Jatinho financiado pelo BNDES traz lembrete a entusiastas da candidatura de Luciano Huck

Contudo, nome do apresentador segue sendo curinga no atual cenário eleitoral, aponta a Eurasia

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um fim de semana um pouco mais calmo no noticiário político por conta do feriado de Carnaval, uma notícia chamou a atenção, ainda mais por dizer respeito a um dos nomes que vem se destacando por ser presidenciável.

No último domingo à noite, a Folha de S. Paulo informou que o apresentador de TV Luciano Huck fez uso, em 2013, de um empréstimo de R$ 17,7 milhões do BNDES para comprar um jatinho particular da fabricante Embraer. A informação da compra da aeronave foi antecipada pelo blog “Tijolaço”.

De acordo com a reportagem da Folha, o financiamento, do programa BNDES Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), teve como beneficiária a Brisair Serviços Técnicos e Aeronáuticos Ltda., da qual Luciano e a sua esposa Angélica são sócios. 

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Os juros do empréstimo, datado de 29 de maio de 2013, foram de 3% ao ano, com 114 meses de amortização para o pagamento por meio do programa PSI, Programa de Sustentação do Investimento, com juros subsidiados. Ou seja, parte do empréstimo é coberto pelo Tesouro, já que a correção era inferior aos 6,75% da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), usada até o ano passado nos empréstimos do BNDES.

Procurada pelo jornal, a assessoria do apresentador diz que “o Finame é um programa do BNDES de incentivo à indústria nacional, por isso financia os aviões da Embraer”. Afirma, também, que Huck usa o avião duas vezes por semana para gravar seu programa de televisão. A matrícula do avião é PP-HUC. Em nota, o BNDES afirmou que as condições seguiram as “definidas pelo Programa de Sustentação do Investimento (PSI), vigente à época, com taxas de juros fixas entre 3% a.a. e 3,5% a.a.”.

Conforme destaca a consultoria de risco político Eurasia Group, embora não trate de algo ilegal, a notícia destaca o tipo de vulnerabilidade que Huck pode ter se ele decidir concorrer às eleições.

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A consultoria aponta que Huck teria um bom desempenho nas pesquisas entre a classe média baixa e pode ter a vantagem em ser um “outsider” em uma eleição antiestablishment, tendo mais potencial para crescer do que outros candidatos reformistas, como o tucano Geraldo Alckmin. “Mas mesmo assim, é importante notar que Huck terá vulnerabilidades durante o período de campanha. Ele já está sendo enquadrado como ‘candidato da Globo’ pelo PT, [em referência ao canal que transmite o programa de Huck]. Além disso, Huck pode ser associado a indivíduos investigados, como Aécio Neves e Joesley Batista”, apontam os analistas da consultoria. 

Contudo, apontam os analistas da consultoria, tanto Huck como o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, permanecem como curingas eleitorais em um campo aberto para a eleição. 

De olho nesse cenário, o noticiário político do fim de semana foi dominado pelas articulações sobre a candidatura de Luciano Huck ao Planalto. Segundo o Estadão, sem a expectativa de manter a unidade dos partidos aliados na eleição, o Palácio do Planalto mudou a estratégia e passou a elogiar o apresentador, sob o argumento de que ele pode até mesmo ter o apoio do MDB, se for candidato à cadeira do presidente Michel Temer. O movimento foi calculado para reagir às articulações de Alckmin e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na tentativa de mostrar que o MDB pode desequilibrar o jogo. 

A expectativa, de qualquer forma, é que Luciano Huck volte a falar (novamente) sobre se será candidato ou não nos próximos dias. No último fim de semana, o presidente nacional do PPS (Partido Popular Socialista), deputado Roberto Freire, disse que irá voltar a negociar, após o Carnaval, com Luciano Huck sobre uma possível candidatura do apresentador à eleição presidencial pelo partido, segundo informou o jornal O Globo. Huck vem negando candidatura, mas as especulações sobre seu nome aumentaram novamente após a condenação do ex-presidente Lula e com as falas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apontando que o apresentador ainda está considerando candidatura. Os próximos dias podem dar novas sinalizações se o global irá para a disputa ou não. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.