Bitcoin caminha como a “bolha pontocom”, só que 15 vezes mais rápido, diz Morgan Stanley

"O aumento do volume de negócios não é, portanto, um indicador de mais atividade dos investidores, mas pode ser uma corrida para sair", afirma

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Bitcoin está se comportando muito como ocorreu com a Nasdaq fez durante a bolha das empresas pontocom há quase 20 anos, mas a linha do tempo está se desdobrando muito mais rápido, segundo um relatório publicado pelo Morgan Stanley na última segunda-feira (19).

Segundo o banco, em ambos os casos os ativos subiram entre 250% e 280% em seus melhores momentos. “Apenas que o rali do bitcoin é cerca de 15 vezes mais rápido”, disse Sheena Shah, estrategista do Morgan. Segundo ela, estes movimentos de preços e comportamento parecido no volume de negócios podem indicar que a história vista nos anos 2000 está se repetindo.

Os chamados “bear markets” não são uma novidade no mercado de criptomoedas. Desde que foi criado, em 2009, o bitcoin já passou por quatro destes, com queda de preços entre 28% e 92%, explica Shah. Desde sua máxima de dezembro, em US$ 20 mil, o preço do bitcoin desabou cerca de 70% até sua mínima de fevereiro, abaixo de US$ 7 mil.

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Em cada um destes quatro momentos de forte queda, o bitcoin caiu entre 45% e 50%, explica a analista. “O ‘bear market’ da Nasdaq em 2000 teve cinco quedas de preço, com uma taxa surpreendentemente similar de 44%”, disse.

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O volume de negociação pode ser outro alerta vermelho para o mercado. Desde dezembro, os volumes de operações com bitcoin subiram quase 300%, explica a analista do Morgan, destacando que desde então houve uma forte queda no volume. “O aumento do volume de negócios não é, portanto, um indicador de mais atividade dos investidores, mas pode ser uma corrida para sair”, afirma Shah.

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Apesar de todo o tom de alerta de uma análise como essa, é importante destacar que grandes variações de preços dificilmente se sustentam, ainda mais quando lembramos que existem mais de mil criptomoedas. Do cenário do crash das pontocom saíram gigantes tecnológicas que hoje são as maiores empresas do mundo. Este alerta pode ser exagerado, mas é preciso ter em mente a volatilidade e o alto risco de se investir neste mercado.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.