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SÃO PAULO – Em meio ao agravamento da crise, duas questões permeiam a política brasileira, conforme ressalta a Forbes em matéria desta terça-feira. Michel Temer seguirá na presidência ou cairá? E, se cair, quem quer ser o presidente do Brasil?
Traçando um panorama sobre a conjuntura nacional, o colunista Kenneth Rapoza destacou que, após a delação da JBS ter vindo à tona implicando o presidente Temer, ele pode ser forçado a renunciar ou, até em meio a uma total reversão de suas fortunas no Congresso, sofrer impeachment. “Ninguém sabe ao certo”, diz ele.
De acordo com o colunista, para os integrantes do PT e de movimentos mais à esquerda, a queda de Temer é vista como um karma após a contribuição dele para que a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sofresse o impeachment.
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“Para um observador próximo, essa é apenas uma parte da verdadeira história”, ressalta Rapoza, destacando que a esquerda odeia o presidente peemedebista. Além dele, Rapoza destaca Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara que desencadeou o impeachment de Dilma e agora está na prisão, e também o arquirrival da petista na eleição de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que ficou afastado por 46 dias de seu mandato parlamentar.
“Tudo isso se deve a uma série de escândalos políticos que foram trazidos à luz há dois anos. Começou com a Petrobras e depois envolveu o Grupo JBS e o BNDES”, aponta o colunista.
Temer vai cair?
Em meio a tanta turbulência, Rapoza aponta que Temer tem os votos no Congresso para evitar que a investigação contra ele vá ao STF, mas ressalta que traições podem ocorrer caso revelações mais graves tornem impossível apoiá-lo. “O mercado está ficando mais apreensivo com o futuro por causa da crise política”, afirmou à Forbes Rafael Sabadell, da GGR Investments. “O mercado agora prefere a possibilidade do presidente da Câmara assumir a presidência, mantendo a equipe de Temer e as reformas necessárias”, diz ele. “Se Sabadell estiver correto, então Rodrigo Maia, de 47 anos, vai se tornar presidente interino até as eleições gerais de outubro de 2018. Maia é do antigo PFL, agora Partido Democrata”, diz o colunista. De acordo com Rapoza, o Brasil mudou para pior nos últimos dois meses, com o País longe dos dias inebriantes de “boom de commodities”, “quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passou como um ‘marinheiro bêbado’, elevando os salários mínimos em dois dígitos e tirando milhões da pobreza”, afirma. “Aqueles dias felizes se foram. Não só os preços do petróleo foram de US$ 150 para US$ 45, mas o escândalo de corrupção da Petrobras custou ao país uma fortuna. A empresa está diminuindo e dezenas de milhares de pessoas foram demitidas por causa disso”, complementa o colunista. Enquanto isso, a economista está em contração e as taxas de criminalidade aumentam, assim como o desemprego. Segundo Rapoza, as perdas de renda podem levar anos para se recuperar. “Salvo um novo boom de commodities, o Brasil não tem o dinheiro para distribuir como aconteceu uma vez”, aponta o colunista. Soma-se a esse quadro a avaliação de que o PT também não tem líderes, ressaltando que a sua principal estrela, Lula, pode ser impedida de concorrer às eleições de 2018. “O Brasil atingiu no fundo, mas ainda está derrapando. Suas asas estão sujas e parcialmente cortadas. E, mesmo que Temer caia, será difícil tirar esse pássaro do chão em breve”, conclui o colunista.
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