De queridinha dos analistas à 2ª maior queda do Ibovespa em 2018: o que esperar do balanço de RD?

Aumento de concorrência pode levar resultados da companhia por água abaixo

Mariana Zonta d'Ávila

Publicidade

SÃO PAULO – Uma das empresas que mais cresceu no Brasil nos últimos anos, a RD (RADL3) – antiga Raia Drogasil – pode estar na mira dos investidores pessimistas. Acostumada a surpreender o mercado por trazer crescimentos constantes de vendas, a empresa tem sido cada mais vez mais pressionada pela concorrência – e suas ações vêm refletindo os temores do mercado.

Os papéis RADL já caíram 28,34% no ano – a segunda maior queda do Ibovespa – e 7,59% no último mês. Um novo catalisador para maiores quedas pode estar prestes a vir: o resultado do primeiro trimestre de 2018, a ser divulgado nesta quarta-feira (2), depois do fechamento do mercado. 

Somente nesta quarta-feira (2), os papéis chegaram a cair 5%, com mais uma casa de análise apontando visão cautelosa sobre o papel. O banco americano JPMorgan reduziu a recomendação dos ativos RADL3 de compra para neutra, cortando o preço-alvo dos papéis de R$ 86 para R$ 73 – o que totaliza um potencial de alta de 6,14% em relação ao fechamento do dia 30.

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

De acordo com relatório divulgado pelos analistas do banco, a empresa tem sofrido aumento de concorrência desde o segundo semestre de 2017, pressionando as vendas das lojas e limitando o espaço para a alavancagem operacional.

Como estratégia, a RD tem investido parte de seus ganhos de compras e preços para aumentar a competitividade, mas isso não será suficiente para impedir maus resultados, segundo os analistas: “Isso não deve prevenir uma tendência negativa em lojas mais maduras, que podem ter um declínio nas vendas nós próximos dois anos até que a empresa neutralize a pressão dos concorrentes”, escrevem. Para o primeiro trimestre, a expectativa é de continuidade da desaceleração das vendas nas mesmas lojas. 

Visto isso, os analistas veem uma sequência de resultados fracos pela frente em comparação com o histórico da companhia, estimando um potencial de corte de 10% a 20% das estimativas do lucro por ação da RD para o período de 2018-2019. 

Continua depois da publicidade

Por outro lado, os analistas acreditam que RD deve continuar com sua forte fatia no mercado nacional, principalmente devido ao plano de expansão da companhia de inaugurar mais 240 lojas em 2018/2019 – o que implicaria em um aumento de dois dígitos do crescimento de mercado.

Para a equipe de análise, o acelerado envelhecimento da população permanece como um ponto crucial, enquanto a melhora sociodemográfica deve continuar colocando os remédios no alcance da maioria, principalmente com uma maior penetração dos produtos genéricos. “Vemos um setor com crescimento no longo prazo com oportunidades consolidadas”, escrevem. 

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Abra sua conta na Clear