Com greve, preço da batata sobe 150%; confira outras altas

 A paralisação dos caminhoneiros já chega ao seu nono dia e prejudica o abastecimento não apenas dos postos de combustíveis, mas também de serviços e varejo

Paula Zogbi

Preços dos alimentos aceleraram de 0,42% para 0,45% na quadrissemana

Publicidade

SÃO PAULO – A paralisação dos caminhoneiros já chega ao seu nono dia e prejudica o abastecimento não apenas dos postos de combustíveis, mas também de serviços e varejo. Segundo apuração  diária realizada pelo economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a restrição de oferta dos alimentos in natura criou saltos de até 150% nos preços nesta segunda-feira (28) em comparação com a segunda-feira passada (21). 

Para captar a escalada do custo dos alimentos para as famílias, Braz comparou a variação de preços de cada dia de greve (de 21/5 a 28/5) no Rio de Janeiro e em São Paulo com o mesmo dia da semana anterior. “Assim, podemos ver o ‘andamento’ desse encarecimento.”

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, a estimativa preliminar do Ibre/FGV é próxima de 0,27%, como indicava o monitor de inflação até segunda-feira. Segundo Braz, a coleta para o indicador termina nesta terça-feira (29). Em abril, o IPCA subiu 0,22%.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

No caso da batata, nessa metodologia, na capital paulista o aumento era de 11,64% no dia 21 e chegou a 150,13% na segunda-feira.

No Rio, no primeiro dia da greve, o tubérculo subia 16,48% e, na última sexta-feira, alcançou 98,55%, mas segunda desacelerou para 43,65%. Mas não houve redução do ritmo de alta: o problema é que muitos estabelecimentos cariocas já não tinham o produto, segundo Braz, impossibilitando a coleta dos preços.

Para efeito de comparação, a gasolina, que virou artigo raro nos últimos dias com a greve, subia 0,17% na segunda-feira (21) na comparação com o mesmo dia da semana anterior nos postos cariocas. Já na sexta-feira (25), o aumento nessa métrica era de 5,73%. “Esperávamos impacto maior quando começou a greve. Boa parte dessa taxa segue o encarecimento do combustível na refinaria.”

Continua depois da publicidade

Os aumentos do tomate e da cebola também foram maiores que o da gasolina. Em São Paulo, a cebola subia 35,11% na segunda e tinham alta de 0,72% no dia 21. No Rio, passou de 3,96% para 10,11%. Já o tomate alcançou 40,20% no dia 28 contra 16,70% no dia 21 nos mercados paulistanos.

O monitor de inflação da FGV sinaliza alta forte da batata na inflação de junho, com avanço de 61,19%. Braz destaca, contudo, que a estimativa é preliminar, pois a normalização da oferta pode abrandar os preços. Para a cebola, a indicação é de alta de 26,37%, já, para a gasolina, o monitor aponta aumento de 5,75%. Segundo ele, a inflação de maio e até a primeira quinzena de junho deve sentir o choque dos in natura por causa da greve, mas o efeito tende a ser passageiro, com a retomada do abastecimento normalizando os preços.”

Com Agência Estado

Quer investir para ganhar acima da inflação? Abra uma conta na XP.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney