Depois de um mês caótico, banco revira o mercado e aponta 10 oportunidades de compra

Ibovespa está relativamente barato em termos de múltiplos e investidor deve aproveitar este momento para ir às compras

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Com a queda de 10,9% em maio, o Ibovespa registrou seu pior mês desde setembro de 2014, quando chegou a cair 11,70%. Por trás desta correção, além da greve dos caminhoneiros, que trouxe diversos impactos para a economia, e, principalmente, para a Petrobras, tivemos também a forte Treasuries de 10 anos e a decisão inesperada do BC em manter a Selic em 6,50% ao ano. Contudo, são nestes tempos caóticos que aparecem as boas oportunidades de compra e de olho nisso os estrategistas do BTG Pactual apontam 10 ações para comprar.

Antes de ir para o “cardápio”, o banco de investimento chama atenção para o P/L (Preço/Lucro) projetado de 12 meses do mercado. Com a queda de 18% em dólares do Ibovespa, o múltiplo (ex-Petrobras e Vale), um dos mais utilizados pelos analistas e investidores para entender se determinado ativo está barato ou caro, está negociando em 11,7x, ou seja, abaixo de sua média histórica de 12,7x. Portanto, levando em conta essa métrica, o mercado está relativamente descontado e barganhas surgiram deste movimento.

Em teoria, os setores de energia e saneamento, telecomunicações e serviços financeiros devem sofrer menos os impactos da greve, já que, ao contrário do setor industrial, por exemplo, as margens e receitas não são afetadas diretamente pela paralisação do transporte. Neste contexto, os estrategistas Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira apontam como boas oportunidades de compra em Tim (TIMP3), Linx (LINX3) e B3 (B3SA3), ações que recuaram 11,02%, 10,25% e 11,85%, respectivamente.

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Além da busca de setores menos afetados pela greve, são nestes momentos que o investidor deve prezar pelo stock picking, que nada mais é do que buscar empresas com bons fundamentos e que estão descontadas pelos indicadores fundamentalistas. Visando essa estratégia, o banco de investimento aponta oportunidade de compra nas ações de Localiza (RENT3), Iochpe-Maxion (MYPK3), CVC (CVCB3) e Fleury (FLRY3), que caíram no mês passado 7,73%, 8,11%, 4,52% e 0,79%, respectivamente.

Além disso, os estrategistas fazem questão de reiterar a compra de Rumo (RAIL3), ação top pick do universo de cobertura do banco, como destacam que ainda veem os papéis da Suzano (SUZB3) atrativos mesmo com a performance acima do mercado no mês passado por ser uma empresa dolarizada, como pelas sinergias que serão absorvidas com a fusão com a Fibria. 

E Petrobras?

Um dos principais motivos pela forte queda do Ibovespa no mês passado, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) recuaram 17,21% em maio e são muitas dúvidas se essa queda gerou uma oportunidade de compra na estatal, já que, muito mais do que o impacto financeiro pelo corte e o congelamento dos preços dos combustíveis, a interferência do governo na empresa não foi bem vista pelo mercado.

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Para Sequeira e Teixeira, as questões políticas de fato não ajudam, mas o nível atual de preço faz da relação risco x retorno muito atrativa neste momento e “são compradores” das ações da Petrobras no patamar atual de R$ 19,00, retornando para os níveis verificados em fevereiro deste ano, quando começou o rali de alta da empresa, que marcou máxima anual em R$ 27,55, por conta da disparada do petróleo no mercado internacional.