Governo lança campanha, enquanto aliados de Temer alertam: nem reforma ministerial impulsionará a nova Previdência

De olho na aprovação da impopular reforma, o governo lançará uma campanha publicitária de cerca de R$ 20 milhões para defender a mudança da Previdência na televisão, informa a Folha

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Uma das condições para a realização da reforma da previdência, a reforma ministerial pode não ser suficiente para alavancar a aprovação das novas regras de aposentadoria no Congresso. É o que alertaram líderes da base ao Palácio do Planalto, segundo informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo

De acordo com a coluna, os  deputados avaliam que há risco da Câmara aprovar as novas regras de aposentadoria, assumindo o ônus das mudanças, e o Senado depois engavetar a proposta para não enfrentar o tema em ano eleitoral. O plano do governo é que se vote a reforma na Câmara até dia 15 de dezembro. 

Já O Globo informa que, na Previdência, só idade mínima tem amplo apoio. Líderes de oito partidos de sustentação ao governo, que somam 309 votos, disseram ao jornal que vão apresentar as linhas gerais da proposta mais enxuta às suas bancadas na próxima semana, mas antecipam que o texto defendido pela Fazenda — com ajustes mínimos no relatório aprovado pela comissão especial em maio — não passa agora no Congresso.

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Vale destacar que, nesta semana, após a saída de Bruno Araújo (PSDB) do ministério das Cidades, os investidores ficaram mais animados com relação à probabilidade de aprovação da reforma previdenciária. Isso porque a saída do ministro levaria a uma reorganização de forças no governo, aumentando o espaço do Centrão, que tanto vem reclamando da falta de representação e do grande espaço ocupado pelos tucanos, que vivem uma grave crise em seu partido. Com essa reforma, a realocação dos espaços poderia levar a uma maior margem para aprovar a difícil reforma da previdência.

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Contudo, conforme destacou a consultoria de risco político Eurasia Group, apesar da reforma ministerial ser necessária, ela não é suficiente para a aprovação da reforma.  “O sinal mais importante para ficar de olho, no entanto, é como o debate público está evoluindo. Se, de fato, a mídia, as associações empresariais e o governo puderem reformular essa nova proposta com o discurso de que ela enfrentará os privilégios do setor público, tornará o trabalho mais fácil para o governo no congresso”, avaliam os consultores. 

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Eles destacam que os parlamentares estão muito de olho em como se dará a cobertura política, uma vez que a eleição se aproxima e os efeitos de votar numa reforma altamente impopular são observados com atenção. Isso faz com que os analistas acreditem que esse seja o ponto mais fraco e o tempo é bastante curto para tal reestruturação. Com base nesse cenário bastante desafiador, os consultores da Eurasia revisaram na semana passada a probabilidade de aprovação da reforma de 55% para 40%. 

Justamente de olho na aprovação da impopular reforma, o governo lançará uma campanha publicitária de cerca de R$ 20 milhões para defender a mudança da Previdência na televisão, informa a Folha de S. Paulo. A propaganda ataca o que chama de “privilégios” dos servidores públicos e afirma que “tem muita gente no Brasil que trabalha pouco, ganha muito e se aposenta cedo”. A propaganda tem um minuto de duração, vai ao ar a partir desta sexta-feira e será exibida por uma semana. 

Além disso, em busca de apoio no Congresso para a reorganização da base aliada, a ala política do governo pressiona por um desbloqueio de R$ 10 bilhões de despesas do orçamento em novembro. Mesmo com a melhora da arrecadação de tributos, a equipe econômica considera elevado esse valor, mas já prepara uma liberação superior a R$ 5 bilhões nesta sexta-feira, segundo informa o Estadão. 

Os jornais de hoje também seguem apontando para os nomes cotados pelos partidos para ocupar os ministérios deixados ou a serem deixados pelo PSDB. Segundo o Estadão, o deputado Alexandre Baldy (sem partido-GO), próximo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), está na lista dos cotados para assumir o Ministério das Cidades, mas o mesmo jornal informa que o PMDB também entrou na disputa pelo cargo. Já O Globo informa que o PRB quer Tia Eron no lugar de Luislinda Valois no Ministério dos Direitos Humanos – mas Michel Temer deve manter a desembargadora no cargo. Já o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, está com sua permanência no governo consolidada, enquanto o ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, também pode permanecer, em meio à desistência do presidente em fazer uma reforma mais ampla. 

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.