Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira os principais eventos deste pregão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O grande destaque desta quarta-feira (20) fica para a reunião do Copom, em um dia de alívio no exterior após a última sessão ter sido de queda para os mercados mundiais em meio à tensão entre EUA e China no comércio. Contudo, o Ibovespa se descolou do exterior na terça-feira, fechando com alta de 2,26%, no melhor pregão em quatro meses. Atenção ainda para as falas dos principais presidentes de bancos centrais nesta data. Confira no que se atentar:

1. Bolsas mundiais

A sessão é de alívio e alta para os principais mercados mundiais, após a forte queda da véspera – principalmente na Ásia – em meio à tensão comercial entre EUA e China. 

Na segunda-feira (18), as tensões comerciais entre Washington e Pequim se agravaram depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, revelou ter pedido um estudo sobre a imposição de tarifas de 10% sobre mais US$ 200 bilhões em bens chineses. No fim da semana passada, a Casa Branca já havia anunciado planos de tarifar em 25% um total de US$ 50 bilhões em produtos chineses. Em resposta às ameaças do governo americano, Pequim disse estar preparada para retaliar na mesma medida. 

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Apesar das incertezas, alguns analistas acreditam que haverá uma pausa temporária nos desdobramentos comerciais, permitindo que o apetite por risco tome fôlego. “Na área comercial, provavelmente veremos um período de ‘hibernação’ de dois meses, enquanto os EUA levam adiante o processo legal das tarifas sobre os próximos US$ 200 bilhões e a China aguarda a resposta formal da (Casa Branca)”, apontaram estrategistas da RBC Capital Markets em nota a clientes.

No mercado de commodities, o petróleo se mantém no patamar de US$ 65 há quatro sessões; em Londres, cobre recua e níquel sobe. 

Às 8h12 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

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*S&P 500 Futuro (EUA) +0,30%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,45%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,31%

*DAX (Alemanha) +0,32%

*CAC-40 (França) +0,28%

*FTSE MIB (Itália) +0,45%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,77% (fechado)

*Xangai (China) +0,31% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,24% (fechado)

*Petróleo WTI -0,08%, a US$ 64,84 o barril

*Petróleo brent -0,21%, a US$ 74,92 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,44%, a 453 iuanes (nas últimas 24 horas) 

*Bitcoin US$ 6.651 -1,56%
R$ 25.659 -1,39% (nas últimas 24 horas)

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2. Decisão do Copom

O grande destaque do mercado brasileiro fica para a primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) após o encontro de maio – que surpreendeu o mercado. A expectativa é de manutenção na taxa de juro básica em 6,5% ao ano, mesmo em meio à pressão com a alta do dólar, com os investidores fazendo no último pregão uma reprecificação na curva de juros na véspera, passando  a precificar apenas 30% de chance de alta de 0,25 ponto percentual da Selic, ante mais de 80% de probabilidade de alta de 0,50 ponto percentual nos piores momentos da semana passada, após leilões de swap e recompras do Tesouro aliviarem juros futuros. A decisão será divulgada a partir das 18h (veja a análise completa clicando aqui). 

Já na véspera,  a ausência de leilão extra de swaps não impediu estabilidade do câmbio. Vale destacar que o Banco Central oferta até 8.800 contratos de swap cambial para rolagem de contratos de julho, das 11h30 às 11h40, com resultado a partir das 11h50.

3. Presidentes de BCs falam

Já no exterior, os investidores ficarão atentos a um painel com a participação dos presidentes do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA), Jerome Powell, do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, e do BC australiano (RBA), Philip Lowe, durante fórum do BCE em Sintra, em Portugal. O debate está previsto para começar às 10h30 (de Brasília).

Na agenda de indicadores, às 11:00, os EUA divulgam o dado de venda de casas existentes de maio e, às 11h30, serão divulgados os dados de estoque de petróleo. 

4. Notícias do dia

No radar político, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem (19) pela absolvição da senadora e presidente do PT Gleisi Hoffmann (PR) e de seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A senadora foi acusada de receber R$ 1 milhão para sua campanha ao Senado em 2010. A absolvição foi pela mesma turma do STF que julgará no dia 26 um novo pedido para tirar ex-presidente Lula da cadeia. Contudo, segundo aponta a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a prisão de Lula dificilmente será reavaliada pelo Supremo.  Magistrados da 2ª Turma acreditam que o assunto já se esgotou com a decisão do plenário da corte de negar habeas corpus ao petista, aponta a publicação. 

Já no radar eleitoral, o Valor Econômico destaca que a cúpula do DEM se reúne hoje com o presidenciável tucano Geraldo Alckmin. Porém, aponta que, pelo menos por mais três semanas, a cúpula do DEM não dará sinais sobre qual candidatura à Presidência da República apoiará, caso o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), realmente desista de participar da corrida presidencial. Maia e aliados jantaram ontem com o pré-candidato do PDT ao comando do Palácio do Planalto, Ciro Gomes.

Enquanto isso, o Estadão informa que dirigentes do MDB têm falado com mais frequência em abandonar a candidatura de Henrique Meirelles ao Palácio do Planalto caso ele não cresça nas pesquisas até a convenção do partido, que dever ocorrer entre o final de julho e o início de agosto. Uma meta estipulada por emedebistas é o ex-ministro da Fazenda encostar em Alckmin nas pesquisas até lá. O presidenciável do PSDB aparece com 6% e 7% no último Datafolha, a depender do cenário pesquisado. Meirelles, tem 1% das intenções de votos.

5. Noticiário corporativo

A Petrobras é destaque no radar corporativo: segundo informa a Bloomberg, o governo quer pagar à estatal na cessão onerosa em 2018 para garantir teto de 2019. O pagamento vai ser feito através dos barris excedentes, disse a fonte. Já a 
Intermédica fecha acordo para adquirir Samed, não revela valor. 

O Bradesco BBI, por sua vez, fez estimativas dos efeitos para a BR Distribuidora após a greve, apontando perdas de R$ 221 milhões. O Valor informa que a BRF começa a vender parte de fatia na Minerva, enquanto a EcoRodovias destacou em comunicado que assinou na última terça contrato de concessão de rodovias de Minas Gerais por 30 anos. No radar de recomendações, a Lojas Renner foi elevada a ‘outperform’ pelo Itaú BBA, com preço-alvo de R$ 37.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.