Dilma usará delação de Funaro para pedir anulação do impeachment

O operador financeiro disse à Procuradoria-Geral da República que repassou R$ 1 milhão para o ex-deputado Eduardo Cunha "comprar" votos a favor do impeachment da petista, em 2016

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O ex-ministro José Eduardo Cardozo, que cuida da defesa da ex-presidente Dilma Rousseff, informou que a delação de Lúcio Funaro, levada a público na última sexta-feira (13). será anexada ao mandato de segurança que pede a anulação do impeachment da petista.

O operador financeiro disse à Procuradoria-Geral da República que repassou R$ 1 milhão para o ex-deputado Eduardo Cunha “comprar” votos a favor do impeachment de Dilma, em 2016. “Depois de uma semana de aprovado o impeachment, comecei a enviar dinheiro para ele ir pagando os compromissos que tinha assumido”, disse Funaro.

Segundo ele, o ex-deputado havia enviado mensagem em 17 de abril, pedindo “algum recurso disponível para comprar algum voto favorável ao impeachment da Dilma”.

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De acordo com Cardozo, o conteúdo revelado comprova que Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados, comprou votos de outros políticos para aprovar o afastamento de Dilma. Segundo nota assinada pelo ex-ministro, a defesa vai requerer que a prova seja anexada ao processo na próxima terça-feira (17).

Confira a íntegra do texto:

1. Desde o início do processo de impeachment, a defesa da presidenta eleita Dilma Rousseff tem sustentado que o processo de impeachment que a afastou da Presidência da República é nulo, em razão de decisões ilegais e imorais tomadas pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e por todos os parlamentares que queriam evitar “a sangria da classe política brasileira”.

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2. Agora, na delação premiada do senhor Lúcio Funaro, ficou demonstrado que o ex-deputado Eduardo Cunha comprou votos de parlamentares em favor do impeachment.

3 – A defesa de Dilma Rousseff irá requerer, nesta terça-feira, 17 de outubro, a juntada dessa prova nos autos do mandado de segurança, ainda não julgado pelo STF, em que se pede a anulação da decisão que cassou o mandato de uma presidenta legitimamente eleita.

4. Entendemos que na defesa da Constituição e do Estado Democrático de direito, o Poder Judiciário não poderá deixar de se pronunciar a respeito, determinando a anulação do impeachment de Dilma Rousseff, por notório desvio de poder e pela ausência de qualquer prova de que tenha praticado crimes de responsabilidade.

José Eduardo Cardozo

Advogado da Presidenta Eleita Dilma Rousseff

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.