Greve dos caminhoneiros aumenta preços de alimentos em até 660%

Sem caminhoneiros, abastecimento de supermercados e do Ceagesp fica prejudicado

Paula Zogbi

Preços dos alimentos aceleraram de 0,42% para 0,45% na quadrissemana

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SÃO PAULO – O quilo da batata asterix está 82% mais caro nesta semana na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). No Rio de Janeiro, um saco do mesmo produto, normalmente R$ 60, estava por R$ 400, aumento de 660%, enquanto a caixa de tomates de R$ 40 chegava ao preço de R$ 80, de acordo com o G1. 

Estas anomalias são reflexo direto da greve dos caminhoneiros que bloqueia estradas importantes no país inteiro. Com os braços cruzados dos transportadores de alimentos, os produtos, principalmente frutas e legumes, não chegam a seus destinos e os preços sobem. Alguns supermercados também relatam dificuldade de abastecimento das prateleiras. 

Mesmo em caso de término da greve, a estimativa é que o abastecimento só retome a normalidade em cerca de uma semana, de acordo com a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros). 

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Parados desde segunda-feira, os caminhoneiros reclamam das altas consecutivas do óleo diesel desde 03 de julho de 2017, quando a Petrobras adotou uma política de preços baseada na cotação internacional do Petróleo.

Nesta quarta-feira (23), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em votação simbólica, uma versão reduzida da reoneração da folha de pagamento para determinados setores da economia e zerou a alíquota de PIS/Cofins que incide sobre o diesel até o final do ano. Mas isso não foi suficiente para a categoria, principalmente considerando que a medida ainda deve ser aceita pelo Senado antes de entrar em vigor. 

De acordo com a Abcam, só haverá possibilidade de recuo do movimento quando uma lei for publicada no Diário Oficial. Em nota, o movimento afirmou que “não confia mais no governo federal”. 

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Líderes do movimento terão encontro com a cúpula do governo federal às 14h no Palácio do Planalto. “Se na reunião de hoje o ministro Padilha e todos os ministros participantes anunciarem ‘está aqui, o presidente assinou e o PIS e o Cofins estão fora disso aqui até o final do ano’ (ou no outro ano, não sei), aí o movimento é suspenso. Porque, veja bem, não é só no óleo diesel que tem que tirar o PIS e o Cofins, tem que tirar dos combustíveis, porque o povo também está sendo beneficiado com isso, e é o que esperamos hoje”, afirmou o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, em entrevista à Rádio Eldorado.

Antes do movimento dos parlamentares, a Petrobras anunciou uma redução de 10% no preço do diesel em suas refinarias, interrompendo sua política de preços por um prazo de 15 dias, seguida por uma retomada gradual ao modelo ancorado nos preços do petróleo no mercado internacional. Com o movimento, a companhia deverá ter uma perda de R$ 350 milhões em suas receitas com a venda do combustível. Em outra frente, o governo havia anunciado, na terça-feira, que zeraria a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o diesel.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney