchasing Managers Index), além das incertezas envolvendo a situação política na Itália e um sentimento de preocupação com a situação comercial de Estados Unidos e China. Na Ásia, o movimento é similar, após o presidente norte-americano Donald Trump dizer não estar satisfeito com a última rodada de negociações com os chineses.
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Às 8h (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:
*S&P 500 Futuro (EUA) -0,61%
*Dow Jones Futuro (EUA) -0,73%
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*Nasdaq Futuro (EUA) -0,94%
*DAX (Alemanha) -1,40%
*FTSE (Reino Unido) -0,71%
*CAC-40 (França) -1,03%
*FTSE MIB (Itália) -1,53%
*Hang Seng (Hong Kong) -1,82% (fechado)
*Xangai (China) -1,40% (fechado)
*Nikkei (Japão) -1,18% (fechado)
*Petróleo WTI -0,66%, a US$ 71,72 o barril
*Petróleo brent -0,92%, a US$ 78,84 o barril
*Bitcoin US$ 7.894
R$ 28.793 -4,44% (nas últimas 24 horas)
2. Agenda econômica
A divulgação da ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), marcada para as 15h, é um dos eventos mais aguardados pelo mercado nesta semana. Embora o encontro tenha culminado na unânime decisão pela manutenção da taxa de juros norte-americanas na faixa entre 1,50% e 1,75%, a linguagem um pouco mais hawkish sobre os níveis de preços sugeriu que o Federal Reserve poderia estar mais preocupado com o avanço da inflação. O documento pode dar novas sinalizações sobre o ritmo de elevações de juros nos Estados Unidos, o que provoca impactos diretos sobre a alocação de recursos mundo afora.
Ainda na maior economia do mundo, o mercado deve monitorar a divulgação dos dados de vendas de novas moradias, às 11h, e do PMI (Purchasing Managers Index) de serviços e indústria, às 10h45. Já na agenda doméstica, destaque para a divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A mediana das expectativas dos economistas consultados pela Bloomberg aponta para uma alta de 0,27% do indicador inflacionário. A divulgação ocorre uma semana após o Copom (Comitê de Política Monetária) surpreender o mercado e manter a taxa básica de juros em 6,50% ao ano, apontando aumento dos riscos externos e maior possibilidade de pressão inflacionária via câmbio.
3. IMTV
No programa Be-a-bá da Bolsa, o analista a Carteira InfoMoney e editor-chefe do site, Thiago Salomão, dará três dicas sobre como escolher o melhor fundo para investir. As dicas serão divididas em: fundos descorrelacionados do mercado doméstico; fundos multimercados com taxa de administração de 1%; e fundos de ações com aplicação mínima de R$ 5 mil. O programa é transmitido ao vivo a partir das 11h (horário de Brasília).
4. Notícias do dia
O mercado deve monitorar neste pregão a decisão do governo de eliminar a cobrança da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o diesel em troca da aprovação da reoneração da folha de setores da economia pelo Congresso Nacional. Ainda assim, caminhoneiros mantêm descontentamento e entram no terceiro de protestos, provocando impactos já sentidos em setores como o automotivo e frigorífico. A costura política de eliminar a Cide sobre a cobrança do combustível evitou que houvesse intervenção na política de preços da Petrobras e, segundo o ministério da Fazenda, não deve trazer impactos fiscais, por estar vinculada ao fim das desonerações.
Ontem, o Ministério da Fazenda informou que a arrecadação atual chega a R$ 2,5 bilhões por ano com a Cide sobre o diesel. Segundo a pasta, o reforço nas receitas da União nos próximos três anos com o fim da desoneração da folha de pagamento dependerá do número de setores que perderem o benefício fiscal no projeto que tramita no Congresso. Desde setembro de 2017, a proposta de reoneração está em discussão no Congresso sem consenso. O orçamento da União para este ano já considera arrecadar R$ 10 bilhões com a medida, mas, como ela deve valer apenas para metade do ano, a arrecadação deve somar R$ 5 bilhões.
O governo vai continuar negociando com os caminhoneiros, que fazem paralisações por todo o país, em protesto contra o aumento sucessivo no preço dos combustíveis. Os caminhoneiros se queixam da alta dos combustíveis, especialmente do diesel, e também da cobrança de pedágios mesmo quando os caminhões estão com os eixos levantados. Só na semana passada, o valor do diesel e da gasolina nas refinarias subiu cinco vezes consecutivas.
Outro destaque do noticiário desta quarta-feira fica com a entrevista do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ao jornal Valor Econômico. Na reportagem, ele acenou para a Selic estável por ao menos duas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) e reiterou o uso de swaps cambiais quando necessário. Ilan afirmou ainda não ter preconceito contra os swaps: “se precisarmos, vamos usar”.
5. Noticiário corporativo
No radar das empresas, a Petrobras informou que a política de preços permanece inalterada. Segundo a companhia, as reduções de preços divulgadas foram definidas de forma estritamente técnica e decorrem da aplicação normal dos princípios e processos de reajustes previstos. A consultoria Eurasia vê maior risco para a autonomia da estatal em 2019. A Gol teve seus ADRs elevados de recomendação de venda para neutra pelo Citi. Em meio à greve dos caminhoneiros, a BRF afirmou que suas operações estão rodando normalmente, sem que nenhuma decisão tenha sido tomada pela companhia, exceto o monitoramento do fornecimento de insumos e matérias-primas para fábricas. Já a Aurora anunciou paralisação total nas atividades em quatro estados em função dos protestos.
(com Agência Brasil e Bloomberg)
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