O que é pior: ações da OGX ou dívidas da OGX? Acionistas decidirão em 20 de abril

O grande problema é cada um destes tipos de ativo tem vantagens e desvantagens para o investidor

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Qualquer empresa com uma grande dívida não é bem vista pelo mercado, mas uma companhia tem uma “história especial” com os investidores: a OGPar (OGXP3), antiga OGX Petróleo, fundada por Eike Batista. A petrolífera, que está em recuperação judicial, convocou nesta sexta-feira (8) uma reunião com seus acionistas e credores para o próximo dia 20 de abril com a proposta de transformar suas debêntures em ações. Mas você sabe o que isso significa?

O grande problema é cada um destes tipos de ativo tem vantagens e desvantagens para o investidor. Uma das questões mais básicas é pensar qual você acredita que será o futuro da empresa, já que em caso de uma liquidação judicial da OGPar, a situação seria melhor para os debenturistas, enquanto uma recuperação da empresa seria melhor para o acionista, já que os papéis tendem a subir neste caso.

Pablo Spyer, diretor da mesa de trade da Mirae Asset, explica que quando você tem uma ação, você se torna sócio da empresa e passa a fazer parte dela. Enquanto isso, com a debênture, a pessoa é credora da companhia. “Na debênture existem garantias. Existem diversos tipos de debêntures, com diversos tipos de garantias. O dono da debênture receberia [o capital investido] antes do dono da empresa, ou dono da ação, no caso de uma liquidação juducial”, explica.

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Por outro lado, se a empresa for bem e conseguir iniciar uma recuperação, e, consequentemente, a ação subir na bolsa, o investidor ganha bastante dinheiro caso seja sócio da empresa (dono da ação). Enquanto isso, segundo Spyer, os donos da debênture precisarão de uma recuperação mais sólida da companhia – não apenas uma alta na Bolsa -, que ao recuperar suas finanças poderia iniciar o pagamento aos seus credores.

No quarto trimestre do ano passado, a OGPar registrou um prejuízo líquido de R$ 69,5 milhões, multiplicando em 12 vezes as perdas de R$ 5,8 milhões de igual período de 2014. No acumulado de 2015, a companhia teve prejuízo de R$ 235,4 milhões, revertendo lucro de R$ 9,87 bilhões de 2014 (naquele ano a companhia teve o resultado impulsionado pelo efeito extraordinário da extinção da dívida com os credores da recuperação judicial).

Em 2015, a petroleira suspendeu a produção no campo de Tubarão Azul. Em março de 2016, foi a vez do campo de Tubarão Martelo ter as atividades paralisadas, deixando a companhia sem campos de petróleo em produção. A administração da OGPar espera que a companhia possa sair da recuperação judicial até o final do segundo trimestre de 2016.

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No quarto trimestre, a OGpar teve resultado de equivalência patrimonial referente a seu investimento na OGX negativo em R$ 68,4 milhões, ante resultado de equivalência patrimonial negativo em R$ 781,6 milhões um ano antes. No ano de 2015, o resultado de equivalência patrimonial foi negativo em R$ 215,5 milhões, abaixo das perdas com equivalência patrimonial de R$ 781,6 milhões no ano anterior.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.