Ibovespa Futuro sobe seguindo exterior e à espera pela reunião do Copom

Expectativa fica por conta da manutenção da Selic mesmo com a pressão gerada pelo câmbio

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em agosto subiam 0,72%, aos 72.455 pontos, às 9h12 (horário de Brasília) desta quarta-feira (20), acompanhando o bom humor do mercado internacional e com os investidores na expectativa pela reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) após o fechamento do mercado.

Há muito tempo não se via uma decisão tão imprevisível até às vésperas do encontro. A surpresa da última reunião, com a manutenção da Selic em um cenário que o Banco Central indicou a todos que iria cortar os juros, aumenta as dúvidas sobre o que pode acontecer nesta quarta após o fechamento do pregão. A expectativa é de manutenção dos juros em 6,5% ao ano, mesmo em meio à pressão com a alta do dólar, com os investidores fazendo no último pregão uma reprecificação na curva de juros na véspera, passando  a precificar apenas 30% de chance de alta de 0,25 ponto percentual da Selic, ante mais de 80% de probabilidade de alta de 0,50 ponto percentual nos piores momentos da semana passada.

Apesar da tendência do mercado em acreditar em uma das possíveis decisões, os dois caminhos possuem boas justificativas. De um lado estão os traders e alguns analistas que querem que o BC tenha uma “cabeça” de tesoureiro, ou seja, suba os juros para recuperar o “carry trade” (ganho de quem aposta na moeda brasileira, tendo os juros domésticos como retorno), que perdeu atratividade com a Selic a 6,50%.

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De outro lado está a maioria dos economistas, que acredita, primeiramente, que Ilan manterá seu discurso de manter separadas as políticas monetária e cambial, ou seja, não usará a Selic para controlar o dólar, que seguirá sob atuação do BC por meio de operações com as de swap. Os “ensinamentos” de economia dizem que a taxa de juros deve ser usada para combater apenas os efeitos secundários da depreciação cambial, como por exemplo, o impacto na inflação. A decisão será divulgada a partir das 18h (veja a análise completa clicando aqui). 

Diante desta expectativa, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 recuavam 2 pontos, aos 7,03%, ao mesmo tempo em que os contratos em janeiro de 2021 registravam queda de 5 pontos, aos 9,56%. Enquanto isso, os contratos futuros de dólar com vencimento em julho recuavam 0,15%, aos R$ 3,746.

Bolsas mundiais

A sessão é de alívio e alta para os principais mercados mundiais, após a forte queda da véspera – principalmente na Ásia – em meio à tensão comercial entre EUA e China. Na segunda-feira (18), as tensões comerciais entre Washington e Pequim se agravaram depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, revelou ter pedido um estudo sobre a imposição de tarifas de 10% sobre mais US$ 200 bilhões em bens chineses. No fim da semana passada, a Casa Branca já havia anunciado planos de tarifar em 25% um total de US$ 50 bilhões em produtos chineses. Em resposta às ameaças do governo americano, Pequim disse estar preparada para retaliar na mesma medida. 

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Apesar das incertezas, alguns analistas acreditam que haverá uma pausa temporária nos desdobramentos comerciais, permitindo que o apetite por risco tome fôlego. “Na área comercial, provavelmente veremos um período de ‘hibernação’ de dois meses, enquanto os EUA levam adiante o processo legal das tarifas sobre os próximos US$ 200 bilhões e a China aguarda a resposta formal da (Casa Branca)”, apontaram estrategistas da RBC Capital Markets em nota a clientes.

No mercado de commodities, o petróleo se mantém no patamar de US$ 65 há quatro sessões, na expectativa pelo resultado dos estoques dos EUA na última semana, com projeção de queda para o período. Na China, os contratos futuros de minério de ferro seguem em queda, ainda refletindo os efeitos da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Às 9h12, este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,30%

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,45%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,31%

*DAX (Alemanha) +0,32%

*CAC-40 (França) +0,28%

*FTSE MIB (Itália) +0,45%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,77% (fechado)

*Xangai (China) +0,31% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,24% (fechado)

*Petróleo WTI -0,08%, a US$ 64,84 o barril

*Petróleo brent -0,21%, a US$ 74,92 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,44%, a 453 iuanes (nas últimas 24 horas) 

*Bitcoin -1,61%, R$ 25.574 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Gleisi Hoffmann absolvida

A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu na noite da última terça-feira (19) pela absolvição da senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, como do seu marido e ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A senadora foi acusada de receber R$ 1 milhão para sua campanha ao Senado em 2010. A absolvição foi pela mesma turma do STF que julgará no dia 26 um novo pedido para tirar ex-presidente Lula da cadeia. Contudo, como aponta a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a prisão de Lula dificilmente será reavaliada pelo Supremo na próxima terça-feira (26).  Magistrados da 2ª Turma acreditam que o assunto já se esgotou com a decisão do plenário da corte de negar habeas corpus ao petista, aponta a publicação.

A defesa de Lula pede urgência na suspensão da condenação do ex-presidente, uma vez que ele é pré-candidato à presidência e tem seus direitos políticos cerceados em função da execução da pena determinada por unanimidade pelos três desembargadores que compõem a 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). “Além de ver sua liberdade tolhida indevidamente, corre sério risco de ter, da mesma forma, seus direitos políticos cerceados, o que, em vista do processo eleitoral em curso, mostra-se gravíssimo e irreversível”, argumentaram os advogados no pedido relatado por Fachin.

Já no radar eleitoral, o Valor Econômico destaca que a cúpula do DEM se reúne hoje com o presidenciável tucano Geraldo Alckmin. Porém, aponta que, pelo menos por mais três semanas, a cúpula do DEM não dará sinais sobre qual candidatura à Presidência da República apoiará, caso o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), realmente desista de participar da corrida presidencial. Maia e aliados jantaram ontem com o pré-candidato do PDT ao comando do Palácio do Planalto, Ciro Gomes.

Enquanto isso, o Estadão informa que dirigentes do MDB têm falado com mais frequência em abandonar a candidatura de Henrique Meirelles ao Palácio do Planalto caso ele não cresça nas pesquisas até a convenção do partido, que dever ocorrer entre o final de julho e o início de agosto. Uma meta estipulada por emedebistas é o ex-ministro da Fazenda encostar em Alckmin nas pesquisas até lá. O presidenciável do PSDB aparece com 6% e 7% no último Datafolha, a depender do cenário pesquisado. Meirelles, tem 1% das intenções de votos.

Noticiário corporativo

A Petrobras é destaque no radar corporativo. Segundo informações da Bloomberg, o governo quer pagar à estatal na cessão onerosa em 2018 para garantir teto de 2019. O pagamento vai ser feito através dos barris excedentes, disse a fonte. Por sua vez, a Intermédica fechou acordo para adquirir Samed. 

O Bradesco BBI fez estimativas dos efeitos da greve dos caminhoneiros para a BR Distribuidora, apontando perdas na casa de R$ 221 milhões para a distribuidora de combustíveis. O Valor informa que a BRF começa a vender parte de fatia na Minerva, enquanto a EcoRodovias destacou em comunicado que assinou na última terça contrato de concessão de rodovias de Minas Gerais por 30 anos. No radar de recomendações, a Lojas Renner foi elevada a ‘outperform’ pelo Itaú BBA, com preço-alvo de R$ 37.

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O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura