Publicidade
SÃO PAULO – Após duas sessões de recuperação, o Ibovespa voltou a cair forte nesta quinta-feira (21), recuando quase 3% puxado pelos papéis da Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e bancos, que chegaram a cair até 5%. O dia também foi negativo no exterior, com o Dow Jones caindo 1% e chegando a sua oitava queda consecutiva de olho nos temores de guerra comercial.
O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 2,84%, aos 70.074 pontos, com o volume financeiro atingindo R$ 8,512 bilhões. Enquanto isso, o dólar comercial teve um dia de alívio, caindo 0,51%, cotado a R$ 3,7633 na venda após o Banco Central fazer duas ofertas de swaps cambiais no valor total de US$ 2 bilhões.
Para o analista técnico da XP Investimentos, Gilberto Coelho, conhecido no mercado como Giba, essa queda de hoje não é uma surpresa, sendo que os dois últimos pregões foram apenas um repique por conta das notícias sobre a cessão onerosa da Petrobras. Ele lembra que isso fez o índice até se descolar do exterior na véspera, mas que hoje não houve como resistir diante do clima de incerteza e as preocupações com a inflação, que voltaram a impactar o mercado.
Masterclass
As Ações mais Promissoras da Bolsa
Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita
Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.
Entre os indicadores, o IPCA-15, que é considerado uma prévia da inflação oficial do país, acelerou de 0,14% para 1,11% na passagem de maio para junho, ficando acima das projeções de avanço de 1%. Em comparação ao visto em junho de 2017, o índice passou de 2,70% para 3,68%, superando a expectativa de avanço de 3,56%. A forte aceleração teve impacto direto da greve dos caminhoneiros, que gerou uma crise no abastecimento em todo o País.
Além do resultado da inflação, os investidores digerem a decisão do Copom. Após surpreender em maio ao manter os juros, o Comitê desta vez correspondeu ao esperado e deixou a Selic em 6,5% ao ano. No comunicado da decisão, o Banco Central abriu a porta a possível alta ao abandonar o sinal mais reforçado de juro estável; para economistas, o BC adotou tom neutro no comunicado e evitou se comprometer com próximos passos, o que pode levar a uma resposta moderada dos ativos financeiros nesta quinta-feira.
“O Banco Central tomou a decisão correta. Não vemos por ora necessidade de uma alta da Selic ainda este ano e, a depender da reputação do próximo time no BC, não seria necessário uma alta já no início de 2019. As incertezas, no entanto, recomendam cautela, sendo que o discurso do BC não fechou as portas para altas”, destacou a XP Investimentos em nota para clientes – veja a análise completa clicando aqui.
Continua depois da publicidade
Apesar do tom “suave” do Copom, os juros futuros sobem após o resultado acima do esperado do IPCA-15. Os contratos com vencimento em janeiro de 2019 subiam 4 pontos, aos 7,07%, enquanto os contratos em janeiro de 2021 registravam alta de 18 pontos, aos 9,82%. Enquanto isso, os contratos futuros de dólar com vencimento em julho subiam 0,66%, aos R$ 3,799.
Veja mais: Bolsa deve tombar para 60 mil pontos, diz gestor da Legacy Capital
Guerra comercial pressiona o mercado
Nesta quinta-feira, o governo chinês afirmou que está totalmente preparado para responder de maneira vigorosa as medidas tarifárias adotadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Não deixando barato, Wilbur Ross, secretário de Comércio dos EUA, disse que se houver uma guerra comercial, os EUA têm mais munição que qualquer outro país.
Com o clima entre as duas maiores economias do mundo cada vez mais tenso, as bolsas norte-americanas recuam nesta quinta-feira, com destaque para a queda de 0,61% do índice Dow Jones. Além disso, a queda de 2% do petróleo em NY ajuda no movimento de correção do mercado. O petróleo cai abaixo de US$ 65 em meio a informações de que a Arábia Saudita estão tentando convencer outros grandes produtores de petróleo a elevar sua oferta combinada em 500 mil barris por dia.
Ações em destaque
Na ponta negativa, destaque para as ações da Eletrobras, após ser adiado o projeto que viabilizaria a venda das distribuidoras da estatal, enquanto a Petrobras registrou queda em meio a uma combinação entre a queda do petróleo e o julgamento de ação trabalhista bilionária contra a empresa pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho).
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
ELET3 | ELETROBRAS ON | 12,38 | -8,30 | -35,99 | 52,40M |
BTOW3 | B2W DIGITAL ON | 25,65 | -7,70 | +25,12 | 94,82M |
ELET6 | ELETROBRAS PNB | 14,72 | -7,07 | -35,15 | 47,48M |
PETR4 | PETROBRAS PN N2 | 15,10 | -6,85 | -6,02 | 1,05B |
CSNA3 | SID NACIONALON | 7,55 | -5,74 | -9,90 | 55,17M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
BRKM5 | BRASKEM PNA | 51,22 | +4,11 | +24,63 | 138,51M |
JBSS3 | JBS ON | 9,32 | +2,31 | -4,48 | 107,98M |
SMLS3 | SMILES ON | 46,90 | +1,32 | -35,07 | 43,91M |
SUZB3 | SUZANO PAPELON | 43,58 | +1,09 | +134,30 | 188,43M |
SAPR11 | SANEPAR UNT N2 | 49,39 | +0,69 | -15,19 | 13,23M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN N2 | 15,10 | -6,85 | 1,05B | 1,84B | 51.535 |
VALE3 | VALE ON | 47,21 | -3,28 | 660,11M | 1,06B | 27.225 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN | 39,04 | -2,67 | 398,45M | 766,02M | 25.890 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 25,65 | -4,15 | 339,36M | 463,06M | 28.232 |
BBAS3 | BRASIL ON EJ | 26,01 | -3,67 | 269,34M | 432,13M | 29.077 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON ED | 18,13 | -2,21 | 231,37M | 400,30M | 25.260 |
PETR3 | PETROBRAS ON N2 | 17,65 | -5,01 | 219,42M | 421,31M | 15.691 |
MGLU3 | MAGAZ LUIZA ON | 121,61 | -0,07 | 198,96M | 315,56M | 7.107 |
ITSA4 | ITAUSA PN | 8,91 | -2,94 | 194,81M | 282,74M | 25.556 |
SUZB3 | SUZANO PAPELON | 43,58 | +1,09 | 188,43M | n/d | 18.152 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Notícias do dia
Os jornais se voltam mais uma vez para a disputa dos presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) pelo chamado partidos do Centrão. Em comum, ambos participaram de encontros com representantes do DEM, que jantaram com Ciro na noite de terça e tomaram café com Alckmin na manhã seguinte, destaca o Estadão. O tucano se encontrou também com dirigentes do PTB e do PRB, enquanto o pedetista se reuniu com líderes do PP, Solidariedade e PRB.
O bloco formado por DEM, PP, Solidariedade e PRB vai marcar uma conversa com Alckmin para o início de julho. O grupo pretende anunciar quem apoiará, em conjunto, para a Presidência até o próximo dia 15. Ao jornal O Globo, Rodrigo Maia (DEM-RJ) destacou que seu partido está mais perto do tucano, enquanto a coluna Painel, da Folha, aponta que Gomes fez gestos enfáticos durante jantar com o DEM e o PP.
Já no âmbito da Operação Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro marcou para o dia 11 de setembro o terceiro interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desta vez, o petista vai falar em ação penal que responde por supostas propinas de R$ 1 milhão referentes às reformas do sítio em Atibaia.
A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta manhã a Operação Pedra no Caminho, que apura desvio de recursos públicos nas obras do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo. Entre os alvos está Laurence Casagrande Lourenço, atualmente presidente da Cesp (CESP6) e que foi ex-diretor presidente da Dersa, responsável pelas rodovias do Estado de São Paulo, no período qual foram apuradas as irregularidades.
Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear