Dilma compara situação de Maduro a Saddam e alerta sobre renovação política: “o novo pode ser um Hitler”

Segundo a petista, é possível ocorrer no país vizinho um conflito armado assim como ocorreu no Iraque e no Afeganistão

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em nova entrevista concedida à rede britânica BBC, a ex-presidente Dilma Rousseff comentou a situação da Venezuela e ainda falou sobre o cenário político brasileiro e uma possível renovação após a eleição de 2018. Segundo a petista, é possível ocorrer no país vizinho um conflito armado assim como ocorreu no Iraque e no Afeganistão.

Na conversa, ela chamou de “irresponsável” o tratamento que o Ocidente vem dando à Venezuela. Dilma também fez elogios ao ex-presidente venezuelano Hugo Chávez e evitou criticar o atual Nicolás Maduro. Além disso, ela comparou a situação do atual governante com o Iraque antes do assassinato do ditador Saddam Hussein.

“Não vou culpar o Maduro só. Ali tem um conflito, querida. É que nem o que fizeram… Você lembra o que fizeram com o Saddam Hussein? Lembra? Lembra do que fizeram? Fizeram o seguinte: O criminoso era o Saddam Hussein. Mataram-no da forma mais bestial possível. Quando fizeram isso, destamparam e saíram da Caixa de Pandora todos os monstros possíveis. A ponto de armas iraquianas financiarem a invasão do Mali. Não é invasão. O rolo terrosrista do Mali. De onde sai o Isis (Estado Islâmico)? O exército islâmico saiu de onde? Saiu do fato de que os EUA acharam que havia uma posição democrática ali. E não tinha”, disse

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Sobre o Brasil, Dilma disse que o País não necessariamente precisa de uma novidade na disputa presidencial de 2018. “O novo pode ser um Hitler. Não há garantia nenhuma”, afirmou ela aproveitando para defender o ex-presidente Lula. “Desde quando o novo é necessariamente novo em relação a um conceito positivo? O novo pode ser um Hitler. Não há garantia nenhuma. O povo reconhece o Lula porque durante o governo do presidente o povo viveu melhor. Não tem nenhuma manipulação”, disse.

A ex-presidente também aproveitou também para “cutucar” o atual governo e a proposta de parlamentarismo sugerida por Temer recentemente. “Tem a 3ª fase do golpe, que é implantar o parlamentarismo. Que já perdeu em plebiscito duas vezes. E esse processo vai vir com a tentativa de manter o controle político conservador do Congresso”, completou Dilma.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.