Homem que investiu US$ 1 mil em bitcoin em 2011 compra Lamborghini e paga na moeda

Lamborghini Huracán ano 2015 é avaliada em US$ 200 mil

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – As moedas digitais cada vez mais vêm ganhando espaço na mídia e entre investidores. Peter Saddington acompanha esse novo mercado em ascensão há algum tempo e em outubro fez um bom negócio: ele pagou 45 bitcoins em uma Lamborghini Huracán ano 2015, avaliada em US$ 200 mil, cerca de R$ 648 mil. Mas para comprar essa quantidade de bitcoins em 2011, o codificador de dados gastou apenas US$ 115, cerca de R$ 373, de acordo com o CNBC.

Saddington fez faculdade de informática na Universidade Estadual da Flórida, nos EUA, e se formou em 2011. Foi neste mesmo ano, que uma matéria de tecnologia de um site chamou sua atenção. “Era sobre um relatório que mostrava que o bitcoin perdeu 90% do seu valor em uma queda meteórica. Valia $ 30 e passou a valer menos de $ 3”, explica o codificador de 35 anos.

“Como uma pessoa que gosta de arriscar, principalmente quando se trata de tecnologia, eu achei muito intrigante”, conta Saddington. Ele passou um mês pesquisando e tentando entender melhor sobre a moeda digital. A partir disso, decidiu investir em bitcoin no fim de 2011.  Na época, o bitcoin estava avaliado em US$ 2,52. Ele não revelou quanto possui atualmente, mas afirma que em 2011 comprou mais de US$ 1 mil. Quando o bitcoin atingiu um de seus picos em dezembro do ano passado, cada bitcoin estava valendo US$ 19 mil. 

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“Eu sou um “hodler” de longo prazo de bitcoins”, diz Saddington, usando um jargão do assunto, para explicar que é detentor de bitcoins. “Eu tenho apostado em bitcoin desde 2011 o máximo que posso”, afirma. Ele conta que comprou bitcoin todas as sextas-feiras por cinco anos.

O codificador é o CTO (Diretor Técnico) da VinWiki, uma startup baseada em Atlanta que fornece peças automotivas para carros usados, também trabalha com um fórum de criptomoedas chamado The Bitcoin Pub e tem dois canais no YouTube sobre o assunto.

Seu video no YouTube que documenta a compra da Lamborghini tem mais de 1,5 milhão de visualizações.

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Mudança de pensamento

A compra de Sandington fez o gerente da concessionária Brandon Saszi mudar seu ponto de vista sobre bitcoins. “Já tinha ouvido outras perguntas de clientes interessados em comprar via bitcoin anos antes, mas na época pareceu um pouco estranho e eu não quis arriscar”, diz Saszi.

“O carro estava na loja por consignação de um indivíduo e o paguei diretamente em bitcoin”, diz Saddington, e dono do carro pagou a concessionária em dinheiro, “as taxas e todos os impostos e todos os custos administrativos restantes”. O site não conseguiu contatar o proprietário original do veículo de Saddington para comentar.

Após a compra de Sandington, em novembro Saszi passou a aceitar bitcoins. “Eu tenho um amigo, Pietro Frigero, gerente de uma concessionária que também vende carros superesportivos que começou a aceitar bitcoins em 2013. Conversei com ele e entendi que era algo que precisávamos fazer”, conta Saszi.

Em dezembro, quando o bitcoin atingiu um pico de US$ 19 mil, Frigerio gerente da outra concesisonária, chamada Newport Beach, viu um salto nas vendas de Lamborghini pagas em bitcoin. “Nós não passávamos de uma, talvez duas transações por mês de 2013 até 2016. Mas em dezembro de 2017 tivemos mais de 10 transações”, diz Frigerio.

E mesmo com o bitcoin enfrentando um mês conturbado em janeiro, Frigerio vendeu três Lamborghinis que foram pagas com bitcoin no primeiro mês de 2018.  

A Newport Beach aceita bitcoin através do BitPay, uma empresa terceirizada que permite transações entre um comprador que detém uma moeda digital e um vendedor que quer ser pago em dólares, por uma taxa de 1% paga pela concessionária.

Não se pode negar que a popularidade das criptomoedas vem crescendo cada vez mais. Saddington acredita que toda a repercurssão que a compra do carro teve é boa. “Bitcoin é uma tendência e para mim é uma ótima ferramenta de marketing”, diz o investidor. 

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.