O Bitcoin e os “forks”: criptomoeda está pagando dividendos agora

Após a criação do Bitcoin Cash, nesta semana surgiu o Bitcoin Gold, e para os investidores isso é como receber dividendos de ações

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Muitas pessoas ainda tentam entender o que é o tal “hard fork” que tanto agita o mercado de Bitcoin. Após o surgimento do Bitcoin Cash, agora foi a vez da criação do Bitcoin Gold, e para entender este cenário, muitas pessoas estão comparando o movimento com o recebimento de dividendos por quem tem ações.

Antes de mais nada, é preciso deixar claro que existem muitas diferenças entre os dois processos. Diferentemente de um pagamento de dividendos de ações, para receber o bitcoin gold adicional o investidor precisa estar usando uma carteira ou uma exchange que suporte o novo ativo. A Coinbase, uma das maiores bolsas, por exemplo, disse que não dará apoio, assim como a Foxbit aqui no Brasil.

A ideia de receber a mesma quantidade de novas moedas em relação ao que já se possui de bitcoins é quase como receber dinheiro de graça. Para o investidor que acreditar na criptomoeda, é manter e esperar uma valorização, enquanto quem não confia poderá vender assim que receber, levantando um “dinheiro extra”, como um dividendo.

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Outros pontos também são comparáveis: o bitcoin, por exemplo, caiu em relação à alta recorde após o hard fork, assim como as ações normalmente caem depois de se tornarem ex-dividendos. O “fork”, ou garfo em inglês, é a expressão usada nas separações do blockchain. Ou seja, imagine um garfo, que segue como uma coisa só desde o cabo (como a cadeia do blockchain), mas no fim se separa em diversos “ramos”. A ideia é a mesma com a separação da moeda.

Esta divisão na rede ocorre, principalmente, por conta de visões diferentes dentro da comunidade do bitcoin. Um determinado grupo passa querer uma mudança nas “regras” da moeda, o que leva os mineradores a se dividirem entre duas propostas para o futuro do sistema, o que, em algum momento, levou à criação destes novos bitcoins.

E outras divisões podem ser iminentes. Uma parte da comunidade quer aumentar o tamanho do blockchain do bitcoin para reduzir o tempo das transações, enquanto outro grupo se opõe à ideia. A primeira fase desse plano, chamada SegWit2x, foi implementada em agosto e retirou parte dos dados da rede principal. Os investidores, portanto, terão que se acostumar com a possibilidade de novos forks.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.