Como as pessoas mais ricas do mundo escondem dinheiro em divórcios

Documentos dos Panama papers revelam que offshores também são usadas em “briga de (ex) marido e mulher”

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Além dos desdobramentos políticos e dos escândalos envolvendo bilionários e lavagem de dinheiro, os documentos vazados do escritório de advocacia Mossack Fonseca – os chamados Panama papers – revelaram algo sobre a vida familiar do 1% mais rico do mundo: eles “escondem” seus bens para “protege-los” em processos de divórcio.

De acordo com o grupo de jornalistas responsável por analisar e divulgar os papeis, o International Consortium of investigative journalists (ICIJ), muitos dos documentos acessados, que ainda não foram disponibilizados na íntegra, revelam esquemas de endinheirados para esconder bens e ativos em situação de término de matrimônio.

Um funcionário da Mossack Fonseca disse por e-mail ter recebido, em certa ocasião, o pedido de um cliente para, sem meias palavras, “proteger parte de seus ativos contra os resultados desagradáveis de um divórcio (no horizonte!)”.

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Em um dos casos célebres, o bilionário russo Dmitry Rybolovlev foi processado por sua ex esposa Elena em 2012 justamente por esconder ativos através da compra de um apartamento de US$ 88 milhões em Manhattan, usando uma empresa offshore. Os detalhes dessa trama estariam dentro dos documentos dos Panama papers, junto com outros episódios semelhantes.

Segundo texto do ICIJ, Rybolovlev usou uma empresa offshore chamada Xitrans Finance para comprar obras de arte valiosas assinadas por nomes como Picasso, Monet e Van Gogh. Com o fim do casamento, o bilionário enviou um e-mail à Mossack pedindo que encaminhasse essas peças para longe de Elena, na Suíça, Singapura e Londres.

Quase sempre os pedidos de ajuda em “fraudes matrimoniais” vêm da parte de homens muito ricos, mas as mulheres não estão imunes à “tentação” de usar offshores para esconder bens.

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O ICIJ cita que, em 2004, Marcela Dworzak, esposa de um general aposentado peruano, Antonio Ibárcena, teria usado empresas abertas com a ajuda da Mossack para esconder ativos relacionados a uma herança de família ante a possibilidade de um processo de separação. Hoje, Marcela vive no Chile, e tanto ela quanto Antonio negam irregularidades.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney