Facebook demite equipe para confiar só em algoritmo e ferramenta sai do controle

A ferramenta Trendings tinha uma equipe de curadoria que impedia que notícias falsas e ofensivas fossem selecionadas

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Em maio, a mídia dos Estados Unidos descobriu que a ferramenta Trending, que seleciona as notícias mais importantes dentro do Facebook em tópicos relevantes, era feita por humanos e, portanto, manipulável. Agora, a demissão dos funcionários responsáveis por esse papel pode ter criado uma situação ainda mais prejudicial à rede social: o compartilhamento automático de mentiras.

Disponível em inglês para alguns países selecionados, o Trending faz uma curadoria de notícias relevantes para transformar o Facebook em uma plataforma de informações mais completa. Na última sexta-feira, a rede social anunciou que transformaria a função em algo “mais automatizado e que não precisa mais de pessoas para escrever suas descrições”. Segundo a publicação, isso permitiria expandir a pequena barra de notícias para mais usuários.

O problema é que, aparentemente, o Trending precisa de seres humanos para funcionar corretamente. De acordo com o The Guardian, o fim de semana comprovou isso.

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No sábado, estava dentro da seleção a notícia de uma repórter da Fox que teria sido demitida por apoiar a candidata à eleição dos EUA Hillary Clinton. Na realidade, não houve demissão e tampouco apoio à candidata.

De acordo com antigos funcionários da equipe de curadoria, havia uma lista de fontes de notícias confiáveis das quais não se podia fugir. Os sites que publicaram a matéria falsa não estavam entre elas. 

Outra notícia mostrava “a razão pela qual #McChicken está nos Trending Topics do Twitter”: um vídeo onde o lanche era usado por um homem para se masturbar. Antes, de acordo com fontes do The Guardian, nenhum tipo de conteúdo ofensivo poderia passar pelas mãos dos humanos responsáveis pelo Trendings.

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Teoricamente, a ideia do algoritmo era “aprender” com o trabalho humano antes que ele fosse dispensado – planos que o Facebook tinha desde a sua criação. Considerando que pelo menos duas das linhas pré-estabelecidas pela empresa não foram seguidas, é possível assumir que nem tudo ocorreu conforme o planejado. 

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney